SUMÁRIO
- O meu 20 de setembro em Porto
Alegre (Cel Bento);
- Recepção e posse do acadêmico Dr.
Frederico Euclides Aranha;
- Recepção e posse do acadêmico Dr.
César Pires Machado;
- Posse, como membro-efetivo, do
Cel Mário Luiz Rossi Machado;
- Palavras finais do Presidente da
AHIMTB/IHTRGS.
O MEU 20 DE SETEMBRO DE 2010 EM
PORTO ALEGRE
Cel Cláudio Moreira Bento -
Presidente do IHTRGS e Jornalista
Comemoramos à tarde no
Colégio Militar de Porto Alegre os 24 anos do Instituto de História
e Tradições do Rio Grande do Sul (IHTRGS), fundado em 10 de setembro
de 1996, na Escola Técnica Federal de Pelotas, em comemoração ao
sesquicentenário do Combate do Seival, vencido pela Divisão Liberal
de Antônio Netto.
Divisão Liberal que foi
resultado da mudança de denominação do Corpo da Guarda Nacional do
Município de Piratini, que além do seu distrito sede era constituído
dos distritos de Canguçu, Cerrito e Bagé até o Piraí.
Esta Divisão Liberal
foi reforçada por Lanceiros Negros, comandados pelo Coronel Joaquim
Pedro Soares (1770-1850), veterano das guerras contra Napoleão na
Península Ibérica e que dispôs as tropas da Divisão Liberal que
venceram tropas imperiais ao comando do Coronel João da Silva
Tavares, então Chefe da Guarda Nacional da Província do Rio Grande
do Sul.
Combate que analisamos
pioneiramente à luz dos fundamentos da Arte Militar em nosso livro
O Exército farrapo e os seus chefes, v. 2 p. 106/118.
Combate que criou
condições para, no dia seguinte, no Campo do Menezes, Netto, com sua
Divisão Liberal integrada por filhos de Piratiní de seu distrito
sede, e mais os de Canguçu, Cerrito e Bagé (até o Piraí) proclamarem
a República Rio Grandense, que resistiu por mais de nove anos ao
Império. Evento imortalizado em óleo que por longos tempos desde
1915 esteve no Palácio Piratiní onde era muito apreciado pelo
Presidente Dr. Augusto Borges de Medeiros e que hoje decora o Posto
de Comando do comandante do Regimento Bento Gonçalves da Brigada
Militar.
E há 24 anos o IHTRGS
vem divulgando o Decênio Heróico. Com este objetivo já publicamos
entre outros os seguintes trabalhos:
- O Exército farrapo e os
seus chefes, em 1992;
- Memória dos sítios
farrapos de Porto Alegre e da administração do Barão de Caxias,
1989;
- A grande Festa dos
Lanceiros, 1971 pela UFPE (sobre a inauguração do Parque
Osório);
- O Negro e descendentes
na Sociedade do Rio Grande do Sul, IEL 1975;
- História da 3ª Região
Militar (1808-1889) e Antecedentes. 1994;
- Edição Histórica do
Diário Popular de Pelotas, de 20 de setembro de 1985, sobre a
Revolução na AZONASUL.
E vários outros
trabalhos sobre o Decênio Heróico, sem esquecer Autoria dos
símbolos do RGS (1971) pela UFRPE, e Canguçu - reencontro com
a História - um exemplo de reconstituição de memória comunitária,
pelo Instituto Estadual do Livro. Com esta bagagem assistimos em
Porto Alegre o emocionante desfile cívico militar comemorativo do
dia 20 de setembro de 2010.
Desfile comentado pela
TV, no qual assistentes espalhados pelo mundo enviaram e-mails
emocionantes para jornalismo@tvcom.com.br., por vezes formulando
perguntas que eram respondidas sempre que possível pelo professor
Flávio Cattani.
E anotamos algumas
imprecisões nas respostas:
- Sobre a criação da
Brigada Militar como sendo na Revolução Farroupilha. Em realidade,
ela foi criada em 15 de outubro de 1892 pelo Presidente Fernando
Abott (ver História 3ª RM v.1 p. 53/57).
- Lanceiros Negros: foi
apresentado pela TV Com como tendo surgido no Combate da Azenha em
20 Set 1835. Em realidade, eles surgiram no Combate do Seival de 10
de setembro de 1836. Abordamos a sua História pela primeira vez no
livro A Grande Festa dos Lanceiros, em 1970, sobre a
inauguração do Parque Histórico Gen Osório. Repetimos isto diversas
vezes, a partir de nosso livro O Negro na Sociedade do RGS e
por último no Informativo O Gaúcho, junto com a matéria sobre
o título O Espírito Militar do Poeta Mário Quintana.
Mas no desfile foi
passada ao povo a versão bastante manipulada, sem apoio em fontes
primárias autênticas, íntegras e fidedignas, com apoio da mídia
Gaúcha, de traição dos Lanceiros Negros em Porongos, contra
abordagens históricas baseadas em fontes históricas fidedignas. E o
pior, a Mídia não tem dado direito de resposta aos que combatem a
versão de traição, ou seja, a tese de não traição, que havia
transitado em julgado no Tribunal da História do Rio Grande do Sul.
E o povo gaúcho termina por
acreditar na versão manipulada. É uma pena! Esta versão coloca, como
traidores, Canabarro e várias lideranças farrapas presentes.
- Sobre o General Bento
Manuel Ribeiro: foi divulgada a versão popular de um personagem sem
personalidade por suas mudanças de lado, as quais foram justificadas
pelo grande Osvaldo Aranha, da qual partilho e publico em meu livro
O Exército Farrapo e os seus Chefes. Personagem que foi
linchado moralmente pela minissérie A Casa das 7 mulheres,
da TV Globo. Lembro de um articulista de um jornal porto-alegrense
que se orgulhava de sair de casa todas as manhãs para ir cuspir na
rua General Bento Manoel Ribeiro.
- Sobre a Revolução
Farroupilha e a Maçonaria a idéia não foi completa. Existiam
farrapos maçons favoráveis à Maçonaria Francesa (ou Vermelha), a
qual defendia a República Constitucional. E maçons imperiais
favoráveis à Maçonaria Inglesa (ou Azul), defensora da Monarquia
Constitucional, que era o caso do Barão de Caxias. E a paz foi
firmada por acordo secreto dessas duas correntes e traduzida nas
cláusulas de Acordo que pacificou a Revolução Farroupilha.
Hoje, as cores do Exército
Brasileiro, Azul e Vermelho, são interpretadas por alguns maçons
como selo do acordo dos que lutaram na Regência em campos opostos em
defesa da Monarquia Constitucional, corrente vencedora que teve o
trono para assegurar a Unidade Nacional.
Na América Espanhola foi diferente.
A corrente favorável à Republica Constitucional, liderada por Simon
Bolívar, foi vencedora em Guayaquil sobre a corrente favorável à
Monarquia Constitucional, liderada pelo General San Martin,
ocasionando a sua retirada silenciosa para a Europa. E a América
Latina perdeu a sua unidade e foi dividida em várias nações.
- Lenços Vermelhos:
foi observado que a massa dos desfilantes trazia no pescoço o lenço
vermelho, que nenhuma relação tem com a Revolução Farroupilha. Eles
se referem à Guerra Civil de 1893/95. E creio que a maioria dos que
usavam o lenço vermelho desconhecia o seu significado. No meu caso,
uso como lenço a bandeira tricolor primitiva dos farrapos. Pois os
lenços vermelhos e brancos foram uma traição aos ideais farrapos de
Firmeza e Doçura representados por dois amores perfeitos no
Brasão do Rio Grande do Sul e hoje substituídos por estrelas.
Firmeza
representada por garra, coragem e combatividade em combate.
Doçura
representada, depois da vitória, por respeito como religião, à
família, à honra, ao patrimônio e à vida do vencido inerme.
Em 1893 os dois contendores
desrespeitaram e degolaram o ideal farrapo de Firmeza e Doçura.
- Ordem do Desfile: alguns e-mails
traziam a sugestão de que primeiro deveriam desfilar os
tradicionalistas e depois a Brigada Militar. Sugestão que me parece
justa.
- Cavaleiros da Paz: uma
notável idéia. Iniciativa feliz que realiza cavalgadas divulgando a
idéia de Paz! E praza a Deus consigam restaurar as virtudes gaúchas
de Firmeza e Doçura.
- Causas da Revolução.
Foram abordadas as causas clássicas. Aumento do imposto sobre a
légua de campo e sobre o charque. Este último foi poderoso
determinante da revolta. O Rio Grande, na Guerra Cisplatina, havia
combatido contra os argentinos e orientais e viram suas terras
invadidas por inimigos que se apossaram de parte de seus rebanhos e
não foram indenizados. E, finda a guerra, o Sudeste passa a adquirir
o charque dos inimigos de ontem, em detrimento do charque gaúcho,
agravado com pesados impostos.
Mas até hoje tem sido
ignorada a causa principal da Revolução Farroupilha, a Causa
Militar. Uma reação militar nacional às absurdas reações da nova
ordem que obrigou D. Pedro I a abdicar, e que decidiram que o
Exército e a Marinha deviam se articular no litoral e nas
fronteiras. Reação no Nordeste, no Ceará, que envolveu Sampaio,
então soldado, em apoio ao seu comandante, e no Rio de Janeiro onde,
para controlar a revolta da Guarnição do Exército, foi organizado um
batalhão constituído só de oficiais, que passou à história como
Batalhão Sagrado.
Revolta que se estendeu à maior
Guarnição do Exército,: a do Rio Grande do Sul, que dispunha de 5
unidades, sendo a mais poderosa Guarnição brasileira, constituída de
três de Cavalaria e uma de Artilharia e uma de Infantaria. Estas
duas comandadas por oficiais cariocas formados na Academia Real
Militar, os majores João Manuel de Lima e Silva, que viria a ser o
1º General farroupilha, tio do Barão de Caxias, e José Mariano de
Mattos, que foi Ministro da Guerra farrapo, presidiu interinamente a
República Rio-Grandense e, finda a Revolução, foi chefe de
Estado-Maior de Caxias na Guerra contra Oribe e Rosas (1851-52). Em
1864, seria Ministro da Guerra do Império. E esteve presente, junto
com Bento Gonçalves, na sessão maçônica que decidiu o 20 de setembro
como data do início da Revolução, sendo considerado o idealizador do
Brasão do Rio Grande do Sul, incorporado pela Constituinte de 1891
junto com outros símbolos farrapos.
Outras figuras
importantes e com grande influência nos Regimentos de Cavalaria de
Jaguarão e Alegrete foram os coronéis de Estado-Maior do Exército
Bento Gonçalves da Silva e Bento Manoel Ribeiro.
Bento Gonçalves que
comandava então a Guarda Nacional, integrada por charqueadores,
estancieiros e fazendeiros com seus seguidores liderou o 20 de
setembro. E com a Proclamação da República foi eleito seu
Presidente. Bento Manoel, deposto o comandante das Armas e o
Presidente Braga, assumiu o Comando das Armas e nele continuou,
convidado pelo outro Presidente enviado para a Província. Para ele
os objetivos da Revolta haviam sido atingidos.
Enfim a historiografia
gaúcha precisa mergulhar nesta causa da Revolução que tem sido
invisível há mais de século e meio.
E aqui, por oportuno,
sugiro que no próximo 20 de setembro a organização do evento convide
historiadores do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do
Sul, do Instituto de História e Tradições do Rio do Sul e do Círculo
de Pesquisas Literárias (CIPEL) a prestarem, através de rádios e
TVs, esclarecimentos a perguntas que lhes forem formuladas sobre
questões históricas, na forma como ocorreu à noite com a presença do
historiador Moacyr Flores, Tao Golin e outros do interior, nas
espetaculares abordagens do Hino Farroupilha, cuja música foi de
autoria do Maestro Mendanha e a letra passou por diversas
alterações. E isto se justifica, pois o historiador e o jornalista
possuem funções sociais e técnicas profissionais diversas e cada
qual tem de respeitar e não invadir a função social do outro, para a
glória da Democracia.
Igualmente notável foi
a abordagem dos estrangeiros que participaram da Revolução
Farroupilha, muitos dos quais abordamos em nosso livro Estrangeiros
e descendentes na História Militar do RGS.
Seria ideal que num
desfile futuro fossem homenageados integrantes da Revolução
Farroupilha de outros Estados. Como os mineiros que foram ministros
dos três ministérios da República Rio-grandense e o que foi o
Presidente do Governo da Província resultante da Revolução de 20 de
setembro. E as lideranças militares farrapas: os cariocas João
Manuel de Lima e Silva, José Mariano de Mattos, o paulista Bento
Manoel Ribeiro e o português veterano das guerras napoleônicas na
Península Ibérica Cel Joaquim Pedro Soares.
Joaquim Pedro Soares esteve
presente em nossas lutas no Sul de 1816/28 e foi quem dispôs as
tropas do Capitão Antônio Netto em Seival. Personagem que quase ao
final da Revolução foi aprisionado em Piratiní, junto com o Cel José
Mariano de Mattos e com o mineiro José Domingos de Almeida, pelo Cel
Chico Pedro de Abreu, sendo recolhidos por algum tempo em Canguçu na
cadeia por este mandada construir e sobre a qual, ironicamente,
mandava dizer para os farrapos “ser ela uma casa de hóspedes para
eles”, segundo colheu J. Simões Lopes Neto no Bosquejo Histórico de
Canguçu na Revista do Centenário de Pelotas nº 4 ,1912..
EVENTO DE POSSES DE 20 Set 2010
a) Local e horário:
Salão Brasil do CMPA, às 1700 horas;
b) Finalidade:
empossar como acadêmicos os doutores Frederico Euclides Aranha e
César Pires Machado e promover o pós-lançamento, em Porto Alegre, do
livro da História da 1ª Bda C Mec;
c) Desenvolvimento
(pelo Cel Araújo, do CMPA):

- Formação da mesa:
pelos acadêmicos generais de Divisão Marco Antônio de
FariaspRESIDENTE DE Honra da Cerimônia e Carlos Patrício Freitas
Pereira, Cel Bento (Presidente da AHIMTB/IHTRGS e da cerimônia ),
Dr. Sandro Dorival Marques Pires (ex-Presidente do TCE/RS) e Cel De
Souza (Cmt do CMPA);
- Canto do Hino
Nacional e do Hino do Rio Grande do Sul, executados pela Fanfarra do
3° RCGd;
- Abertura da
Sessão pelo Gen Farias e passagem da direção da Sessão ao Cel Bento;
- Palavras iniciais
do Cel Bento;
- Recepção ao novo
acadêmico Dr. Frederico Euclides Aranha, pelo acadêmico Dr. Eduardo
Cunha Müller;
Mesa
principal: da esq. p/a dir. Dr. Sandro, Gen Farias, Cel Bento,
Gen Freitas e Cel De Souza
- Alocução de posse pelo Dr. Aranha
(anexo);
- Recepção ao novo
acadêmico Dr. César Pires Machado, pelo Cel Caminha (anexo);
- Alocução de posse
pelo Dr. César (anexo);
- Entrega dos
Diplomas, colocação das insignias da AHIMTB e dos distintivos de
lapela: Foram convidados para isso os generais Farias e Freitas, o
Dr. Sandro e o Cmt do CMPA, com fotos;
- Palavras finais
do Cel Bento e encerramento da Sessão pelo Gen Farias;convidado como
Presidente de Honra pelo Presidente em tributo a Hierarquia e a
Disciplina, fundamentos do Ordenamento Jurídico Brasileiro.
- Coquetel,
confraternização e pós-lançamento do livro da História da 1ª Bda C
Mec.Aproximadamente quarenta pessoas estiveram presentes a este
evento, sendo vários generais, senhoras, membros-efetivos e
acadêmicos da AHIMTB/IHTRGS, entre outros.
RECEPÇÃO DO ACADEMICO Dr. ARANHA,
PELO ACADÊMICO EMÉRITO Dr. MÜLLER
Retorno novamente a este púlpito,
para saudar mais um novo Acadêmico, que hoje toma posse neste
Sodalício.
Confesso-vos, por isso, que estou prestes a reivindicar o posto de
orador permanente da academia, o que muito me satisfaz.
Agora, cabe-me receber mais um Confrade que ingressa nesta AHIMTB.
Um velho companheiro de armas, conforme expressão em voga. Mas,
também, um companheiro de letras jurídicas e históricas.
Frederico Euclides Aranha nasceu nesta Capital, filho do Dr.
Euclides Aranha, Revolucionário de 1930, participante do assalto ao
Quartel General da 3ª Região Militar, Advogado e Procurador Federal,
e de Dona Zenia Trein Aranha, dona
de casa.
Sobrinho do Grande Brasileiro, Osvaldo Freitas Valle Aranha,
descende de seculares troncos paulistas e riograndenses.
Economista, Bacharel em Direito e Funcionário Público Federal
aposentado, mas, acima de tudo, profundo conhecedor de armamentos
militares, tanto que, não vacilei em convidá-lo para escrevermos,
juntamente com outro grande especialista na matéria – Bento Suñe
Gonçalves – o nosso esgotadíssimo Manual Básico das Armas Portáteis
do Exército Brasileiro.
Falar sobre Frederico Aranha é falar no Rio Grande do Sul, em
Itaquí, em Porto Alegre, e na história política e militar do nosso
Estado, da qual é profundo conhecedor.
Tenho a certeza que a sua presença nesta Academia de História
Militar Terrestredo Brasil a par dos seus alentados conhecimentos
históricos, aliados à sua simpatia cativante, disposição e gosto
pelo estudo permanente, em muito enriquecerão as nossas atividades.
Especial saudação, também, ao Doutor Cesar Pires Machado, pela sua
até tardia ascensão ao seleto grupo de Acadêmicos da nossa Academia
, mercê do trabalho que vem desenvolvendo em prol da preservação da
história rio-grandense.
Finalizo, até para não tornar-me fastidioso, enfatizando a
necessidade de reuniões periódicas de todos os membros da Academia
integrantes da Delegacia Gen Rinaldo Pereira da Cãmara, não só para
auxiliarmos a sua manutenção e desenvolvimento, mas também, buscando
o intercâmbio permanente de conhecimentos entre os seus
integrantes.Sede bem vindo, Doutor Frederico Aranha.
ALOCUÇÃO DE POSSE DO Dr. ARANHA
ARTHUR FERREIRA FILHO
Arthur Ferreira Filho é o patrono da
cadeira que assumo por indicação dos confrades acadêmicos. Foi
anteriormente ocupada pelo Professor Mário Gardelin, da Universidade
de Caxias do Sul, alçado a Acadêmico Emérito.
Trata-se de missão a ser cumprida em
prol da nossa Academia de História Militar Terrestre do Brasil , o
que farei nos limites da minha capacidade.
Nasceu Arthur Ferreira Filho na
histórica Fazenda do Bojuru, na revolucionária data de 20 de
setembro de 1899, no seio de família ilustre de São José do Norte e;
faleceu em Porto Alegre em 25 de março de 1996, com 96 anos de vida
profícua e honrada.
Homem de múltiplas atividades,
descendente de antiga grei de fazendeiros e militares, engenheiro de
formação, foi escritor, sociólogo, jornalista, historiador, militar
e político. Positivista, era filiado ao Partido Republicano
Rio-Grandense.
Foi membro de inúmeras instituições
culturais: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul,
Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, Academia
Sul-riograndense de Letras, da qual foi Presidente quatro vezes,
entre outras.
“Castilhista” de berço, manteve-se
sempre imbuído dos padrões éticos da filosofia positivista de
Augusto Comte, mostrados no regime de nobre conduta cívica dos
governos Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros. Ocupou diversos
cargos públicos, entre eles, Delegado de Polícia, Juiz Municipal,
Prefeito dos municípios de Bom Jesus, Passo Fundo e São Leopoldo,
Chefe de Gabinete da Secretaria de Agricultura e Diretor da
Biblioteca Pública do Estado do Estado de 1956 a 1959, na fase
cognominada ‘dos escritores’ (1906-1963).
Em todas as funções públicas de que se
houve, sempre desempenhou fecunda e honesta administração. Assistiu
e participou da consolidação da República, colaborando para a sua
manutenção, colocando, não poucas vezes, em risco a própria vida.
Político militante participou das
diversas lutas intestinas que ocorreram a partir de 1923. Muito
jovem, nomeado Capitão, foi Secretário do General Honorário Firmino
Paim Filho, Comandante da Divisão Nordeste. Alçado ao comando da
Vanguarda da unidade cumpriu com grande desenvoltura as missões que
lhe foram confiadas, salientando-se nessas ocasiões suas qualidades
militares.
Logo após, no posto de Tenente Coronel,
chefiou uma das unidades do 3º Corpo de Provisórios, organizado e
comandado pelo famoso Coronel Valzumiro Dutra, em importantes
operações militares além fronteiras do Estado, especialmente em
perseguição à Coluna Miguel Costa/Prestes. Foram meses e milhares de
quilômetros percorridos pelos Estados de Santa Catarina, Paraná, São
Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia e Goiás, onde o 3º Corpo
aquartelou-se na Fazenda do Torto, hoje Brasília.
Lá, subitamente, aflorou incontornável
desentendimento entre o Coronel Valzumiro e o General Pantaleão
Telles Ferreira, comandante do setor, resultando, por ordem deste, a
dispensa e o retorno do 3º Corpo ao Rio Grande. A raiz da discórdia
era o plano do General Telles de formar um Destacamento móvel com os
gaúchos do 3º Corpo de Provisórios e do 2º Batalhão de Infantaria,
unidades a que dedicara rasgados elogios em correspondência ao
Presidente do Estado. O comando do destacamento seria confiado ao
Coronel Emílio Lúcio Esteves, oficial do Exército que já comandara
unidades da Brigada Militar, a quem o Coronel Valzumiro repudiava
subordinar-se por, nas palavras dele, ‘incompatibilidade moral’, uma
vez que acusava esse oficial de endossar graves calúnias contra ele
e o 3º Corpo.
Aqui chegando com sua gente, após
superar imensas dificuldades e agruras, uma vez que o General
Pantaleão, em represália, não forneceu o necessário para a
alimentação da tropa, apresentou-se preso ao Comandante da 3ª
Região. O Coronel Valzumiro empregara recursos pessoais para suprir
as despesas com a unidade e o Comando da 3ª Região não só mandou
relaxar a prisão, como também indenizá-lo das despesas realizadas.
Ato contínuo o Coronel ordenou a
desmobilização do 3º Corpo, despiu a farda, voltando aos trabalhos
da estância.
Liberado, o Tenente Coronel Arthur
Ferreira Filho, indicado pelo Presidente do Estado, Borges de
Medeiros, compôs a Comissão que alinhavou o acordo entre os Estados
de Santa Catarina e Paraná, pondo termo aos desentendimentos sobre o
território do Contestado.
Sua atuação como jornalista foi
intensa, representada por crônicas literárias, comentários de
política internacional, artigos políticos e trabalhos históricos,
mormente de história militar.
A obra literária da sua lavra é
extensa. Dentre outros títulos, destacamos:
História Geral do Rio Grande do Sul
A Crítica e a História Geral do Rio
Grande do Sul
Dom Diogo de Souza
Legendas do Rio Grande
Nomes Tutelares do Ensino
Rio-Grandense
Narrativas de Terra e Sangue
Revolução de 1923
Revoluções e Caudilhos
Rio Grande Heróico e Pitoresco
Memórias
Vale transcrever o que diz Ângelo
Torres, prefaciando o livro de memórias do historiador:
“Quem quiser conhecer o Rio Grande a
cavalo, do império e dos primeiros anos da República, deve percorrer
as páginas de ‘Narrativa de Terra e Sangue” (neste livro, são
relatadas histórias pastoris com simplicidade e emoção).
Acerca do Autor e do livro “Caudilhos e
Revoluções” escreveu Guilherme Schultz Filho, advogado, poeta,
jornalista e consagrado tribuno:
“(...) Só um homem de caráter
firme, só um escritor de personalidade poderia escrevê-lo nesta
altura, quando muitos daqueles acontecimentos são mais ou menos
recentes, e algumas personagens ainda estão vivas. Este é o melhor
elogio que lhe posso fazer”.
Cabe ressaltar que nessa obra, à guisa
de introdução, o historiador traça uma notável análise
sócio/político/militar intitulada ‘Milicianos, Guardas Nacionais e
Provisórios’, em que aborda a vital participação desses brasileiros
e rio-grandenses na ocupação e formação do nosso Estado e na
consolidação da República.
Ademais, nos legou precioso ensinamento
sobre escrever a história:
“O testemunho dos contemporâneos
nem sempre é liberto de simpatia ou aversões. Onde uns vêem apenas
virtudes, outros enxergam apenas defeitos. Somente a longa
perspectiva do tempo é capaz de revelar a exata proporção dos homens
e dos fatos. Por isso, procuro ser cauteloso, ao afirmar ou negar,
pois quase todos os meus personagens são da história dos nossos
dias”.
Muito ainda se poderia falar e contar
desse insigne rio-grandense, sua vida e obra, mas exigiria espaço e
tempo.
Finalizando, basta dizer,
resumidamente, admitida a simplificação, que Arthur Ferreira Filho
era um rio-grandense herdeiro de antigas e enraizadas tradições
familiares de trabalho e lutas, homem simples, emotivo,
disciplinado, vertical e, sobretudo, de um amor acendrado à terra
gaúcha, qualidades e faceta que perpassam em seus trabalhos
históricos.
RECEPÇÃO DO Dr. CÉSAR, PELO Cel
CAMINHA
Há alguns anos, tive o
prazer de receber na minha sala aqui no CMPA o César Pires Machado.
Veio, por indicação de um conhecido comum, buscar elementos para uma
pesquisa. Conversamos por algum tempo, o que foi suficiente para
perceber que se tratava, o meu interlocutor, de alguém muito
interessado e muito dedicado aos assuntos de história do Rio Grande
do Sul e do Brasil.
Em seguida, adrede
convidado, coloquei-o como membro-efetivo da nossa Academia de
História e do nosso Instituto de História e Tradições do RGS . De lá
para cá foram substanciosas as colaborações do prezado amigo, e
agora empossado como acadêmico, César Pires Machado, como poderemos
verificar da relação de suas obras, que será lida em seguida.
O novo acadêmico nasceu
em São Sepé-RS, em 22 de julho de 1945. Estudou em escolas primárias
e secundárias de sua terra natal e também em Santa Maria e Porto
Alegre. Graduou-se em agronomia pela Universidade Federal de Santa
Maria, em 1969. Fez curso de pós-graduação na Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, em 1970 e 1971, onde também defendeu tese, em
1972, recebendo o título de Mestre em Agronomia. Foi aprovado em
concurso para professor na Universidade Federal de Santa Maria e
convidado a integrar o Departamento de Solos da UFRGS, cargos nos
quais não permaneceu por razões de ordem particular.
Foi diretor e presidente
de cooperativa de produção, fundador e dirigente de cooperativa de
crédito, com abrangência em quatro municípios, nas décadas de 1970 e
1980. Foi Secretário Municipal de Agricultura de São Sepé na década
de 1990.
É estudioso
e pesquisador de história desde meados da década de 1960, tendo sido
patrono da Feira do Livro em São Sepé, palestrante e autor de
centenas de crônicas para jornais e rádio.
Assume a cadeira que tem
como patrono Dante de Laytano, historiador gaúcho que dispensa
comentários, tendo deixada um conjunto de grande obras sobre
história do nosso estado.
Além da publicação de
alguns trabalhos na área de agronomia e colaborações em obras de
outros autores, César Pires Machado vincula-se também à produção dos
seguintes títulos:
Como autor:
-Combate do Passo da
Juliana - Revolução de 1923,
(Pallotti,1999);
-Memórias de Diolofau
(Martins
Livreiro Editor, 2000);
-História
e curiosidades
(Martins Livreiro Editor, 2002);
-Buona Gente - marcha
para o sul
(EST Edições, 2005);
-Sepé Tiaraju a São
Sepé (EST
Edições, 2006);
-Canabarro em
Porongos: diversas abordagens
(EST Edições, 2006);
-Simões Pires-um
quarto de milênio
(EDIGAL, 2008);
-Chananeco - da lenda
para a história
(Já Editores, 2008);
-Simões Pires: gênese
(2009); e
-Aspectos da invasão
paraguaia em São Borja
(EDIGAL, 2010).
Como co-autor:
-Cultura italiana -130
anos (Nova
Prova, 2005);
-As Guerras dos
Gaúchos: história dos conflitos do Rio Grande do Sul
(Nova Prova, 2008).
É membro academico da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil e sócio efetivo do
Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul,
caracterizando-se suas obras por análises equilibradas, minuciosas e
consistentes, caracterizando-se também por um emprego judicioso do
vernáculo, o que valoriza ainda mais os seus trabalhos.
É empossado na cadeira
que tem como patrono o historiador gaúcho Dante de Laytano, cujo
desempenho na área da história dispensa comentários.
É com muita satisfação
que recebemos o Dr. César como acadêmico, certos de que ainda muito
contribuirá com a história militar terrestre do Estado e do Brasil.
Seja bem vindo. Obrigado.Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis.
ALOCUÇÃO DE POSSE DO Dr. CÉSAR
Posse na Cadeira Dante de Laytano,
da Academia de História Militar Terrestre do Brasil - César Pires
Machado
Inicialmente, queremos dirigir ao
Cel Claudio Moreira Bento, Presidente dessa Academia de História
Militar Terrestre do Brasil , o nosso reconhecimento pela honra que
nos concedem ao sermos indicado para integrar o quadro de acadêmicos
dessa prestigiosa entidade de abrangência nacional.
Entendemos que se houve com acerto
a Academia de História Militar Terrestre do Brasil ao criar a
cadeira Dante de Laytano. Trata-se de homenagem a um emblemático
personagem da intelectualidade gaúcha do século XX.
Referências mais
detalhadas ao extenso currículo desse patrono não cabem em pequeno
texto ou em curto espaço de tempo.
Nasceu em Porto
Alegre, em 23-03-1908. Com formação em Direito, pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, foi juiz municipal, promotor público e
consultor jurídico de Secretarias de Estado.
Foi professor
catedrático e titulado como professor emérito nas Universidades
Católica e Federal do Rio Grande do Sul, nas quais lecionou História
e Literatura. Lecionou também em educandários de nível médio e em
dezenas de cursos especiais. Foi professor visitante, em diversos
estados brasileiros, nos Estados Unidos, Argentina, Uruguai, e em
países da Europa e da África. Foi membro do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro, do Instituto Histórico e Geográfico do Rio
Grande do Sul e em congêneres deste, existentes em mais de uma
dezena de estados do Brasil. Também integrou institutos e
associações culturais do Uruguai, Argentina, Estados Unidos e países
da Europa. Ocupou diversos cargos em conselhos e comissões oficiais,
bem como cumpriu importantes funções em congressos estaduais e
nacionais de história, geografia e folclore. Foi Presidente de Honra
da Academia Rio-Grandense de Letras e membro honorário do Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, instituições estas que
presidiu. Visitou incontáveis museus em suas viagens internacionais
e foi também diretor do Museu Júlio de Castilhos, ocasião em que
redefiniu os objetivos do mesmo, desvinculando-o do Arquivo
Histórico e permitindo a criação do Museu de Arte do Rio Grande do
Sul.
Atuou, durante três décadas na
imprensa de Porto Alegre, onde foi colaborador permanente do Jornal
Correio do Povo, articulista e primeiro diretor-presidente do Jornal
Zero Hora.
Historiador,
folclorista, crítico literário, tradutor, cronista, dramaturgo,
genealogista e até crítico de cinema, quando jovem, Dante de Laytano
proferiu inúmeras palestras, apresentou trabalhos e publicou livros,
que dizem de sua vigorosa relação com diversas áreas de
conhecimentos.
Pesquisou e
divulgou, muitas vezes de forma pioneira, sobre ampla temática da
história rio-grandense. As presenças açoriana, alemã, italiana,
indígena e negra no Rio Grande do Sul foram por ele abordadas. O
homem a cavalo, a estância, Revolução Farroupilha, assuntos
militares, comércio, administração pública e muitos outros temas
receberam sua atenção. Muito disso é notável presença na
historiografia gaúcha.
São bastante
conhecidos alguns episódios protagonizados por jovens estudantes do
Colégio Júlio de Castilhos, nos idos de 1940, quando o Movimento
Tradicionalista Gaúcho dava os primeiros passos para se transformar
em movimento de massa. Dante de Laytano, que na época lecionava
nesse colégio, emprestou alentador apoio àqueles protagonistas. Na
ocasião, junto a militares e jovens cavaleiros pilchados, foi o
orador que fez a “Saudação ao General da República” diante dos
restos mortais de David Canabarro que eram transladados de
Livramento para Porto Alegre.
Os nossos mais
conhecidos folcloristas têm grande apreço por sua memória.
Orador de
solenidades, viajante curioso, conferencista aplaudido, congressista
participativo, relator minucioso, deixou marcas indeléveis em suas
muitas e extensas andanças. É possível que bastante do que produziu
ainda se encontre disperso em arquivos, jornais e revistas.
Era tido, pelos que
com ele privaram, como um homem afável, com alegria jovial,
inteligência robusta e ampla erudição. Era também, no dizer de
alguns, um “gordo bonachão”.
Após falecer, em
Porto Alegre, em 18-02-2000, foi objeto de marcantes homenagens e
diversas manifestações que traduziam admirações consolidadas.
Paixão Côrtes,
conhecido folclorista gaúcho, ressaltando o pioneirismo de Dante,
expressou que “Se alguém usar a palavra folclore para traduzir
hábitos e costumes do gaúcho deve citar Dante de Laytano. Ele trouxe
uma nova conotação ao estudo, dando caráter científico aos aspectos
que eram apenas orais. Seus livros são fonte obrigatória de consulta
sobre literatura e a cultura gaúchas”.
Antonio Hohfeldt,
competente conhecedor da obra de Dante de Laytano, ponderou:
“Dificilmente, aqueles que passaram pelo Instituto de Filosofia da
UFRGS, aqueles que se dedicaram à História, em especial a do Rio
Grande do Sul, os que desenvolvem pesquisas em campos tão variados
quanto o folclore , a historiografia, a literatura ou a confecção de
dicionários deixam de ter uma dívida com o grande mestre”.
Fernando Henrique
Cardoso, então Presidente da República, assim se manifestou,
aludindo ao passamento de Dante: “Eu tinha uma imensa admiração
pelo Dante. Ele foi um intelectual de grande expressão e valia para
o Brasil, e sua obra exerceu forte influência em meus estudos no Rio
Grande do Sul.”
As origens de Dante
de Laytano nos lembram uma curiosidade especial com relação à
composição da sociedade porto-alegrense contemporânea. Descendia ele
de imigrantes vindos de Morano Calabro, pequena cidade da Região da
Calábria, no mezzogiorno italiano. Em trabalho publicado em
1988, Laytano informava a existência de aproximadamente 16 mil
moranenses radicados em Porto Alegre. Esse número adquire singular
expressão se o confrontarmos com a atual população de Morano Calabro
que é ao redor de apenas um terço disso.
Outra curiosidade
também nos ocorreu, ao recebermos a indicação para ocupar a cadeira
desse patrono. Não perguntamos ao Coronel Moreira Bento, nem ao
Coronel Caminha acerca de alguma razão especial para tal escolha de
cadeira. Não nos escapa, porém, que Dante, embora de origem
italiana, produziu importantes trabalhos sobre açorianos, aos quais
creditava a mais marcante das influências na formação do caráter do
gaúcho. Sem querer sugerir qualquer equivalência de méritos, vale
lembrar que o agora modesto ocupante dessa cadeira, embora de origem
açoriana, publicou trabalhos também sobre imigração e cultura
italianas no Rio Grande do Sul, bem como enalteceu a participação
dessa etnia na composição da sociedade gaúcha. Parece-nos então que
essa designação da academia significaria, de certo modo, uma
idealizada troca de gentilezas, uma homenagem apropriada, inda que
singela, aos grandes méritos do patrono.
Embora a admiração
e orgulho pela história e tradições de nosso Exército, não prestamos
serviço militar ao atingirmos a idade prescrita para tal. Algumas
circunstâncias, porém, em mais avançada quadra da vida, permitiram
que, de outra maneira, estejamos resgatando antigo débito, prestando
algum serviço na pesquisa e divulgação de histórias que, com
freqüência, consideram o Exército Brasileiro.
Integramos, desde
2005, o quadro de sócios efetivos dessa academia e temos clara
consciência do compromisso que se renova hoje de modo especial.
Temos fundada
esperança de que nossa presença de origem paisana, no seio de
maioria militar, possa contribuir de alguma forma, inda que pequena,
para o incremento das características de isenção e ecletismo que
certamente são do interesse dessa academia.
Por derradeiro,
queremos manifestar nosso reconhecimento e agradecer pela grande
honra que nos concedem e pelo prestígio que trazem as presenças das
senhoras e senhores.
Muito obrigado. César Pires
Machado.
PALAVRAS FINAIS DO Cel
BENTO
É com satisfação e alegria que hoje nos
reunimos mais uma vez neste histórico Casarão da Várzea e na data
máxima da História do Rio Grande do Sul, o 20 de setembro de 1835,
início da Revolução Farroupilha, para cujo sucesso muito concorreu a
Guarnição do Exército da Província constituída de 5 unidades: 1 de
Infantaria, 1 de Artilharia e 3 de Cavalaria.
Revolta sob a liderança do Cel de
Estado-Maior do Exército, Bento Gonçalves da Silva e dos majores do
Exército, formados em nossa Escola Militar do Largo de São
Francisco, bicentenária este ano. João Manoel Lima e Silva,
comandante do Batalhão de Infantaria e tio paterno do Duque de
Caxias e José Mariano de Matos comandante do Batalhão de Artilharia
e do Tenente de Cavalaria Manoel Luiz Osório que comandou a revolta
do Regimento de Cavalaria de Bagé.

No coquetel: da esq. p/a dir.
Gen Daniel,
Cel Bento, Prof. Moacyr
Flores e Profª Hilda
Esta é a nova leitura da Revolução
Farroupilha que já publicamos e sem esquecer a participação na
revolta do Cel de Estado-Maior do Exército, do injustiçado Bento
Manoel Ribeiro, personagem que abordei em meu livro O Exército
Farrapo e os seus Chefes, no qual concordei com a
interpretação de Osvaldo Aranha, da família do ilustre acadêmico que
hoje aqui empossamos o Dr. Frederico Euclides Aranha.
Hoje aqui empossamos na cadeira Cel
Arthur Ferreira Filho, grande historiador militar civil
rio-grandense e líder cultural, o Dr. Frederico Euclides Aranha,
grande cultura com a qual nos enriquecemos com suas observações
preciosas e que sucede o grande historiador caxiense o acadêmico
emérito Professor Mário Gardelin, e ambos continuam vinculados a
esta cadeira pesquisando, preservando e divulgando a obra de seu
patrono.
Empossamos igualmente na cadeira Dante
de Laytano, grande historiador, líder e empreendedor cultural, o
Engenheiro Agrônomo César Pires Machado, que tem enriquecido a
historiografia militar do Rio Grande do Sul, hoje tão manipulada,
como foi o caso de sua resposta as manipulações do combate de
Porongos, objetivando nelas envolver o Duque de Caxias, o Barão de
Jacuí e toda a liderança farrapa presente naquele episódio.
Empossados, da esq. p/a dir. Dr.
Aranha, Dr. César e Cel Rossi Machado como sócio efetivo da AHIMTB
da Delegacia Gen Rinaldo Pereira Câmara.
Tem sido este novo acadêmico uma
positiva presença civil na historiografia militar do Rio Grande do
Sul, hoje tão rarefeita, mas densa no passado, e com interpretações
baseadas em fontes confiáveis por autênticas, íntegras e fidedignas.
Agradeço aos acadêmicos que receberam
em nome da nossa Academia os acadêmicos hoje empossados.
Hoje encerramos esta caminhada cultural
pelo Rio Grande do Sul aqui iniciada dia 13 e aqui hoje encerrada,
num grande esforço para consolidar nossa Academia, conforme consta
de O Guararapes nº 66 comemorativo, dos 14 anos da nossa
AHIMTB,
Agradeço a presença de todos com votos
de que os acadêmicos que integram a Delegacia. Cel Rinaldo ombreiem
com seu Delegado, atuando efetivamente, para consolidar a AHIMTB,
agradecimento em especial ao Comandante e equipe do Casarão da
Várzea.

Foto final: da esq. p/a dir. e
de baixo p/cima:Acadêmicos Dr. Flávio Camargo, Jornalista Carmen,
Cel Ernani, Dr. Aranha, Dr. César, (Dr. Miguel do Espírito
Santo,Presidente do IHGRGS) e acadêmicos Cel Lemos, Cel Edu, Cel
Caminha, Dr. Sandro, Gen Farias, Dr. Müller, Cel Bento, Gen Freitas,
(Cel De Souza comandante do CMPA) e acadêmico ST Saldanha.
Aspecto da Assistência
Cel Cláudio Moreira Bento
Presidente do IHTRGS e da
AHIMTB e jornalista
Editor: Luiz Ernani
Caminha Giorgis, Cel
2° Vice-presidente e
Delegado da AHIMTB/IHTRGS/RS
Delegacia General Rinaldo
Pereira da Câmara
Porto Alegre – RS