O GUARARAPES

 ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA

 ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL

CGC 10.149.526/0001-09

DEDICADO A TENTAR-SE CONHECER A RAZÃO DE SUCATEAMENTO E FALTA DE RECURSOS AS NOSSA FORÇAS ARMADAS

Fundada em 1º de março de 1996
Ano: 2002: MES: jul'set nº 34
SUMARIO
Mouros a Costa -Por Jarbas passarinho
A Crise de Orçamento das Forças Armadas Por Carlos de Meira Matos .As Forças Armadas do Brasil no III Milênio- Por Raymundo Negrão Torres.O sufoco orçamentário das Forças Armadas do Brasil - Por Luiz Carlos Carneiro de Paula. FFAA inoperantes a quem interessa ?Grupo Reserva.Toque de Silêncio por Glacy Domingues .Licenciamento antecipado Pr Gen Luiz H.de Oliveira Domingues .O Brasil não possui heróis militares- Por O Guararapes.Apostando na estupidez humanas .Por Olavo de Carvalho e Diversos


INTRODUÇÃO


Tem chegado a Academia de História Militar Terrestre preocupações de parte de seus associados e outros a procura de uma explicação histórica da razão da carência sem precedentes de recursos para as nossas Forças Armadas, não tendo a Academia elementos para responder com segurança sobre este grave problema. E nos vem a mente que talvez exista uma razão relevante de Estado que o Presidente e o seu Ministro da Fazenda de famílias como exponenciais generais de nosso Exército , como o Sr Presidente bisneto, neto, sobrinho neto , filho e primo de ilustres generais dos quais 2 ex ministros da Guerra e o Sr Ministro Malan neto, sobrinho e primo de assinalados generais ,não tenham conseguido dotar nossas Forças Armadas do mínimo de recursos indispensáveis para a sua vida normal , sem chegar-se as drásticas medidas de negativos reflexos na operacionalidade de nossas Forças Armadas. E assim a seguir O GUARARAPES passa a seus leitores o que pensam seus membros ilustres seu patrono de cadeira Cel Jarbas Passarinho, seu acadêmico emérito General Carlos de Meira Matos e seus acadêmicos General Raymundo Negrão Torres e Coronel Luiz Carlos Carneiro de Paula ,um Boletim de um grupo de Oficias da Reserva , Glacy Domingues eo O Gen Luiz de Oliveira Domingues mais uma visão do filosofo Olavo de Carvalho e por fim uma resposta a entrevista a Epoca de um intelectual afirmando que o Brasil não possui heróis militares .As perguntas mais comuns que nos dirigem os companheiros e não entenderem que o Exército instituição que possui maior índice de credibilidade popular ser tratado por certas lideranças e grande parte da Mídia como tropa de ocupação . E ai estão analises de militares reformados e intelectuais exponenciais como Jarbas Passarinho, Meira Mattos e Negrão Torres etc.Escutemos o que nos dizem ! Informação é liberdade de escolha !



MOUROS À COSTA
Jarbas Passarinho (x)


O papel da Forças Armadas foi objeto de ampla discussão durante a Constituinte de 1987/88. O debate travou-se especificamente na comissão temática que tratou da defesa do Estado.
A Constituinte caracterizava-se por revogar tudo o que proviesse do passado recente.
Para a esquerda, tudo - mesmo que útil - do período militar deveria ser varrido, como "entulho autoritário
Decidida a vingar-se da contra-revolução de 1964, empenhava-se em retirar das Forças Armadas a responsabilidade pela ordem interna.
De outro lado, os conservadores desejavam manter a redação que, com mínima variação, era a mesma desde a primeira Constituição republicana de 1891, no seu artigo 14: "As forças de terra e mar são instituições nacionais permanentes, destinadas à defesa da Pátria no exterior e à manutenção das leis no interior."
A norma constitucional ganhou força de tradição, repetida que fora nas Constituições até 1988. Mantida pelo voto da maioria da comissão e confirmada no plenário, modificou-se quanto à iniciativa do poder constitucional de convocá-las, mas confirmado o comando supremo ao presidente da República.
A ambigüidade, que poderia provocar disputa entre os Três Poderes, foi disciplinada por lei complementar oportunamente.
Embora o objetivo real da esquerda fosse prevenir o envolvimento dos militares nos assuntos internos, procurava camuflá-lo levantando a tese da necessidade de economizar os investimentos militares, que, no seu entender, não mais se justificavam depois da 2.ª Guerra Mundial.
Ora, ainda em 1968, ouvi do presidente Costa e Silva que no seu governo não comprara um só fuzil. Defendia-se ele de rumores vindos dos arraiais da oposição de que se gastava demasiado com as Forças Armadas, sob pretexto de segurança nacional.
Em 1970, participei da Atlantic Conference, a convite de congressistas norte-americanos. Um deles propôs o fim do Acordo Militar Brasil-Estados Unidos, de 1952.
O Brasil não recebia de graça o armamento e navios desativados depois da 2.ª Guerra Mundial pelos Estados Unidos. Pagávamos tudo a preços, de fato, favorecidos.
Usando dados de um hearing no Senado americano, mostrei-lhe o total dos subsídios concedidos pelos Estados Unidos desde 1952, quando o presidente Getúlio Vargas assinou o acordo. Comparei - o com o investimento do Brasil, só naquele ano de 1970, em educação.
Este era muitas vezes maior, o que evidenciava a pobreza dos gastos com a segurança nacional, mesmo incluída a compra de material obsoleto americano.
Muitos anos depois, no plenário do Senado Federal, em face de igual velada censura de supostos gastos excessivos com a segurança nacional, exibi um quadro estatístico publicado pelo Centro de Estudos Estratégicos Inglês.
Nele, o Brasil aparecia como o 68.º país do mundo em despesas militares, considerando a relação entre os recursos orçamentários e a sua população.

Era proporcionalmente também o menor investimento militar na América Latina.
O equívoco dos críticos vem, pois, de longe. Se antes os orçamentos dos ministérios militares eram modestos, depois tornaram-se insuficientes.
Na Constituinte, tudo referente aos militares foi objeto de restrição, a ponto de lhes serem omitidos direitos como 13.º salário e até férias, o que foi corrigido na Comissão de Redação, graças a uma violência regimental apoiada firmemente pelo deputado Ulysses Guimarães, que a presidia. A aversão era tal que segurança passou a ser vocábulo maldito. Passou a defesa.
Em 1992, no governo Collor, visitei o II Exército, em missão. Tomei, então, conhecimento de que os recrutas já deviam chegar ao QG com o café da manhã tomado e que eram dispensados, sem almoço, no início da tarde.
Já era tempo de escassez. Guardava-se, porém, a tradição da presença de ministros militares no Ministério presidencial.
Havia quatro pastas militares Seguiu-se indisfarçavel e deliberada política revanchista, depois da breve gestão de Itamar Franco. Criado o Ministério da Defesa, nenhum militar mais integrou o ministério. Restava ainda uma farda junto ao presidente da República: a do chefe do Gabinete Militar. Já deixou de ter esse nome, trocado por outro que exclui a referência castrense.
Da perda de status e do advento da escassez orçamentária, chegamos aos dias de penúria de hoje, dos cortes injustificáveis de recursos de manutenção das Forças Armadas.
O comandante do Exército sentiu-se obrigado a propor ao ministro da Defesa o licenciamento, ao fim deste mês, de 44 mil recrutas (90% do contingente incorporado em março), o que se daria só ao final de novembro, e a adiar a convocação do segundo grupo do serviço militar obrigatório. Isso como parte apenas das medidas de contenção, que ainda incluem a suspensão de alguns dos benefícios legais de que desfrutam normalmente os civis e a redução das despesas - já mínimas - de comemoração de efemérides que são parte indissociável da História pátria.
Sem o risco de dominar-me o delírio, antevejo nisso tudo uma estratégia de mudar o papel das Forças Armadas sem emendar a Constituição, o que seria mais apropriado que vencer pela inanição.
Ilustrativo é o caso do Ministério Público Federal, que ajuizou, no Rio de Janeiro, uma ação para impedir a aplicação de punições às transgressões disciplinares de militares, o que transformaria o Exército, a Marinha e a Aeronáutica em bandos ou milícias. Logrou obter liminar em primeira instância, suspensa pelo presidente do TRF da 2.ª Região.
Mais do que mudar o papel das Forças Armadas, querem suprimi-las os que as julgam desnecessárias, ou trêfegos comentaristas de TV que reclamam sejam elas destinadas a ajudar o desenvolvimento econômico e social do País em missões que eles não sabem sequer definir. Há mouros à costa.


(x)Jarbas Passarinho, presidente da Fundação Milton Campos, foi senador (PPB-PA) e ministro de Estado e é patrono em vida de cadeira na Academia de História Militar Terrestre do Brasil e Coronel Art QEMA Reformado


A CRISE ORÇAMENTÁRIA NAS FORÇAS ARMADAS
Acadêmico Emérito Carlos de Meira Mattos


O mirrado orçamento da Defesa sofreu o segundo corte este ano. Tão pesadas reduções de despesas obrigaram as nossas três Armas -Exército, Marinha e Aeronáutica- a reduzirem a um nível extremamente preocupante suas capacidades operacionais.
Sabemos, estamos cansados de saber, que o atual governo não tem sensibilidade para os problemas de defesa nacional, e isto ele vem demonstrando há quase oito anos. Sabemos também que os cortes orçamentários, sob a alegação da necessidade de redução indispensável de despesas, não atingem os interesses eleitoreiros da equipe que ocupa o Palácio do Planalto.
Em termos de "Política com P maiúsculo", ou de estadismo, é uma inconsciência ignorar a importância das Forças Armadas no contexto de uma política nacional. O Brasil é uma potência média, possuidor do quarto patrimônio geográfico em extensão do mundo, da sexta população mais numerosa do planeta, alcançou uma posição de relevo entre as dez maiores economias e foi capaz de fundir numa cultura homogênea os seus traços de miscegenação racial.
Não somos uma pequena nação inexpressiva no concerto mundial. Temos muito a preservar e muitíssimos interesses a defender neste jogo de ambições da política internacional.
Neste jogo de disputas nada ético que revela a política internacional, o que pesa é poder nacional, e o poder nacional tem como atributo inseparável o poder militar. Todos os grandes estadistas do mundo e do Brasil entenderam esse truísmo. Para citarmos entre os brasileiros, destacamos Rio Branco, Calógeras, Getúlio Vargas e Castelo Branco.
Os políticos geralmente não entendem a extensão do poder. Perguntaram ao ex-presidente dos EUA Woodrow Wilson, professor emérito de ciência política da Universidade de Princeton, qual a diferença entre um estadista e um político. Respondeu ele: "O estadista é aquele que tem a preocupação permanente com os interesses da nação, o político tem seus interesses vinculados ao partido e aos seus problemas pessoais".
Não somos uma pequena nação inexpressiva. Temos muito a preservar e muitíssimos interesses a defender
A maioria de nossos políticos não é capaz de entender a abrangência da política nacional. Por isso, não compreende a importância das Forças Armadas. Repete como realejo o falso conceito de que, "como não temos um inimigo visível, não precisamos de Forças Armadas". Ignora as lições da história e do mundo contemporâneo. Ignora os interesses internacionais do Brasil. Pretende que defendamos os nossos interesses essenciais, no âmbito regional e mundial, sem nos apresentarmos como a potência média que somos, revestida da plenitude de nossos atributos de poder.
Seria insano querermos competir em poder militar com as grandes potências. O nosso poder militar tem que ser adequado à nossa qualificação de potência média, que, no tumulto de disputas antagônicas e ambições ocultas do mundo atual, seja capaz de nos garantir uma posição ativa, para fazer respeitar e a defender os interesses nacionais. É preciso não esquecer o princípio basilar de que o poder e a Justiça sem a reserva da força são inoperantes.
A existência da força nas disputas internacionais de interesses, de desdobramentos sempre imprevisíveis, é um argumento de persuasão ou de dissuasão, atuante muito antes de precisar ser empregada. Quase sempre evita o seu emprego, o que seria a guerra.
A força do adversário nessas disputas representa, no mínimo, um "preço a pagar" que o lado contrário tem que avaliar se vale a pena ser pago. Basta observar o quadro de disputas no cenário mundial para se convencer de que é o poder militar de dissuasão de países menos poderosos, impondo um "preço a pagar", que vem contendo o avanço das conquistas dos mais poderosos.
Nossas responsabilidades com o passado, com as aspirações legítimas do presente e das gerações vindouras está impondo aos candidatos que disputam a futura chefia do governo vir proclamar à nação como entendem e quais os seus projetos sobre a defesa nacional. Os candidatos à Presidência da República pretendem ser estadistas, devem prová-lo que o são.
Carlos de Meira Mattos, 89, general reformado do Exército e veterano da Segunda Guerra Mundial, é doutor em ciência política e conselheiro da ESG (Escola Superior de Guerra).


AS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL DO III MILÊNIO
Acadêmico Raymundo Maxiamiano Negrão Torres


Para situarmos e avaliarmos o papel de nossas Forças Armadas nesse início do Terceiro Milênio, teremos - antes de tudo - que considerar quais seriam o papel e a posição do Brasil, por sua dimensão continental, sua posição geoestratégica e seu potencial econômico nesse complicado mundo do século XXI? Uma potência de 2ª ordem, dependente e periférica, ausente da mesa das grandes Um estudioso americano, Ray S. Cline tentou sintetizar o Poder Perceptível (PP) de uma Nação em uma fórmula muito popular há anos atrás. Segundo Cline, esse poder seria o somatório do Potencial (Po) (massa crítica), mais o Poder Econômico (PE) mais o Poder Militar (PM), tudo isso multiplicado por dois fatores fundamentais: Estratégias de Ação (EA)(saber o que quer e querer o que pode) e Vontade Nacional.(VN) [ PP = ( PO + PE + PM ) ( EA + VN ) ]
Se procurássemos aplicar ao Brasil de hoje a fórmula de Cline o resultado, provavelmente, seria tão desanimador quanto os relatórios que nos manda a ONU e que certa imprensa esmera-se em considerar definitivos, malgrado nossas precaríssimas estatísticas. O conhecimento e a avaliação de nossas potencialidades têm crescido substancialmente, graças aos modernos recursos tecnológicos que esmiúçam nosso ecúmeno cada vez mais alargado. Nosso poder econômico, apesar de todos os erros cometidos, nos coloca entre as dez maiores economias do planeta. Mas, nossa Expressão Militar, em termos mundiais, paradoxalmente, decresce à medida que cresce nossa estatura estratégica.
Mas é no exame dos itens multiplicadores que esbarra qualquer perspectiva de um resultado mais alentador. Há muito tempo - seguramente a partir do 2º choque do petróleo - parece que os sucessivos governos viram-se perdidos entre o não saber o que querer e o querer mais do que podiam. O ímpeto modernizador e reformista que levou aos esperançosos tempos do "milagre brasileiro" conheceria o irrealismo do 2º PND e acabaria freado pelas vicissitudes da conjuntura internacional. Quando esta se modificou favoravelmente, já nos encontrávamos perdidos em nossas perplexidades internas, entregues a lideranças cansadas pelos anos de autoritarismo ou imobilizados pelas fatalidades que nos levaram à maldição dos vice-presidentes calamitosos. Espancado por anos de inflação galopante e por mais de uma década de retrocesso, o moral nacional, entibiado e desalentado, passou a traduzir uma Vontade Nacional conformista e até derrotista.
Eis que no limiar do 3º milênio, uma reengenharia da moeda realiza o "milagre" de um longo período de relativa estabilidade da moeda, sob a batuta do "bruxo" do Plano Real, levado à presidência por uma surpreendente combinação política capaz de colocar no mesmo palanque os fisiologistas do PFL, alguns socialistas envergonhados e os cristãos-novos do neoliberalismo. Mas com o presidente pós-marxista, aboleta-se no governo uma fauna não liberta de seu esquerdismo juvenil e um punhado de revanchistas. Parte da esquerda julga-se traída e junta-se aos oportunistas do Congresso para tornar mais difícil a tarefa de reformar o Estado e de consolidar a inserção do país nos novos tempos da economia mundial. Os gastos públicos não contidos aumentam a dívida interna e elevam os juros. O ajustamento à estabilidade faz-se com o aumento do desemprego e com riscos para a confiabilidade do sistema financeiro, montado sob a viciosa euforia da ciranda inflacionária. E o Moral Nacional, que recebera um alento, volta a ser erodido pela queda da popularidade do presidente e pelo revanchismo da esquerda radical que, com o apoio da imprensa sensacionalista na ânsia de vender jornal, esquece a anistia e renova as afrontas aos militares e os atritos com as Forças Armadas. E a indispensável coesão da frente interna, necessária a apoiar a presença do Brasil na Nova Ordem Mundial, fica na dependência das infindáveis discussões sobre as reformas do Estado, a reeleição - afinal conseguida, mas com duvidoso proveito - e de uma liderança firme que o nosso atual mandatário nunca demonstrou possuir ou vontade de exercer.
E a partir daí, chega-se à pergunta: qual afinal o papel das Forças Armadas brasileiras nessa complicada conjuntura, sensivelmente agravada ao final do mandato do Sr. Fernando Henrique Cardoso?
O fim da Guerra Fria, com o colapso do mundo soviético foi o fato marcante do final do século passado que viu também o renascer dos nacionalismos e o reacendimento de antagonismos históricos. De outra parte, assistimos aos esforços para a consolidação de uma União Européia, com objetivos tão amplos que muitos duvidam de sua exeqüibilidade e de seus resultados.
A fragmentação da União Soviética e o fim da bipolarização do poder mundial acentuaram as tendências para u'a maior interdependência entre as nações e que recebeu o nome de globalização. Fecha-se cada vez mais o âmbito daquilo que já foi chamado de aldeia global, graças aos novos recursos da tecnologia e da informática, com seus reflexos políticos, econômicos, sociais e militares. Surge em cena uma nova modalidade sutil e envolvente de poder: o "soft-power", verdadeira arma tornada possível pela globalização da informação, em proveito de interesses nacionais .

 

FORÇAS ARMADAS INOPERANTES - A QUEM INTERESSA?

Vem de ser perpetrada mais uma ação com o objetivo de reduzir, ainda mais, a já diminuta capacidade operacional de nossas Forças Armadas.
Após quase 8 anos de contínuas reduções nos Orçamentos das Instituições Nacionais Permanentes que se destinam à defesa da Pátria, à garantia dos Poderes Constitucionais, e à garantia da lei e da ordem, assistimos ao capítulo final do objetivo, sempre presente nesse período, de desprestigiar as nossas Forças Armadas, impossibilitando-as de cumprirem suas missões Constitucionais.

Estranhamente, esse golpe de misericórdia ocorre em uma conjuntura repleta de indicadores que apontam exatamente no sentido contrário - aumento das ameaças e ações do terrorismo internacional; crescente audácia nas ações dos grupos que integram o crime organizado no País; prenúncios de volta da política do "big stick" por parte da nação mais poderosa do planeta; aumento da instabilidade política em países limítrofes; agravamento dos combates na guerra interna da vizinha Colômbia; e aumento das atividades de narcotraficantes usando meios aéreos, marítimos e terrestres.

Diante desse quadro, que veio se agravando ao longo dos últimos anos, seria de se esperar que tivesse havido uma constante preocupação das autoridades em incrementar a capacidade operacional de nossas Forças Armadas, modernizando-as e mantendo-as em condições de pronto emprego.
Seria, se houvesse uma melhor visão político - estratégica e maior responsabilidade, perante a Nação, por parte de quantos têm o dever de conduzir os destinos da Pátria.
Por completo desconhecimento da importância e da complexidade das atribuições das Forças Armadas, talvez alguns considerem que reduzir seus orçamentos significará apenas menos aviões da Força Aérea transportando autoridades nos fins -de- semana, menos mordomia nas dependências de repouso na Restinga da Marambaia e menos Soldados desfilando nas Paradas Militares de 7 de Setembro.
Na verdade, todos os cidadãos de bom senso e boa fé sabem que buscar, sistematicamente, por anos a fio, reduzir a importância das Forças Armadas, Instituição Nacional de maior credibilidade junto à opinião pública, não lhes dando os meios para assegurar a defesa da Pátria, é um ato suspeito que, com certeza, não favorece ao nosso País.
Que a Nação julgue os responsáveis por tamanha insensatez.
reservaercs@terra.com.br


TOQUE DE SILÊNCIO.
Glacy Cassou Domingues
Grupo Guararapes.

Marx, Engels, Lênin, Stalin, Trotski, Gramsci e etc. e todos seus irmãos de fé, camaradas, devem estar em agradável "happy hour" na dimensão cideral em que se encontram. Só não acredito que seja o céu. Para eles deve ser a glória assistir de camarote, que as idéias destiladas foram tão bem aproveitadas. Não vou tratar dos problemas internacionais, por não interessarem no momento, embora tenham dado sua "forcinha" para que os coloridos tupiniquins conquistassem seu objetivo: tomar o Brasil.

È impressionante como ainda há inocentes que acreditam que o comunismo morreu. È que essa palavra foi trocada por "esquerdas", eufemismo que não assusta. Socialismo também serve.

O grande vitorioso desse "status quo" é Gramsci, Repudiado, combatido, só após sua morte foi aceito pelos mais atilados e hoje, è o grande mestre e herói de toda a filosofia vermelha. As expressões que usava para não assustar e conquistar os mais arredios, hoje, são do dia a dia de qualquer um. Alguém tem algum escrúpulo em falar em hegemonia, direitos humanos, classes sociais, acirramento das diferencias raciais, reforma agrária? Absolutamente. São até estimuladas pela mídia escrita, falada e televisionada. Mídia, o conveniente e conivente Quartel General da filosofia gramsciana.

Os alunos de Gramsci souberam fazer com louvor, suas lições. Uma das maiores ameaças para o êxito total da missão, eram as Forças Armadas, as Polícias Militar e Civil e Federal. E ainda o maior vilão, o SNI. Esse, aquele moço bonito foi com tanta sede ao pote, que lambuzou-se e foi afastado pelos "caras pintadas". Mas, os que lhe sucederam, aprenderam a lição e com moderação, medidas aparentemente de interesse do País, foram gradual e sistematicamente manietando, sufocando e calaram o inimigo

O que resta hoje das eficientes Forças Armadas? Sucateadas, desmanteladas, humilhadas, sem verbas para manutenção de material, para a comida da tropa, obrigadas a diminuir as horas e o tempo regulamentar para a instrução dos efetivos. Agora só servem quando os "camaradas" do MST querem fazer um piquenique na fazenda do Presidente, saqueando as reservas de wiskie ou vinhos e estoques da despensa de S. Excia., porque não recebem diária nem hora extra. O que será que dizem disso seus superiores?

Qual o País que não tem exército? A Suissa? Essa, no contexto mundial não passa de uma grande e conveniente sociedade bancária. Seus milicianos são treinados mais para vigilantes que combatentes. Com certeza para Gramsci e seus seguidores, foi uma grande tristeza não poder contar com tal aliado, pois, o manancial pecuniário é de fazer inveja a quem precisa mais, para mais consciências comprar.

Sempre frizei e repeti, chamei a atenção para que não se desprezasse a inteligência privilegiada dos estrategistas vermelhos , ou esquerdistas, como quiserem.Sinceramente, nunca pensei que chegaria o dia que lamentaria a omissão, conivência, inércia, nem sei que nome de aqueles que tinham como dever não deixar chegar isto acontecer.

Forças Armadas, Instituição que por tabela, para mim foi sempre um exemplo de ordem, disciplina, respeito à hierarquia, escola de respeito à "terra amada,idolatrada" que "se erguer da justiça a clave forte, veras que um filho teu não foge à luta, nem temes quem te adore a própria morte". Será que ainda és "mãe gentil dos filhos deste solo"? Oh, Brasil como é triste o toque de silêncio!Fort. 18/ 07/ 2002-07-18 glacydomingues@fortalnet.com.br


LICENCIAMENTO ANTECIPADO

* Gen Luiz H. de Oliveira Domingues

Vejo transitarem pelo meu PC manifestações apreensivas ou indignadas por mais esse lance em que fica à mostra a situação de penúria de nossas FF AA. Tenho refletido muito sobre isso e começo a lembrar-me de coisas do passado, quando isso já aconteceu.
No Dia do Soldado do ano passado o Gen Gleuber baixou uma Ordem do Dia em que, com muita propriedade, mostrou "Como é difícil ser Caxias". Lembras? Nunca foi fácil e eu tive a petulância de botar em letra de forma muitas das coisas que, ao longo de meus 45 anos de caserna, Meninos, eu vi!O macacão azul em vez da farda, na EPF, o escândalo que fizeram quando o Lott, ministro, pediu 60 milhões de cruzeiros para forragem, tentando evitar que nossa cavalhada morresse de fome para depois gastar-se muito mais para remontar as unidades. Meninos, eu vi! Mas isso não acabou com o Exército porque por trás da penúria, nós mantínhamos acessa a chama que nos levou para o Realengo. Quando o Exército alemão se preparava para derrotar a França em 40 dias, ele não tinha nenhum carro blindado e nem armas sofisticadas, preso ao que estipulava o Tratado de Versalhes. Mas tinha 100 mil quadros e na cabeça uma doutrina de guerra audaciosa e revolucionária. E uma grande motivação para lutar: a revanche de 14/18 que Hitler explorou muito bem.
Quando o positivismo do final do Império e dos primeiros tempos da República nos impôs um Exército de bacharéis que se envergonhavam dos feitos da Guerra do Paraguai, ganha pelos "tabaréus" e pelos Voluntários da Pátria, o Exército ressurgiu com os "jovens turcos", com a Missão Indígena e com a Missão Francesa.
Fomos à Itália para lutar em uma guerra que não era nossa, com uma Força por fazer, quando se dizia que "era mais fácil uma cobra fumar do que a FEB embarcar" e que a Força expedicionária, era "força espera no Rio". E os nossos "caboclinhos", ao custo de muito sangue, aprenderam o ofício e, apesar dos erros, deram seu recado.
Fico mais preocupado quando ouço dizer que os nossos tenente e capitães "não estão nem aí", do que quando dizem que falta dinheiro. Sempre faltou. Estive presente à uma reunião em Brasília (1984?), em que o chefe do DGS - então o Gen Enio de Cavalaria - declarava que não havia verba para fardar a tropa a ser incorporada e, em tom de galhofa, propunha que, já que não se queria diminuir o efetivo a incorporar, que metade dos recrutas recebessem a gandola e a outra metade as calças. Meninos, eu ouvi! E não achei graça nenhuma, como a maioria do auditório. Os galhofeiros - fardados ou não - passam, mas o Exército sobreviverá enquanto, embora achando ser difícil ser Caxias, continuar a fazê - lo, unido, coeso, desprendido, disposto a cumprir a missão, custe o que custar.Um abraço do Raineto.

APOSTANDO NA ESTUPIDES HUMANA
Olavo de Carvalho filósofo

" O mais notável fenômeno psicológico da última década foi o upgrade mundial do discurso comunista, que, por meio da pura alquimia verbal, transmutou o fracasso sangrento de um regime campeão de genocídio em argumento plausível para elevar ao sétimo céu o prestígio e a autoridade moral da causa esquerdista. Foi o maior non sequitur de todos os tempos. Para realizá-lo, os meios empregados foram espantosamente simples.

Primeiro: declarar o comunismo episódio encerrado, de modo a inibir a tentação de estudá-lo, portanto a aptidão de reconhecê-lo no seu estado presente e a vontade de combatê-lo.

Segundo: trocar a palavra "comunismo" por qualquer de seus equivalentes eufemísticos tradicionais ("forças democráticas", etc.), que, na atmosfera de esquecimento geral assim criada, poderiam sem dificuldade passar por novos.

Terceiro: continuar imperturbavelmente a usar as mesmas categorias de pensamento e os mesmos meios de ação do marxismo tradicional, com a perfeita segurança de que ninguém na platéia os reconheceria. (Assim, por exemplo, a lei de quotas raciais é simples aplicação de um velho preceito de Stalin, mas quem lê Stalin hoje em dia?)

Quarto: instigar a hostilidade muçulmana contra Israel e os EUA, de modo a disfarçar a guerra anticapitalista sob o manto de um conflito entre dois conservadorismos, o islâmico e o judaico - cristão. (Para dar credibilidade ao disfarce, bastava apagar certos detalhes do quadro, como por exemplo o fato - omitido em quase toda a grande mídia mundial - de que a gigantesca manifestação ante - israelense e antiamericana de 20 de abril em Nova York não foi organizada por nenhum muçulmano, mas por Brian Becker, comunista linha-dura e colaborador de Fidel Castro.)

Pronto. Com esses poucos truques, a esquerda consegue fazer hoje a opinião pública aceitar as teses marxistas da luta de classes e da supressão completa da oposição conservadora como sinais de moderação e tolerância democrática.

O mundo fica assim dividido em duas categorias de pessoas: as saudáveis, tolerantes e equilibradas, adeptas do comunismo sob qualquer nome que seja, e as radicais, insanas, fanáticas e autoritárias, adeptas de tudo o mais."
O lugar das primeiras é na mídia; o das segundas, na cadeia ou no hospício. Nunca ninguém apostou tanto na estupidez."

"O BRASIL NÃO TEM HERÓIS MILITARES ..."
Cláudio Moreira Bento

"O Brasil não tem heróis militares e por isso transforma jogadores de futebol em ídolos nacionais como Pelé .Precisamos de heróis para mostrar o que somos e de onde viemos ..."

Esta foi declaração em entrevista Recordar é viver ,prestada a Revista Época de 1o de julho de 2002 ,p. 13/17 por Iván Izquierdo , considerado pela citada revista ,"um dos mais ativos cientistas do Brasil que afirma que exercitar a memória é uma das chaves para envelhecer com qualidade e que aos 64 anos exibe uma produção invejável, no sentido de desvendar os mistérios da memória ,assunto sobre o qual já produziu 469 artigos em parceria com 200 colaboradores de 13 paises ."
Queremos crer que o senhor Iván quis se referir que o Brasil não possui heróis militares no presente .E isto em razão de há 70 anos o Brasil não ser palco de revoluções armadas .A última foi a de 1932 liderada por São Paulo, e para os que a promoveram para reconstitucionalizar o Brasil e para os que a combateram para acabar com as oligarquias que tomaram conta do Brasil , consolidada a República em 1895 , depois da Guerra Civil 1893-95 e Revolta de 1/5 da Armada (Marinha) em 1893-94.E mais, a última guerra externa que o Brasil se envolveu foi na 2a Guerra Mundial ,há 57 anos ,com a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália e do 1 Grupo de Caça, O Senta Pua, respectivamente comandados por dois heróis os mais tarde Marechal João Batista Mascarenhas de Morais que teve como seu Oficial de Operações outro herói ,o mais tarde Marechal Humberto Castelo Branco que liderou em 1964 a incruenta Contra Revolução Democrática e, o mais tarde Brigadeiro Nero Moura ,atual patrono da Aviação de Caça do Brasil.
Entre os heróis de nossa FEB ,para nossa alegria, ainda estão vivos os generais Carlos de Meira Mattos e Plínio Pitaluga e muitos outros bravos ,cabendo lembrar, como heróis militares todos os que morreram em ação em defesa do Brasil nos 5 séculos em que se desenvolve o seu processo histórico .
E para eles se aplica este pensamento de Péricles , que viveu em Atenas no Século V antes de Cristo ,que levou o nome de Século de Péricles, o qual se constituiu no apogeu da Civilização e da Democracia grega que ele ajudou a construir como Chefe de Estado de Atenas e um dos seus principais estrategos (generais ) por 14 anos .Péricles grande líder democrata possuía e estimulava veneração pelos gregos tombados em combate em defesa da Pátria ao ponto de declarar :
"Aquele que morre por sua pátria , serve-a mais em um só dia , do que os outros em todas as suas vidas !"
Não acreditamos que o ilustre pesquisador se refira aos heróis militares brasileiros do passado que ajudaram a reconhecer ,explorar, delinear ,ocupar nosso Brasil de dimensões continentais e depois a manter a Unidade , a Integridade e a Soberania do Brasil entre tantas ameaças armadas sofridas e vencidas pelos brasileiros , sem uma derrota siquer .
E isto temos demonstrado a exaustão no site da Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) www.resenet.com.br/users/ahimtb e em sua Revista Eletrônica ,em História ,no site www.militar.com.br etc .E também o demonstra a rica produção editorial da Biblioteca do Exército Editora entre outras.

Por estas fontes ficara claro que as Forças Armadas do Brasil e sua Forças Auxiliares possuem a Memória Militar Brasileira bem cultivada e cultuada bem como a de seus heróis que contribuíram ,para orgulho dos brasileiros do Brasil haver sido invicto em todas as guerras a que foi obrigado a participar. E confirmar é obra de simples raciocínio e verificação de quem sinceramente desejar conhecer a enorme lista de heróis militares brasileiros do passado.
Lembro que o mestre Gilberto Freire ,no discurso inaugural ,em 19 de abril de 1971, do Parque Histórico dos Guararapes ,local onde despertou, na vitória contra o invasor holandês , o espirito de Força Armada e da Nacionalidade brasileiras , que depois de exaltar os heróis das Batalhas dos Guararapes que haviam assegurado a" Unidade do Brasil de ser um só e não dois ou três hostis entre si ...." e que deste modo contribuíram para a criação de um clima de paz, tranqüilidade e segurança para o Brasil ,tornando possível ,hoje ,para a alegria geral das atuais gerações, o surgimento de heróis populares na música e nos esportes como os reis Roberto Carlos e Pelé , e agora os 4 R da constelação formadora da magna Seleção Penta campeã de Futebol e Airton Sena , Guga etc..
Acreditamos que não fora a contribuição com suas vidas ,sangues , sacrifícios ingentes, saudades ,renúncias de heróis militares brasileiros , ao longo de nosso processo histórico, não desfrutaria o Povo Brasileiro, do clima de, tranqüilidade, paz e alegria que auxiliaram Brasil se constituir na maior democracia racial e espiritual mundial e o pais do Futebol e do Carnaval e da Paz .
É isto ai ! Queremos crer que o Dr Iván Izquierdo se referiu a heróis militares no presente e não no passado .E se referiu ao passado, foi por desconhecer a Memória Militar Brasileira que os militares brasileiros preservam e cultuam e a enfatizam ao ponto do Exército possuir como seu Objetivo n o 1 Atual:
"Pesquisar, preservar, divulgar e cultuar a memória histórica, as tradições e os valores morais, culturais e históricos do Exército."
E a esta tarefa aos 70 anos ,nos entregamos de corpo e alma ,divulgando a nossa rica História Militar Terrestre do Brasil e mantendo assim também a nossa memória em exercício constante, e contribuir para a preservação da Memória Militar do Brasil para usá-la a serviço do melhor desempenho constitucional do Exército ou de instrumento orientador em lições , para evitar-se outros conflitos no futuro !


CONSIDERAÇÕES FINAIS HISTÓRICAS DA AHIMTB

O prezado leitor acabou de ler variadas opiniões sobre o sufoco das Forças Armadas, em decorrência de seu restrito orçamento que forçou, no caso, o Exército ,a tomar medidas drásticas ,talvez sem precedentes , desde que foi implementado em 1916 o Serviço Militar Obrigatório.
Opiniões das quais o leitor interessado e inteligente poderá concluir algo ,na falta de uma informação oficial esclarecedora , que atenda o princípio : Manter a tropa bem informada !
E por oportuno faremos as seguintes considerações históricas sobre o processo sutil ou disfarçado de erradicação de que o Exército vem sendo submetido desde a Abdicação de D.Pedro I conforme aborda o insuspeito Edmundo de Campos O Exercito em busca da Identidade. na Sociedade Brasileira
E sobre o esforço do Exército para consolidar a Democracia que ele ajudou a salvar com a Contra Revolução de 1964 é eloqüente e diríamos imperdível a obra Militares e a política na Nova Republica organizada por Celso Castro e Maria Celina de Araujo da FGV.
Em 7 de abril de 1831 o Exército depois de apoiar as forças políticas que forçaram a Abdicação, como alternativa para salvar a Monarquia ,por instrumento na época de garantia da Unidade Nacional, ele passou a ser alvo do maior esforço erradicador . Fato que motivaria a maior guarnição do Exército a da Província do Rio Grande do Sul a promover, em aliança com charqueadores e fazendeiros gaúchos sufocados por escorchantes impostos sobre o charque e légua de campo a promoverem a Revolução Farroupilha e um ano depois proclamarem a República Rio Grandense 1836-45 .Fato que abordamos em detalhes em O Exército Farrapo e seus chefes Rio de Janeiro:BIBLIEx,1992.2v) .
E para dominá-la bem como as outras revoluções do período de caos que se seguiu a Abdicação, foi necessário ressuscitar o Exército que sob a liderança do Duque de Caxias ,atual patrono do Exército e da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e segundo visão de Barbosa Lima sobrinho de mereceria Caxias ser patrono do Instituto da Anistia ao pacifica - las , o que fez com grandeza e patriotismo ,evitando que o Brasil se transformasse numa colcha de pequenas republicas hostis entre si
Foi no período difícil para o Brasil de 1831/71 de lutas internas e externas , que ingleses pressionaram Roraima terminando por conquistar a região do Pirara e, junto com franceses tentaram induzir os revoltosos cabanos a desligarem a Amazônia do Império do Brasil e quando foi ocupado mais uma vez por franceses o Amapá .E no Sul os ditadores Oribe e Rosas tentando que os farrapos se desligassem do Império .E sem esquecermos os Estados Unidos que durante a Guerra contra Oribe e Rosas e a do Paraguai pressionaram fortemente o Império para a abertura do Amazonas à livre navegação .Enfim foram desafios vencidos com galhardia e nos quais o Exército e suas lideranças tiveram marcante papel .
Terminada a Guerra do Paraguai o Exército foi alvo de violenta política de erradicação e em cujo contexto surgiu o bacharelismo militar pelo Regulamento de Ensino do Exército de 1874.
E por 31 anos o ensino no Exército foi um grave equivoco , ao criar a figura do bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas divorciado da sua finalidade fim a Defesa Militar do Brasil .Situação que perdurou até o Regulamento de 1905 ,ponto de inflexão do bacharelismo militar para o profissionalismo militar que até hoje se sustenta, deixando no entanto entulhos do bacharelismo, somente removidos pelo regulamento de ensino de 1944, implementado na estão Escola Militar de Resende.
E sob o reinado do bacharelismo militar iniciado em 1874 , ocorreram a Guerra Civil 1893/95 em ligação com a Revolta de 1/5 na Armada 1893/94 e mais tarde a Guerra de Canudos em 1897 , nas quais o Exército por conta do processo de erradicação combinado com a influência do bacharelismo e do positivismo revelou operacionalidade inferior aos revoltosos e muito a quem da que apresentara na Guerra do Paraguai E esta com base na Doutrina Militar adotada por Caxias em 1862 ao adaptar com apoio nas experiências militares que vivenciara no comando de 4 campanhas internas e 1 externa as realidades operacionais do Brasil a Doutrina do Exército de Portugal de forte influência inglesa .E isto foi facilitado por seu status de senador e Presidente do Conselho de Ministros .
E este jogo equivocado iniciado em 1874 começou a ser virado ainda em 1898 pelo Ministro da Guerra Marechal João Nepomuceno Medeiros Mallet que criou o Estado -Maior do Exército e a Fábrica de Pólvora sem Fumaça em Piquete -SP Paulo. Chefe e que na aguda falta de recursos financeiros utilizou largamente os cérebros dos integrantes do Exército no sentido da elaboração de planos e de um Corpo de Doutrina a ser implementado tão logo os recursos fossem mais favoráveis .
E de 1898 a 1945 teve lugar a Reforma Militar fruto de um hercúleo, persistente e sofrido esforço de profissionais militares do Exército traduzido pela elevação dos baixos padrões de operacionalidade revelados em Canudos ,por conta do bacharelismo militar aos da Força Expedicionária Brasileira , na Itália . Ali a FEB fez boa figura ,e de igual para igual ,ao lutar contra ou em aliança ,em Defesa da Democracia e da Liberdade Mundial, com parcelas dos melhores exércitos do mundo ali presentes.
E para isto foi impositivo uma trabalhosa difícil e continua escalada para conquista de um grau elevado de capacidade operacional do Exército; Criação da Escola de Guerra em Porto Alegre 1906;Manobras no Curato de Santa Cruz ;Criação dos Tiros de Guerra 1906;Rearmamento do Exército em 1908 e criação de Brigadas Estratégicas ;Estágios de oficiais no Exército da Prússia 1910/12;criação da Liga de Defesa Nacional e da Revista A Defesa Nacional 1913 ;adoção do Serviço Militar Obrigatório em 1916 ; extinção da Guarda Nacional 1918 ;envio de oficiais para lutarem ao lado dos aliados na 1a Guerra Mundial para atualizarem o Exército nas novidades bélicas surgidas; Missão Indígena na escola Militar do Realengo 1919-21com oficiais selecionados em concurso ; contrato de Missão Militar Francesa 1920-39 para nossa nascente Força Aérea e para Exército e tudo com limitados recursos e interferindo neste esforço, as revoluções de 1922,1924 , combate a Coluna Miguel Costa Prestes 1924/26 e revoluções de 1930 e 1932 .Durma-se com este um barulho !
E todos estes desafios foram respondidos com galhardia e espírito militar .Enfrentaram os militares daquela geração e venceram as dificuldades" sem jogarem a toalha no chão ", não permitindo com criatividade, que faz lembrar os vencedores da 1a Batalha dos Guararapes, que formaram a caminho da batalha , movidos por amor a pátria Brasil que despertava e compensaram a vantagem material do inimigo, com as forças morais que os animavam e assim traduzida num diálogo na troca de prisioneiros entre o Major Antônio Dias Cardoso que focalizamos em nosso livro As batalhas dos Guararapes análise e descrição militar .Recife:UFPE,1971 e um Oficial holandês .O holandês ."Na próxima batalha nó venceremos pois lutaremos dispersos como vocês lutaram ? Dias Cardoso ."Será melhor para nós ,pois cada soldado nosso é no campo de batalha um capitão e cada soldado de vocês exige um capitão para obrigá-lo a combater !"
E constatar a garra dos quadros do Exército no período 1898/1945 é obra de simples raciocínio e verificação da nossa História Militar , lamentavelmente ignorada pelos não integrantes das FFAA.
História Militar do Brasil que segmentos das elites políticas ao que parece, e da Mídia e do Magistério ,salvo melhor juízo ,fazem questão de ignorar , mas de palpitar soluções sem conhecimento de causa e sem ouvir os que por dever imposto pela Constituição cuidam muito bem desta parte .
Assunto que lideranças políticas , Mídia e Magistério das grandes potências, potências e grandes nações participam conhecem e debatem , conscientes do que disse certa feita o um famoso ministro de e França mais ou menos assim : "A Defesa Nacional é assunto muito sério para ser deixado por conta só dos militares .Nelas , em suas faculdades de História ,estuda-se criticamente a História Militar do pais em detalhes .No Brasil ao contrário , o assunto é desconhecido nas nossas faculdades e a Mídia em geral discrimina o assunto e os que sobre ele escrevem ou se dedicam a pesquisa-la a procura de lições que elas sugerem . E do apoio das editoras a obras de cunho histórico militar nem pensar .Quem já assistiu um programa de TV que aborde assuntos de História Militar do Brasil que tem o orgulho de não assinalar em sua História nem um insucesso. E também orgulho por ter a consciência que as dimensões continentais do Brasil são devidas em grande parte a vigilância dos militares portugueses e depois brasileiros .
E todo este suicida preconceito contra o Exército, não de parte do povo onde sua credibilidade é altíssima mas de parte de alguns segmentos bem definidos de elites políticas, da Mídia e do Magistério teve seu início ,ao que parece, na revolta contra o Exército que apoiou D.Pedro I na outorga da Constituição de 1824 ,cuja substituição em 1889 pelo Exército ,foi incoerentemente lamentada pelos seguidores dos que protestaram contra sua outorga pois agora a achavam excelente .
Nas lutas fratricidas da Regência Caxias atual patrono do Exército as pacificou e lutou pela Anistia sincera ,pedindo maldição para os que recordassem antigas divergências. Enfim colocar uma pedra sobre o passado. Mas em que pese a Contra Revolução Democrática estar prestes a completar 40 anos, a Anistia decorrente para os que tentaram se apossar do Governo pela luta armada nas cidades e no campo e para os que os combateram tem sido na pratica uma rua de mão única, dominada pelos primeiros que receberam indenizações Tc e continuam a fustigar a Grande Barreira que foi o Exercito a seu avanço com atitudes abordadas pelos diversos articulistas que constam deste Guararapes 34 .
"E isto nos leva a pensar Como é difícil ser Caxias! "
Então só resta a esperança que este quadro injusto contra o Exército no caso ,que ocorra com o tempo a reversão deste quadro baseado no pensamento de um filósofo que ao ser suplicado por afirmar que a terra era redonda e se movia e afirmou para seus carrascos :


A verdade é filha dos tempos e não da autoridade !