SUMARIO
Mouros a Costa -Por Jarbas passarinho
A Crise de Orçamento das Forças Armadas Por Carlos
de Meira Matos .As Forças Armadas do Brasil no III Milênio-
Por Raymundo Negrão Torres.O sufoco orçamentário
das Forças Armadas do Brasil - Por Luiz Carlos Carneiro de
Paula. FFAA inoperantes a quem interessa ?Grupo Reserva.Toque de
Silêncio por Glacy Domingues .Licenciamento antecipado Pr
Gen Luiz H.de Oliveira Domingues .O Brasil não possui heróis
militares- Por O Guararapes.Apostando na estupidez humanas .Por
Olavo de Carvalho e Diversos
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INTRODUÇÃO
Tem chegado a Academia de História Militar Terrestre preocupações
de parte de seus associados e outros a procura de uma explicação
histórica da razão da carência sem precedentes
de recursos para as nossas Forças Armadas, não tendo
a Academia elementos para responder com segurança sobre
este grave problema. E nos vem a mente que talvez exista uma razão
relevante de Estado que o Presidente e o seu Ministro da Fazenda
de famílias como exponenciais generais de nosso Exército
, como o Sr Presidente bisneto, neto, sobrinho neto , filho e
primo de ilustres generais dos quais 2 ex ministros da Guerra
e o Sr Ministro Malan neto, sobrinho e primo de assinalados generais
,não tenham conseguido dotar nossas Forças Armadas
do mínimo de recursos indispensáveis para a sua
vida normal , sem chegar-se as drásticas medidas de negativos
reflexos na operacionalidade de nossas Forças Armadas.
E assim a seguir O GUARARAPES passa a seus leitores o que pensam
seus membros ilustres seu patrono de cadeira Cel Jarbas Passarinho,
seu acadêmico emérito General Carlos de Meira Matos
e seus acadêmicos General Raymundo Negrão Torres
e Coronel Luiz Carlos Carneiro de Paula ,um Boletim de um grupo
de Oficias da Reserva , Glacy Domingues eo O Gen Luiz de Oliveira
Domingues mais uma visão do filosofo Olavo de Carvalho
e por fim uma resposta a entrevista a Epoca de um intelectual
afirmando que o Brasil não possui heróis militares
.As perguntas mais comuns que nos dirigem os companheiros e não
entenderem que o Exército instituição que
possui maior índice de credibilidade popular ser tratado
por certas lideranças e grande parte da Mídia como
tropa de ocupação . E ai estão analises de
militares reformados e intelectuais exponenciais como Jarbas Passarinho,
Meira Mattos e Negrão Torres etc.Escutemos o que nos dizem
! Informação é liberdade de escolha !
MOUROS À COSTA
Jarbas Passarinho (x)
O papel da Forças Armadas foi objeto de ampla discussão
durante a Constituinte de 1987/88. O debate travou-se especificamente
na comissão temática que tratou da defesa do Estado.
A Constituinte caracterizava-se por revogar tudo o que proviesse
do passado recente.
Para a esquerda, tudo - mesmo que útil - do período
militar deveria ser varrido, como "entulho autoritário
Decidida a vingar-se da contra-revolução de 1964,
empenhava-se em retirar das Forças Armadas a responsabilidade
pela ordem interna.
De outro lado, os conservadores desejavam manter a redação
que, com mínima variação, era a mesma desde
a primeira Constituição republicana de 1891, no
seu artigo 14: "As forças de terra e mar são
instituições nacionais permanentes, destinadas à
defesa da Pátria no exterior e à manutenção
das leis no interior."
A norma constitucional ganhou força de tradição,
repetida que fora nas Constituições até 1988.
Mantida pelo voto da maioria da comissão e confirmada no
plenário, modificou-se quanto à iniciativa do poder
constitucional de convocá-las, mas confirmado o comando
supremo ao presidente da República.
A ambigüidade, que poderia provocar disputa entre os Três
Poderes, foi disciplinada por lei complementar oportunamente.
Embora o objetivo real da esquerda fosse prevenir o envolvimento
dos militares nos assuntos internos, procurava camuflá-lo
levantando a tese da necessidade de economizar os investimentos
militares, que, no seu entender, não mais se justificavam
depois da 2.ª Guerra Mundial.
Ora, ainda em 1968, ouvi do presidente Costa e Silva que no seu
governo não comprara um só fuzil. Defendia-se ele
de rumores vindos dos arraiais da oposição de que
se gastava demasiado com as Forças Armadas, sob pretexto
de segurança nacional.
Em 1970, participei da Atlantic Conference, a convite de congressistas
norte-americanos. Um deles propôs o fim do Acordo Militar
Brasil-Estados Unidos, de 1952.
O Brasil não recebia de graça o armamento e navios
desativados depois da 2.ª Guerra Mundial pelos Estados Unidos.
Pagávamos tudo a preços, de fato, favorecidos.
Usando dados de um hearing no Senado americano, mostrei-lhe o
total dos subsídios concedidos pelos Estados Unidos desde
1952, quando o presidente Getúlio Vargas assinou o acordo.
Comparei - o com o investimento do Brasil, só naquele ano
de 1970, em educação.
Este era muitas vezes maior, o que evidenciava a pobreza dos gastos
com a segurança nacional, mesmo incluída a compra
de material obsoleto americano.
Muitos anos depois, no plenário do Senado Federal, em face
de igual velada censura de supostos gastos excessivos com a segurança
nacional, exibi um quadro estatístico publicado pelo Centro
de Estudos Estratégicos Inglês.
Nele, o Brasil aparecia como o 68.º país do mundo
em despesas militares, considerando a relação entre
os recursos orçamentários e a sua população.
Era proporcionalmente também o menor investimento militar
na América Latina.
O equívoco dos críticos vem, pois, de longe. Se
antes os orçamentos dos ministérios militares eram
modestos, depois tornaram-se insuficientes.
Na Constituinte, tudo referente aos militares foi objeto de restrição,
a ponto de lhes serem omitidos direitos como 13.º salário
e até férias, o que foi corrigido na Comissão
de Redação, graças a uma violência
regimental apoiada firmemente pelo deputado Ulysses Guimarães,
que a presidia. A aversão era tal que segurança
passou a ser vocábulo maldito. Passou a defesa.
Em 1992, no governo Collor, visitei o II Exército, em missão.
Tomei, então, conhecimento de que os recrutas já
deviam chegar ao QG com o café da manhã tomado e
que eram dispensados, sem almoço, no início da tarde.
Já era tempo de escassez. Guardava-se, porém, a
tradição da presença de ministros militares
no Ministério presidencial.
Havia quatro pastas militares Seguiu-se indisfarçavel e
deliberada política revanchista, depois da breve gestão
de Itamar Franco. Criado o Ministério da Defesa, nenhum
militar mais integrou o ministério. Restava ainda uma farda
junto ao presidente da República: a do chefe do Gabinete
Militar. Já deixou de ter esse nome, trocado por outro
que exclui a referência castrense.
Da perda de status e do advento da escassez orçamentária,
chegamos aos dias de penúria de hoje, dos cortes injustificáveis
de recursos de manutenção das Forças Armadas.
O comandante do Exército sentiu-se obrigado a propor ao
ministro da Defesa o licenciamento, ao fim deste mês, de
44 mil recrutas (90% do contingente incorporado em março),
o que se daria só ao final de novembro, e a adiar a convocação
do segundo grupo do serviço militar obrigatório.
Isso como parte apenas das medidas de contenção,
que ainda incluem a suspensão de alguns dos benefícios
legais de que desfrutam normalmente os civis e a redução
das despesas - já mínimas - de comemoração
de efemérides que são parte indissociável
da História pátria.
Sem o risco de dominar-me o delírio, antevejo nisso tudo
uma estratégia de mudar o papel das Forças Armadas
sem emendar a Constituição, o que seria mais apropriado
que vencer pela inanição.
Ilustrativo é o caso do Ministério Público
Federal, que ajuizou, no Rio de Janeiro, uma ação
para impedir a aplicação de punições
às transgressões disciplinares de militares, o que
transformaria o Exército, a Marinha e a Aeronáutica
em bandos ou milícias. Logrou obter liminar em primeira
instância, suspensa pelo presidente do TRF da 2.ª Região.
Mais do que mudar o papel das Forças Armadas, querem suprimi-las
os que as julgam desnecessárias, ou trêfegos comentaristas
de TV que reclamam sejam elas destinadas a ajudar o desenvolvimento
econômico e social do País em missões que
eles não sabem sequer definir. Há mouros à
costa.
(x)Jarbas Passarinho, presidente da Fundação
Milton Campos, foi senador (PPB-PA) e ministro de Estado e é
patrono em vida de cadeira na Academia de História Militar
Terrestre do Brasil e Coronel Art QEMA Reformado
A CRISE ORÇAMENTÁRIA NAS FORÇAS ARMADAS
Acadêmico Emérito Carlos de Meira Mattos
O mirrado orçamento da Defesa sofreu o segundo corte este
ano. Tão pesadas reduções de despesas obrigaram
as nossas três Armas -Exército, Marinha e Aeronáutica-
a reduzirem a um nível extremamente preocupante suas capacidades
operacionais.
Sabemos, estamos cansados de saber, que o atual governo não
tem sensibilidade para os problemas de defesa nacional, e isto
ele vem demonstrando há quase oito anos. Sabemos também
que os cortes orçamentários, sob a alegação
da necessidade de redução indispensável de
despesas, não atingem os interesses eleitoreiros da equipe
que ocupa o Palácio do Planalto.
Em termos de "Política com P maiúsculo",
ou de estadismo, é uma inconsciência ignorar a importância
das Forças Armadas no contexto de uma política nacional.
O Brasil é uma potência média, possuidor do
quarto patrimônio geográfico em extensão do
mundo, da sexta população mais numerosa do planeta,
alcançou uma posição de relevo entre as dez
maiores economias e foi capaz de fundir numa cultura homogênea
os seus traços de miscegenação racial.
Não somos uma pequena nação inexpressiva
no concerto mundial. Temos muito a preservar e muitíssimos
interesses a defender neste jogo de ambições da
política internacional.
Neste jogo de disputas nada ético que revela a política
internacional, o que pesa é poder nacional, e o poder nacional
tem como atributo inseparável o poder militar. Todos os
grandes estadistas do mundo e do Brasil entenderam esse truísmo.
Para citarmos entre os brasileiros, destacamos Rio Branco, Calógeras,
Getúlio Vargas e Castelo Branco.
Os políticos geralmente não entendem a extensão
do poder. Perguntaram ao ex-presidente dos EUA Woodrow Wilson,
professor emérito de ciência política da Universidade
de Princeton, qual a diferença entre um estadista e um
político. Respondeu ele: "O estadista é aquele
que tem a preocupação permanente com os interesses
da nação, o político tem seus interesses
vinculados ao partido e aos seus problemas pessoais".
Não somos uma pequena nação inexpressiva.
Temos muito a preservar e muitíssimos interesses a defender
A maioria de nossos políticos não é capaz
de entender a abrangência da política nacional. Por
isso, não compreende a importância das Forças
Armadas. Repete como realejo o falso conceito de que, "como
não temos um inimigo visível, não precisamos
de Forças Armadas". Ignora as lições
da história e do mundo contemporâneo. Ignora os interesses
internacionais do Brasil. Pretende que defendamos os nossos interesses
essenciais, no âmbito regional e mundial, sem nos apresentarmos
como a potência média que somos, revestida da plenitude
de nossos atributos de poder.
Seria insano querermos competir em poder militar com as grandes
potências. O nosso poder militar tem que ser adequado à
nossa qualificação de potência média,
que, no tumulto de disputas antagônicas e ambições
ocultas do mundo atual, seja capaz de nos garantir uma posição
ativa, para fazer respeitar e a defender os interesses nacionais.
É preciso não esquecer o princípio basilar
de que o poder e a Justiça sem a reserva da força
são inoperantes.
A existência da força nas disputas internacionais
de interesses, de desdobramentos sempre imprevisíveis,
é um argumento de persuasão ou de dissuasão,
atuante muito antes de precisar ser empregada. Quase sempre evita
o seu emprego, o que seria a guerra.
A força do adversário nessas disputas representa,
no mínimo, um "preço a pagar" que o lado
contrário tem que avaliar se vale a pena ser pago. Basta
observar o quadro de disputas no cenário mundial para se
convencer de que é o poder militar de dissuasão
de países menos poderosos, impondo um "preço
a pagar", que vem contendo o avanço das conquistas
dos mais poderosos.
Nossas responsabilidades com o passado, com as aspirações
legítimas do presente e das gerações vindouras
está impondo aos candidatos que disputam a futura chefia
do governo vir proclamar à nação como entendem
e quais os seus projetos sobre a defesa nacional. Os candidatos
à Presidência da República pretendem ser estadistas,
devem prová-lo que o são.
Carlos de Meira Mattos, 89, general reformado do Exército
e veterano da Segunda Guerra Mundial, é doutor em ciência
política e conselheiro da ESG (Escola Superior de Guerra).
AS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL DO III MILÊNIO
Acadêmico Raymundo Maxiamiano Negrão Torres
Para situarmos e avaliarmos o papel de nossas Forças Armadas
nesse início do Terceiro Milênio, teremos - antes
de tudo - que considerar quais seriam o papel e a posição
do Brasil, por sua dimensão continental, sua posição
geoestratégica e seu potencial econômico nesse complicado
mundo do século XXI? Uma potência de 2ª ordem,
dependente e periférica, ausente da mesa das grandes Um
estudioso americano, Ray S. Cline tentou sintetizar o Poder Perceptível
(PP) de uma Nação em uma fórmula muito popular
há anos atrás. Segundo Cline, esse poder seria o
somatório do Potencial (Po) (massa crítica), mais
o Poder Econômico (PE) mais o Poder Militar (PM), tudo isso
multiplicado por dois fatores fundamentais: Estratégias
de Ação (EA)(saber o que quer e querer o que pode)
e Vontade Nacional.(VN) [ PP = ( PO + PE + PM ) ( EA + VN ) ]
Se procurássemos aplicar ao Brasil de hoje a fórmula
de Cline o resultado, provavelmente, seria tão desanimador
quanto os relatórios que nos manda a ONU e que certa imprensa
esmera-se em considerar definitivos, malgrado nossas precaríssimas
estatísticas. O conhecimento e a avaliação
de nossas potencialidades têm crescido substancialmente,
graças aos modernos recursos tecnológicos que esmiúçam
nosso ecúmeno cada vez mais alargado. Nosso poder econômico,
apesar de todos os erros cometidos, nos coloca entre as dez maiores
economias do planeta. Mas, nossa Expressão Militar, em
termos mundiais, paradoxalmente, decresce à medida que
cresce nossa estatura estratégica.
Mas é no exame dos itens multiplicadores que esbarra qualquer
perspectiva de um resultado mais alentador. Há muito tempo
- seguramente a partir do 2º choque do petróleo -
parece que os sucessivos governos viram-se perdidos entre o não
saber o que querer e o querer mais do que podiam. O ímpeto
modernizador e reformista que levou aos esperançosos tempos
do "milagre brasileiro" conheceria o irrealismo do 2º
PND e acabaria freado pelas vicissitudes da conjuntura internacional.
Quando esta se modificou favoravelmente, já nos encontrávamos
perdidos em nossas perplexidades internas, entregues a lideranças
cansadas pelos anos de autoritarismo ou imobilizados pelas fatalidades
que nos levaram à maldição dos vice-presidentes
calamitosos. Espancado por anos de inflação galopante
e por mais de uma década de retrocesso, o moral nacional,
entibiado e desalentado, passou a traduzir uma Vontade Nacional
conformista e até derrotista.
Eis que no limiar do 3º milênio, uma reengenharia da
moeda realiza o "milagre" de um longo período
de relativa estabilidade da moeda, sob a batuta do "bruxo"
do Plano Real, levado à presidência por uma surpreendente
combinação política capaz de colocar no mesmo
palanque os fisiologistas do PFL, alguns socialistas envergonhados
e os cristãos-novos do neoliberalismo. Mas com o presidente
pós-marxista, aboleta-se no governo uma fauna não
liberta de seu esquerdismo juvenil e um punhado de revanchistas.
Parte da esquerda julga-se traída e junta-se aos oportunistas
do Congresso para tornar mais difícil a tarefa de reformar
o Estado e de consolidar a inserção do país
nos novos tempos da economia mundial. Os gastos públicos
não contidos aumentam a dívida interna e elevam
os juros. O ajustamento à estabilidade faz-se com o aumento
do desemprego e com riscos para a confiabilidade do sistema financeiro,
montado sob a viciosa euforia da ciranda inflacionária.
E o Moral Nacional, que recebera um alento, volta a ser erodido
pela queda da popularidade do presidente e pelo revanchismo da
esquerda radical que, com o apoio da imprensa sensacionalista
na ânsia de vender jornal, esquece a anistia e renova as
afrontas aos militares e os atritos com as Forças Armadas.
E a indispensável coesão da frente interna, necessária
a apoiar a presença do Brasil na Nova Ordem Mundial, fica
na dependência das infindáveis discussões
sobre as reformas do Estado, a reeleição - afinal
conseguida, mas com duvidoso proveito - e de uma liderança
firme que o nosso atual mandatário nunca demonstrou possuir
ou vontade de exercer.
E a partir daí, chega-se à pergunta: qual afinal
o papel das Forças Armadas brasileiras nessa complicada
conjuntura, sensivelmente agravada ao final do mandato do Sr.
Fernando Henrique Cardoso?
O fim da Guerra Fria, com o colapso do mundo soviético
foi o fato marcante do final do século passado que viu
também o renascer dos nacionalismos e o reacendimento de
antagonismos históricos. De outra parte, assistimos aos
esforços para a consolidação de uma União
Européia, com objetivos tão amplos que muitos duvidam
de sua exeqüibilidade e de seus resultados.
A fragmentação da União Soviética
e o fim da bipolarização do poder mundial acentuaram
as tendências para u'a maior interdependência entre
as nações e que recebeu o nome de globalização.
Fecha-se cada vez mais o âmbito daquilo que já foi
chamado de aldeia global, graças aos novos recursos da
tecnologia e da informática, com seus reflexos políticos,
econômicos, sociais e militares. Surge em cena uma nova
modalidade sutil e envolvente de poder: o "soft-power",
verdadeira arma tornada possível pela globalização
da informação, em proveito de interesses nacionais
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FORÇAS ARMADAS INOPERANTES - A QUEM
INTERESSA?
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Vem de ser perpetrada mais uma ação com o objetivo de
reduzir, ainda mais, a já diminuta capacidade operacional de
nossas Forças Armadas.
Após quase 8 anos de contínuas reduções
nos Orçamentos das Instituições Nacionais Permanentes
que se destinam à defesa da Pátria, à garantia
dos Poderes Constitucionais, e à garantia da lei e da ordem,
assistimos ao capítulo final do objetivo, sempre presente nesse
período, de desprestigiar as nossas Forças Armadas,
impossibilitando-as de cumprirem suas missões Constitucionais.
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Estranhamente, esse golpe de misericórdia ocorre em uma conjuntura
repleta de indicadores que apontam exatamente no sentido contrário
- aumento das ameaças e ações do terrorismo internacional;
crescente audácia nas ações dos grupos que integram
o crime organizado no País; prenúncios de volta da política
do "big stick" por parte da nação mais poderosa
do planeta; aumento da instabilidade política em países
limítrofes; agravamento dos combates na guerra interna da vizinha
Colômbia; e aumento das atividades de narcotraficantes usando
meios aéreos, marítimos e terrestres.
Diante desse quadro, que veio se agravando ao longo dos últimos
anos, seria de se esperar que tivesse havido uma constante preocupação
das autoridades em incrementar a capacidade operacional de nossas
Forças Armadas, modernizando-as e mantendo-as em condições
de pronto emprego.
Seria, se houvesse uma melhor visão político - estratégica
e maior responsabilidade, perante a Nação, por parte
de quantos têm o dever de conduzir os destinos da Pátria.
Por completo desconhecimento da importância e da complexidade
das atribuições das Forças Armadas, talvez alguns
considerem que reduzir seus orçamentos significará apenas
menos aviões da Força Aérea transportando autoridades
nos fins -de- semana, menos mordomia nas dependências de repouso
na Restinga da Marambaia e menos Soldados desfilando nas Paradas Militares
de 7 de Setembro.
Na verdade, todos os cidadãos de bom senso e boa fé
sabem que buscar, sistematicamente, por anos a fio, reduzir a importância
das Forças Armadas, Instituição Nacional de maior
credibilidade junto à opinião pública, não
lhes dando os meios para assegurar a defesa da Pátria, é
um ato suspeito que, com certeza, não favorece ao nosso País.
Que a Nação julgue os responsáveis por tamanha
insensatez.
reservaercs@terra.com.br
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TOQUE DE SILÊNCIO.
Glacy Cassou Domingues
Grupo Guararapes.
Marx, Engels, Lênin, Stalin, Trotski, Gramsci e etc. e todos
seus irmãos de fé, camaradas, devem estar em agradável
"happy hour" na dimensão cideral em que se encontram.
Só não acredito que seja o céu. Para eles deve
ser a glória assistir de camarote, que as idéias destiladas
foram tão bem aproveitadas. Não vou tratar dos problemas
internacionais, por não interessarem no momento, embora tenham
dado sua "forcinha" para que os coloridos tupiniquins
conquistassem seu objetivo: tomar o Brasil.
È impressionante como ainda há inocentes que acreditam
que o comunismo morreu. È que essa palavra foi trocada por
"esquerdas", eufemismo que não assusta. Socialismo
também serve.
O grande vitorioso desse "status quo" é Gramsci,
Repudiado, combatido, só após sua morte foi aceito
pelos mais atilados e hoje, è o grande mestre e herói
de toda a filosofia vermelha. As expressões que usava para
não assustar e conquistar os mais arredios, hoje, são
do dia a dia de qualquer um. Alguém tem algum escrúpulo
em falar em hegemonia, direitos humanos, classes sociais, acirramento
das diferencias raciais, reforma agrária? Absolutamente.
São até estimuladas pela mídia escrita, falada
e televisionada. Mídia, o conveniente e conivente Quartel
General da filosofia gramsciana.
Os alunos de Gramsci souberam fazer com louvor, suas lições.
Uma das maiores ameaças para o êxito total da missão,
eram as Forças Armadas, as Polícias Militar e Civil
e Federal. E ainda o maior vilão, o SNI. Esse, aquele moço
bonito foi com tanta sede ao pote, que lambuzou-se e foi afastado
pelos "caras pintadas". Mas, os que lhe sucederam, aprenderam
a lição e com moderação, medidas aparentemente
de interesse do País, foram gradual e sistematicamente manietando,
sufocando e calaram o inimigo
O que resta hoje das eficientes Forças Armadas? Sucateadas,
desmanteladas, humilhadas, sem verbas para manutenção
de material, para a comida da tropa, obrigadas a diminuir as horas
e o tempo regulamentar para a instrução dos efetivos.
Agora só servem quando os "camaradas" do MST querem
fazer um piquenique na fazenda do Presidente, saqueando as reservas
de wiskie ou vinhos e estoques da despensa de S. Excia., porque
não recebem diária nem hora extra. O que será
que dizem disso seus superiores?
Qual o País que não tem exército? A Suissa?
Essa, no contexto mundial não passa de uma grande e conveniente
sociedade bancária. Seus milicianos são treinados
mais para vigilantes que combatentes. Com certeza para Gramsci e
seus seguidores, foi uma grande tristeza não poder contar
com tal aliado, pois, o manancial pecuniário é de
fazer inveja a quem precisa mais, para mais consciências comprar.
Sempre frizei e repeti, chamei a atenção para que
não se desprezasse a inteligência privilegiada dos
estrategistas vermelhos , ou esquerdistas, como quiserem.Sinceramente,
nunca pensei que chegaria o dia que lamentaria a omissão,
conivência, inércia, nem sei que nome de aqueles que
tinham como dever não deixar chegar isto acontecer.
Forças Armadas, Instituição que por tabela,
para mim foi sempre um exemplo de ordem, disciplina, respeito à
hierarquia, escola de respeito à "terra amada,idolatrada"
que "se erguer da justiça a clave forte, veras que um
filho teu não foge à luta, nem temes quem te adore
a própria morte". Será que ainda és "mãe
gentil dos filhos deste solo"? Oh, Brasil como é triste
o toque de silêncio!Fort. 18/ 07/ 2002-07-18 glacydomingues@fortalnet.com.br
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LICENCIAMENTO ANTECIPADO
* Gen Luiz H. de Oliveira Domingues
Vejo transitarem pelo meu PC manifestações
apreensivas ou indignadas por mais esse lance em que fica à
mostra a situação de penúria de nossas FF
AA. Tenho refletido muito sobre isso e começo a lembrar-me
de coisas do passado, quando isso já aconteceu.
No Dia do Soldado do ano passado o Gen Gleuber baixou uma Ordem
do Dia em que, com muita propriedade, mostrou "Como é
difícil ser Caxias". Lembras? Nunca foi fácil
e eu tive a petulância de botar em letra de forma muitas
das coisas que, ao longo de meus 45 anos de caserna, Meninos,
eu vi!O macacão azul em vez da farda, na EPF, o escândalo
que fizeram quando o Lott, ministro, pediu 60 milhões de
cruzeiros para forragem, tentando evitar que nossa cavalhada morresse
de fome para depois gastar-se muito mais para remontar as unidades.
Meninos, eu vi! Mas isso não acabou com o Exército
porque por trás da penúria, nós mantínhamos
acessa a chama que nos levou para o Realengo. Quando o Exército
alemão se preparava para derrotar a França em 40
dias, ele não tinha nenhum carro blindado e nem armas sofisticadas,
preso ao que estipulava o Tratado de Versalhes. Mas tinha 100
mil quadros e na cabeça uma doutrina de guerra audaciosa
e revolucionária. E uma grande motivação
para lutar: a revanche de 14/18 que Hitler explorou muito bem.
Quando o positivismo do final do Império e dos primeiros
tempos da República nos impôs um Exército
de bacharéis que se envergonhavam dos feitos da Guerra
do Paraguai, ganha pelos "tabaréus" e pelos Voluntários
da Pátria, o Exército ressurgiu com os "jovens
turcos", com a Missão Indígena e com a Missão
Francesa.
Fomos à Itália para lutar em uma guerra que não
era nossa, com uma Força por fazer, quando se dizia que
"era mais fácil uma cobra fumar do que a FEB embarcar"
e que a Força expedicionária, era "força
espera no Rio". E os nossos "caboclinhos", ao custo
de muito sangue, aprenderam o ofício e, apesar dos erros,
deram seu recado.
Fico mais preocupado quando ouço dizer que os nossos tenente
e capitães "não estão nem aí",
do que quando dizem que falta dinheiro. Sempre faltou. Estive
presente à uma reunião em Brasília (1984?),
em que o chefe do DGS - então o Gen Enio de Cavalaria -
declarava que não havia verba para fardar a tropa a ser
incorporada e, em tom de galhofa, propunha que, já que
não se queria diminuir o efetivo a incorporar, que metade
dos recrutas recebessem a gandola e a outra metade as calças.
Meninos, eu ouvi! E não achei graça nenhuma, como
a maioria do auditório. Os galhofeiros - fardados ou não
- passam, mas o Exército sobreviverá enquanto, embora
achando ser difícil ser Caxias, continuar a fazê
- lo, unido, coeso, desprendido, disposto a cumprir a missão,
custe o que custar.Um abraço do Raineto.
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APOSTANDO NA ESTUPIDES HUMANA
Olavo de Carvalho filósofo
" O mais notável fenômeno psicológico
da última década foi o upgrade mundial do discurso
comunista, que, por meio da pura alquimia verbal, transmutou o
fracasso sangrento de um regime campeão de genocídio
em argumento plausível para elevar ao sétimo céu
o prestígio e a autoridade moral da causa esquerdista.
Foi o maior non sequitur de todos os tempos. Para realizá-lo,
os meios empregados foram espantosamente simples.
Primeiro: declarar o comunismo episódio encerrado, de modo
a inibir a tentação de estudá-lo, portanto
a aptidão de reconhecê-lo no seu estado presente
e a vontade de combatê-lo.
Segundo: trocar a palavra "comunismo" por qualquer de
seus equivalentes eufemísticos tradicionais ("forças
democráticas", etc.), que, na atmosfera de esquecimento
geral assim criada, poderiam sem dificuldade passar por novos.
Terceiro: continuar imperturbavelmente a usar as
mesmas categorias de pensamento e os mesmos meios de ação
do marxismo tradicional, com a perfeita segurança de que
ninguém na platéia os reconheceria. (Assim, por
exemplo, a lei de quotas raciais é simples aplicação
de um velho preceito de Stalin, mas quem lê Stalin hoje
em dia?)
Quarto: instigar a hostilidade muçulmana
contra Israel e os EUA, de modo a disfarçar a guerra anticapitalista
sob o manto de um conflito entre dois conservadorismos, o islâmico
e o judaico - cristão. (Para dar credibilidade ao disfarce,
bastava apagar certos detalhes do quadro, como por exemplo o fato
- omitido em quase toda a grande mídia mundial - de que
a gigantesca manifestação ante - israelense e antiamericana
de 20 de abril em Nova York não foi organizada por nenhum
muçulmano, mas por Brian Becker, comunista linha-dura e
colaborador de Fidel Castro.)
Pronto. Com esses poucos truques, a esquerda consegue
fazer hoje a opinião pública aceitar as teses marxistas
da luta de classes e da supressão completa da oposição
conservadora como sinais de moderação e tolerância
democrática.
O mundo fica assim dividido em duas categorias de
pessoas: as saudáveis, tolerantes e equilibradas, adeptas
do comunismo sob qualquer nome que seja, e as radicais, insanas,
fanáticas e autoritárias, adeptas de tudo o mais."
O lugar das primeiras é na mídia; o das segundas,
na cadeia ou no hospício. Nunca ninguém apostou
tanto na estupidez."
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"O BRASIL NÃO TEM HERÓIS MILITARES ..."
Cláudio Moreira Bento
"O Brasil não tem heróis
militares e por isso transforma jogadores de futebol em ídolos
nacionais como Pelé .Precisamos de heróis para mostrar
o que somos e de onde viemos ..."
Esta foi declaração em entrevista
Recordar é viver ,prestada a Revista Época de 1o
de julho de 2002 ,p. 13/17 por Iván Izquierdo , considerado
pela citada revista ,"um dos mais ativos cientistas do Brasil
que afirma que exercitar a memória é uma das chaves
para envelhecer com qualidade e que aos 64 anos exibe uma produção
invejável, no sentido de desvendar os mistérios
da memória ,assunto sobre o qual já produziu 469
artigos em parceria com 200 colaboradores de 13 paises ."
Queremos crer que o senhor Iván quis se referir que o Brasil
não possui heróis militares no presente .E isto
em razão de há 70 anos o Brasil não ser palco
de revoluções armadas .A última foi a de
1932 liderada por São Paulo, e para os que a promoveram
para reconstitucionalizar o Brasil e para os que a combateram
para acabar com as oligarquias que tomaram conta do Brasil , consolidada
a República em 1895 , depois da Guerra Civil 1893-95 e
Revolta de 1/5 da Armada (Marinha) em 1893-94.E mais, a última
guerra externa que o Brasil se envolveu foi na 2a Guerra Mundial
,há 57 anos ,com a participação da Força
Expedicionária Brasileira (FEB) na Itália e do 1
Grupo de Caça, O Senta Pua, respectivamente comandados
por dois heróis os mais tarde Marechal João Batista
Mascarenhas de Morais que teve como seu Oficial de Operações
outro herói ,o mais tarde Marechal Humberto Castelo Branco
que liderou em 1964 a incruenta Contra Revolução
Democrática e, o mais tarde Brigadeiro Nero Moura ,atual
patrono da Aviação de Caça do Brasil.
Entre os heróis de nossa FEB ,para nossa alegria, ainda
estão vivos os generais Carlos de Meira Mattos e Plínio
Pitaluga e muitos outros bravos ,cabendo lembrar, como heróis
militares todos os que morreram em ação em defesa
do Brasil nos 5 séculos em que se desenvolve o seu processo
histórico .
E para eles se aplica este pensamento de Péricles , que
viveu em Atenas no Século V antes de Cristo ,que levou
o nome de Século de Péricles, o qual se constituiu
no apogeu da Civilização e da Democracia grega que
ele ajudou a construir como Chefe de Estado de Atenas e um dos
seus principais estrategos (generais ) por 14 anos .Péricles
grande líder democrata possuía e estimulava veneração
pelos gregos tombados em combate em defesa da Pátria ao
ponto de declarar :
"Aquele que morre por sua pátria , serve-a mais em
um só dia , do que os outros em todas as suas vidas !"
Não acreditamos que o ilustre pesquisador se refira aos
heróis militares brasileiros do passado que ajudaram a
reconhecer ,explorar, delinear ,ocupar nosso Brasil de dimensões
continentais e depois a manter a Unidade , a Integridade e a Soberania
do Brasil entre tantas ameaças armadas sofridas e vencidas
pelos brasileiros , sem uma derrota siquer .
E isto temos demonstrado a exaustão no site da Academia
de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) www.resenet.com.br/users/ahimtb
e em sua Revista Eletrônica ,em História ,no site
www.militar.com.br etc .E também o demonstra a rica produção
editorial da Biblioteca do Exército Editora entre outras.
Por estas fontes ficara claro que as Forças Armadas do
Brasil e sua Forças Auxiliares possuem a Memória
Militar Brasileira bem cultivada e cultuada bem como a de seus
heróis que contribuíram ,para orgulho dos brasileiros
do Brasil haver sido invicto em todas as guerras a que foi obrigado
a participar. E confirmar é obra de simples raciocínio
e verificação de quem sinceramente desejar conhecer
a enorme lista de heróis militares brasileiros do passado.
Lembro que o mestre Gilberto Freire ,no discurso inaugural ,em
19 de abril de 1971, do Parque Histórico dos Guararapes
,local onde despertou, na vitória contra o invasor holandês
, o espirito de Força Armada e da Nacionalidade brasileiras
, que depois de exaltar os heróis das Batalhas dos Guararapes
que haviam assegurado a" Unidade do Brasil de ser um só
e não dois ou três hostis entre si ...." e que
deste modo contribuíram para a criação de
um clima de paz, tranqüilidade e segurança para o
Brasil ,tornando possível ,hoje ,para a alegria geral das
atuais gerações, o surgimento de heróis populares
na música e nos esportes como os reis Roberto Carlos e
Pelé , e agora os 4 R da constelação formadora
da magna Seleção Penta campeã de Futebol
e Airton Sena , Guga etc..
Acreditamos que não fora a contribuição com
suas vidas ,sangues , sacrifícios ingentes, saudades ,renúncias
de heróis militares brasileiros , ao longo de nosso processo
histórico, não desfrutaria o Povo Brasileiro, do
clima de, tranqüilidade, paz e alegria que auxiliaram Brasil
se constituir na maior democracia racial e espiritual mundial
e o pais do Futebol e do Carnaval e da Paz .
É isto ai ! Queremos crer que o Dr Iván Izquierdo
se referiu a heróis militares no presente e não
no passado .E se referiu ao passado, foi por desconhecer a Memória
Militar Brasileira que os militares brasileiros preservam e cultuam
e a enfatizam ao ponto do Exército possuir como seu Objetivo
n o 1 Atual:
"Pesquisar, preservar, divulgar e cultuar a memória
histórica, as tradições e os valores morais,
culturais e históricos do Exército."
E a esta tarefa aos 70 anos ,nos entregamos de corpo e alma ,divulgando
a nossa rica História Militar Terrestre do Brasil e mantendo
assim também a nossa memória em exercício
constante, e contribuir para a preservação da Memória
Militar do Brasil para usá-la a serviço do melhor
desempenho constitucional do Exército ou de instrumento
orientador em lições , para evitar-se outros conflitos
no futuro !
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CONSIDERAÇÕES FINAIS HISTÓRICAS DA AHIMTB
O prezado leitor acabou de ler variadas opiniões
sobre o sufoco das Forças Armadas, em decorrência
de seu restrito orçamento que forçou, no caso, o
Exército ,a tomar medidas drásticas ,talvez sem
precedentes , desde que foi implementado em 1916 o Serviço
Militar Obrigatório.
Opiniões das quais o leitor interessado e inteligente poderá
concluir algo ,na falta de uma informação oficial
esclarecedora , que atenda o princípio : Manter a tropa
bem informada !
E por oportuno faremos as seguintes considerações
históricas sobre o processo sutil ou disfarçado
de erradicação de que o Exército vem sendo
submetido desde a Abdicação de D.Pedro I conforme
aborda o insuspeito Edmundo de Campos O Exercito em busca da Identidade.
na Sociedade Brasileira
E sobre o esforço do Exército para consolidar a
Democracia que ele ajudou a salvar com a Contra Revolução
de 1964 é eloqüente e diríamos imperdível
a obra Militares e a política na Nova Republica organizada
por Celso Castro e Maria Celina de Araujo da FGV.
Em 7 de abril de 1831 o Exército depois de apoiar as forças
políticas que forçaram a Abdicação,
como alternativa para salvar a Monarquia ,por instrumento na época
de garantia da Unidade Nacional, ele passou a ser alvo do maior
esforço erradicador . Fato que motivaria a maior guarnição
do Exército a da Província do Rio Grande do Sul
a promover, em aliança com charqueadores e fazendeiros
gaúchos sufocados por escorchantes impostos sobre o charque
e légua de campo a promoverem a Revolução
Farroupilha e um ano depois proclamarem a República Rio
Grandense 1836-45 .Fato que abordamos em detalhes em O Exército
Farrapo e seus chefes Rio de Janeiro:BIBLIEx,1992.2v) .
E para dominá-la bem como as outras revoluções
do período de caos que se seguiu a Abdicação,
foi necessário ressuscitar o Exército que sob a
liderança do Duque de Caxias ,atual patrono do Exército
e da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e
segundo visão de Barbosa Lima sobrinho de mereceria Caxias
ser patrono do Instituto da Anistia ao pacifica - las , o que
fez com grandeza e patriotismo ,evitando que o Brasil se transformasse
numa colcha de pequenas republicas hostis entre si
Foi no período difícil para o Brasil de 1831/71
de lutas internas e externas , que ingleses pressionaram Roraima
terminando por conquistar a região do Pirara e, junto com
franceses tentaram induzir os revoltosos cabanos a desligarem
a Amazônia do Império do Brasil e quando foi ocupado
mais uma vez por franceses o Amapá .E no Sul os ditadores
Oribe e Rosas tentando que os farrapos se desligassem do Império
.E sem esquecermos os Estados Unidos que durante a Guerra contra
Oribe e Rosas e a do Paraguai pressionaram fortemente o Império
para a abertura do Amazonas à livre navegação
.Enfim foram desafios vencidos com galhardia e nos quais o Exército
e suas lideranças tiveram marcante papel .
Terminada a Guerra do Paraguai o Exército foi alvo de violenta
política de erradicação e em cujo contexto
surgiu o bacharelismo militar pelo Regulamento de Ensino do Exército
de 1874.
E por 31 anos o ensino no Exército foi um grave equivoco
, ao criar a figura do bacharel em Ciências Físicas
e Matemáticas divorciado da sua finalidade fim a Defesa
Militar do Brasil .Situação que perdurou até
o Regulamento de 1905 ,ponto de inflexão do bacharelismo
militar para o profissionalismo militar que até hoje se
sustenta, deixando no entanto entulhos do bacharelismo, somente
removidos pelo regulamento de ensino de 1944, implementado na
estão Escola Militar de Resende.
E sob o reinado do bacharelismo militar iniciado em 1874 , ocorreram
a Guerra Civil 1893/95 em ligação com a Revolta
de 1/5 na Armada 1893/94 e mais tarde a Guerra de Canudos em 1897
, nas quais o Exército por conta do processo de erradicação
combinado com a influência do bacharelismo e do positivismo
revelou operacionalidade inferior aos revoltosos e muito a quem
da que apresentara na Guerra do Paraguai E esta com base na Doutrina
Militar adotada por Caxias em 1862 ao adaptar com apoio nas experiências
militares que vivenciara no comando de 4 campanhas internas e
1 externa as realidades operacionais do Brasil a Doutrina do Exército
de Portugal de forte influência inglesa .E isto foi facilitado
por seu status de senador e Presidente do Conselho de Ministros
.
E este jogo equivocado iniciado em 1874 começou a ser virado
ainda em 1898 pelo Ministro da Guerra Marechal João Nepomuceno
Medeiros Mallet que criou o Estado -Maior do Exército e
a Fábrica de Pólvora sem Fumaça em Piquete
-SP Paulo. Chefe e que na aguda falta de recursos financeiros
utilizou largamente os cérebros dos integrantes do Exército
no sentido da elaboração de planos e de um Corpo
de Doutrina a ser implementado tão logo os recursos fossem
mais favoráveis .
E de 1898 a 1945 teve lugar a Reforma Militar fruto de um hercúleo,
persistente e sofrido esforço de profissionais militares
do Exército traduzido pela elevação dos baixos
padrões de operacionalidade revelados em Canudos ,por conta
do bacharelismo militar aos da Força Expedicionária
Brasileira , na Itália . Ali a FEB fez boa figura ,e de
igual para igual ,ao lutar contra ou em aliança ,em Defesa
da Democracia e da Liberdade Mundial, com parcelas dos melhores
exércitos do mundo ali presentes.
E para isto foi impositivo uma trabalhosa difícil e continua
escalada para conquista de um grau elevado de capacidade operacional
do Exército; Criação da Escola de Guerra
em Porto Alegre 1906;Manobras no Curato de Santa Cruz ;Criação
dos Tiros de Guerra 1906;Rearmamento do Exército em 1908
e criação de Brigadas Estratégicas ;Estágios
de oficiais no Exército da Prússia 1910/12;criação
da Liga de Defesa Nacional e da Revista A Defesa Nacional 1913
;adoção do Serviço Militar Obrigatório
em 1916 ; extinção da Guarda Nacional 1918 ;envio
de oficiais para lutarem ao lado dos aliados na 1a Guerra Mundial
para atualizarem o Exército nas novidades bélicas
surgidas; Missão Indígena na escola Militar do Realengo
1919-21com oficiais selecionados em concurso ; contrato de Missão
Militar Francesa 1920-39 para nossa nascente Força Aérea
e para Exército e tudo com limitados recursos e interferindo
neste esforço, as revoluções de 1922,1924
, combate a Coluna Miguel Costa Prestes 1924/26 e revoluções
de 1930 e 1932 .Durma-se com este um barulho !
E todos estes desafios foram respondidos com galhardia e espírito
militar .Enfrentaram os militares daquela geração
e venceram as dificuldades" sem jogarem a toalha no chão
", não permitindo com criatividade, que faz lembrar
os vencedores da 1a Batalha dos Guararapes, que formaram a caminho
da batalha , movidos por amor a pátria Brasil que despertava
e compensaram a vantagem material do inimigo, com as forças
morais que os animavam e assim traduzida num diálogo na
troca de prisioneiros entre o Major Antônio Dias Cardoso
que focalizamos em nosso livro As batalhas dos Guararapes análise
e descrição militar .Recife:UFPE,1971 e um Oficial
holandês .O holandês ."Na próxima batalha
nó venceremos pois lutaremos dispersos como vocês
lutaram ? Dias Cardoso ."Será melhor para nós
,pois cada soldado nosso é no campo de batalha um capitão
e cada soldado de vocês exige um capitão para obrigá-lo
a combater !"
E constatar a garra dos quadros do Exército no período
1898/1945 é obra de simples raciocínio e verificação
da nossa História Militar , lamentavelmente ignorada pelos
não integrantes das FFAA.
História Militar do Brasil que segmentos das elites políticas
ao que parece, e da Mídia e do Magistério ,salvo
melhor juízo ,fazem questão de ignorar , mas de
palpitar soluções sem conhecimento de causa e sem
ouvir os que por dever imposto pela Constituição
cuidam muito bem desta parte .
Assunto que lideranças políticas , Mídia
e Magistério das grandes potências, potências
e grandes nações participam conhecem e debatem ,
conscientes do que disse certa feita o um famoso ministro de e
França mais ou menos assim : "A Defesa Nacional é
assunto muito sério para ser deixado por conta só
dos militares .Nelas , em suas faculdades de História ,estuda-se
criticamente a História Militar do pais em detalhes .No
Brasil ao contrário , o assunto é desconhecido nas
nossas faculdades e a Mídia em geral discrimina o assunto
e os que sobre ele escrevem ou se dedicam a pesquisa-la a procura
de lições que elas sugerem . E do apoio das editoras
a obras de cunho histórico militar nem pensar .Quem já
assistiu um programa de TV que aborde assuntos de História
Militar do Brasil que tem o orgulho de não assinalar em
sua História nem um insucesso. E também orgulho
por ter a consciência que as dimensões continentais
do Brasil são devidas em grande parte a vigilância
dos militares portugueses e depois brasileiros .
E todo este suicida preconceito contra o Exército, não
de parte do povo onde sua credibilidade é altíssima
mas de parte de alguns segmentos bem definidos de elites políticas,
da Mídia e do Magistério teve seu início
,ao que parece, na revolta contra o Exército que apoiou
D.Pedro I na outorga da Constituição de 1824 ,cuja
substituição em 1889 pelo Exército ,foi incoerentemente
lamentada pelos seguidores dos que protestaram contra sua outorga
pois agora a achavam excelente .
Nas lutas fratricidas da Regência Caxias atual patrono do
Exército as pacificou e lutou pela Anistia sincera ,pedindo
maldição para os que recordassem antigas divergências.
Enfim colocar uma pedra sobre o passado. Mas em que pese a Contra
Revolução Democrática estar prestes a completar
40 anos, a Anistia decorrente para os que tentaram se apossar
do Governo pela luta armada nas cidades e no campo e para os que
os combateram tem sido na pratica uma rua de mão única,
dominada pelos primeiros que receberam indenizações
Tc e continuam a fustigar a Grande Barreira que foi o Exercito
a seu avanço com atitudes abordadas pelos diversos articulistas
que constam deste Guararapes 34 .
"E isto nos leva a pensar Como é difícil ser
Caxias! "
Então só resta a esperança que este quadro
injusto contra o Exército no caso ,que ocorra com o tempo
a reversão deste quadro baseado no pensamento de um filósofo
que ao ser suplicado por afirmar que a terra era redonda e se
movia e afirmou para seus carrascos :
A verdade é filha dos tempos e não da autoridade
!
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