INFORMATIVO GUARARAPES- 2010              

 


 

Fundada em 1o de março de 1996

 

O GUARARAPES

ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA

ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL

CGC 01.149.526/0001-09

POSSES NO REGIMENTO TUIUTI ,O REGIMENTO DE SAMPAIO, DO ACADEMICO SARGENTO MUSICO JOSÉ ALVES DE SOUZA, NA CADEIRA ESPECIAL SGT MÚSICO ANTONIO MANIOEL DO ESPIRITO SANTO  E APRESENTAÇÂO DE HINO E DOBRADO DA ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL MUSICA DO ACADEMICO ALVES E LETRA DO HINO DO ACADEMICO ST EVILACIO B. SALDANHA E PALESTRA  SO  CEL BENTO, PRESIDENTE DA AHIMTB SOBRE A LIGAÇÂO HISTÓRICA DA 8ª CIA DO 4º BFzo QUE GUARNECEI CANGUÇU DE 1845/49 COM O REGIMENTO TUIUTI DE PELOTAS.

 

13 SET 2010  

    

 

A 8ª CAMPANHIA DO BATALHÃO DE FUZILEIROS EM CANGUÇU, AO COMANDO DO CAPITÃO ANTÔNIO DE SAMPAIO EM 1845-49

                              

 

Cel Claudio Moreira Bento(x)

 

      A 8ª Companhia do 4º Batalhão de Fuzileiros que ao comando do Capitão Antônio de Sampaio, hoje consagrado patrono da Arma de Infantaria, teve a missão de consolidar a pacificação da Revolução Farroupilha em  Piratini ex capital Farroupilha. E,  em especial, em seu distrito de Canguçu onde ela aquartelou por cerca de 4 anos como sua Base de Operações.. Isto, por ser considerado Canguçu , segundo o grande guerrilheiro imperial Ten Cel da Guarda Nacional Francisco Pedro de Abreu, o Moringue, que ali estivera baseado de agosto 1843/fev de 1845, “ como o distrito de Piratini de mais perigo e mais farrapo”.

   E assim, em Canguçu foi  presença pioneira na área, do hoje 9º Batalhão de Infantaria Motorizado   – o Regimento de Tuiuti  que tem como raiz histórica o citado 4° Batalhão de Fuzileiros. Unidade  esta intimamente ligada à história do Patrono da Infantaria que  a comandou, a integrou  a sua Brigada na conquista de Paissandu e, por fim, em sua Divisão Encouraçada, na Batalha de Tuiuti onde atuou na sua Vanguarda  sendo apelidado de O Vanguardeiro. Esta  é a origem do nome Regimento Tuiuti.

      .Batalha vencida pelo general Osório que estudamos em nosso livro Bicentenário do General Osório o maior herói e líder popular brasileiro (Resende: AHIMTB/IHTRGS.2008). e intimamente ligado a Pelotas e cuja Delegacia da Academia de História Militar Terrestre do Brasil em Pelotas a batizamos como nome de seu neto Fernando Luiz Osório., um de seus biógrafos e destacado civil historiador militar brasileiro, além de consagrado historiador de Pelotas, na obra A Cidade de Pelotas, com várias edições que o historiador pelotense e canguçuense Flavio Azambuja Kremer conserva com muito carinho em seu precioso Armazém Literário em sua residência  e que o  batizou com o nosso nome

        História do 4º Batalhão de Fuzileiros que passo a interpretar  com apoio em estudos do acadêmico  Cel Paulo Rocha Paiva. que buscou apoio em sua interpretação nos historiadores militares e patronos de cadeira em nossa Academia  Cel Jonathas do Rego Monteiro e o General Paulo Queiroz Duarte. Apoio igualmente em informações dos falecidos historiadores do Regimento Tuiuti e correspondentes de nossa AHIMTB Major Ângelo Pires Moreira e Heloisa Assunção do Nascimento. E mais de nosso colega de Turma Antônio Alberto da Silva Lisboa  que escreveu história inédita do Regimento, cujo exemplar único havia deixado com o comandante da unidade e cujo destino ele não sabe informar.

        Interpretação que traduzimos sinteticamente em 2001 no livro 8º Brigada de Infantaria Motorizada, em parceria com o Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis as p.134/137, nas quais retifico que Sampaio não combateu a Revolução Farroupilha. E, sim, que de 1845/49 participou de sua consolidação a partir de sua base de operações em  Canguçu

      O 4º Batalhão de Fuzileiros foi organizado em Recife Pernambuco  em 1842. E em  1945 foi destacado no Rio Grande do Sul, tendo aquartelado em Jaguarão integrando a 2ª Brigada ao comando do  Cel Manoel Marques de Souza, 3º,  o futuro de Porto Alegre, neto homônimo do Marechal de Campo Manoel Marque de Souza 1º,  patrono da 8ª Bda Inf Mtz de Pelotas e  que representara Caxias nas negociações da paz  da Revolução Farroupilha, no Rio de Janeiro

       Personagem riograndina  cuja história abordamos em parceria com o Cel Luis Ernani Caminha Giorgis na reedição ampliada do livro Conde de Porto Alegre bicentenário 2004. Porto Alegre: Genesis ,2005, cujas abas são de autoria de sua descendente, jornalista Carmen Lúcia Ferreira da Silva , acadêmica da AHIMTB, .ocupante da cadeira Conde de Porto Alegre.

      A 8ª Companhia do 4º Batalhão. De Fuzileiros foi destacada em Canguçu então distrito de Piratini, pelo Cel Manoel Marques de Souza 3º ao comando do capitão Antônio de Sampaio e com a concordância do Barão de Caxias, para consolidar a pacificação nas serras do Sudeste, E em Canguçu o Capitão Sampaio permaneceu por cerca de 4 anos e ali conheceu sua esposa Julia dos Santos Miranda, com quem casaria em Jaguarão, pelo padre .João Temudo Cabral Dinis que casara os pais de Julia em Canguçu quando foi dali pároco em 1818/1819.

     Consolidada a Pacificada a Revolução, o 4º Batalhão de Fuzileiros retornou a Pernambuco para a  pacificação da Revolução Praieira 1849/50 .

     E o citado Batalhão retornou ao Rio Grande no qual foi incluído pela Ordem do Dia nº 65 de 26 de julho de 1852, e o Capitão Antônio de Sampaio  foi promovido a Major por merecimento, três dias depois.  E a partir de 1854 passou a exercer o comando interino do 4º Batalhão  de Fuzileiros, tendo inclusive no seu comando integrado a Divisão Auxiliadora. E permaneceu no seu comando até a sua promoção a Ten. Cel por Decreto de 2 de dezembro de 1855.

      Segundo o acadêmico Cel Paulo Rocha Paiva com base na obra; Estudo sobre a Organização dos Corpos de Tropas, as paginas 65, 66 e 24, que abordaram  a visualização até 1934 do 4º Batalhão de Fuzileiros  a partir do Batalhão Provisório de Pernambuco em 1839.

      Este Batalhão retornou a Pernambuco e em maio de 1864 integrou a Brigada de Comando do Cel Antonio de Sampaio..

      Promovido Sampaio a  Brigadeiro, o 4º B. Fz da Brigada de Sampaio integrou a sua Divisão e foi a Vanguarda da Divisão no Batalhão, de Tuiuti  de 24 de maio de 1866.

      Em 1908 o 4º Batalhão de Fuzileiros já intimamente ligado a vida de Sampaio, contribuiu para formação do 9º Regimento de Infantaria em Pelotas.

      9º Regimento de Infantaria que em 1972 foi transformado em 9º Batalhão de Infantaria Motorizado. E em razão de o 9º Batalhão de Infantaria descender do heróico 4º Batalhão de Fuzileiros recebeu  a  denominação histórica justíssima de Batalhão Tuiuti, Circunstância que o liga mais a vida e obra do Patrono da Infantaria que o próprio Regimento Sampaio, ao assim ser denominado por ser a mais antiga unidade de Infantaria do Exército e que carrega em suas tradições a de ser a única unidade brasileira que participou de operações de guerras transcontinentais:  .A Libertação de Angola em 1648 do domínio holandês e sua participação na FEB onde teve a seu cargo o papel principal na conquista de Monte Castelo. E dentre os 21 gaúchos mortos na FEB 2 foram soldados do Regimento Tuiuti e filhos de Canguçu, honrando a terra onde o Regimento Tuiuti, historicamente contatou antes de aquartelar em Pelotas  .

      Em conseqüência, a 8ª Cia do 4º B.Fz. que esteve em Canguçu em 1845/49,por transformações, fusões e denominações sucessivas, liga-se intimamente ao Batalhão Tuiuti, no qual diversas gerações de canguçuenses tem nele prestado Serviço Militar.E inclusive o autor esteve aquartelado em 1950 em sua caserna quando prestou o Serviço Militar Obrigatório, na então 3ª Companhia de Comunicações proveniente de Fortaleza. onde Sampaio iniciara sua vida militar há 180 anos, na Fortaleza hoje sede da 10ª Região Militar a frente da qual repousam seus restos mortais .

 

        Fontes consultadas:

 

     BENTO, Cláudio Moreira, Cel. Bicentenário do Brigadeiro Antônio de Sampaio. Patrono da Infantaria. Barra Mansa; AHIMTB, IHTRGS, ACANDHIS; 2010-07-21

     (____). et GIORGIS, Luiz Ernani Caminha. 9º BI Mtz Regimento Tuiuti. In:8ª Bda Infantaria  Motorizada.Porto Alegre: Genesis 2001 .p134/137

    DUARTE, Paulo Queiroz, Gen. Voluntários da Pátria. Rio de Janeiro. BIBLIEX, v. 1

    MONTEIRO, Jonathas do Rego,Cel . Organização dos Corpos de Tropas Coloniais. Arquivo do Exército 1934

    PAIVA, Paulo Rocha, Cel. Os Batalhões de Infantaria na Guerra do Paraguai.( inédito)

 

    (x) Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, do Instituto de História do Rio Grande do Sul e das Academias Canguçuense e Piratiniense de História

RECEPÇÃO DO ACADÊMICO SAGT ALVES PELO JORNALISTA CAIRO MOREIRA PINHEIRO DELEGADO DA DELEGACIA DA AHIMTB EM

PELOTAS DR FERNANDO LUIZ OSÓRIO

FALTA

ELOGIO DO NOVO ACADEMICO SGT MUS JOSÈ ALVES DE SOUZA AO SEU PATRONO SGT MUS ANTÒNIO MANOEL DO ESPIRITO SANTO

 

A principal canção da Marinha, ou canção do Marinheiro, ainda não oficializada, é o Cisne Branco. A música é do primitivo dobrado ' 'Sar­gento Calhau" do inspirado músico do Exérci­to, mestre Antonio Manoel do Espírito Santo.meu patronpo de cadeira A letra, inicialmente chamada Garcinha Bran­ca, foi composta em 1916, no Quartel de Mari­nheiros na ilha de Villegagnon, desde 1938 se­de da Escola Naval, pelo capitão-tenente Fran­cisco Dias Ribeiro, pai do general Rubem Continentino Dias Ribeiro, conforme documentos no Serviço de Documentação Geral da Marinha.

O capitão Dias Ribeiro faleceu no ano seguin­te, em 27 de novembro de 1917, vítima de um acidente de bonde na rua do Matoso.

Era natural de Sobral — Ceará.

Do autor da música, com apoio na interpre­tação de diversos dados esparsos disponíveis,a confirmar onclusive seu nome Antonio ou Antonino  po­de-se dizer:

Mestre Antonio Manoel do Espírito Santo (1884-1913). Nasceu em Salvador — Bahia, em 10 de maio de 1884. Era filho de pais humildes. O pai era baiano e a mãe alagoana de Palmeira dos Indios. Aos 7 anos ficou órfão. Foi ampara­do como aprendiz de música do Arsenal de Guer­ra do Exército, em Salvador.

Aprendeu música também em furtivas visitas ao Mosteiro de São Francisco. Aos 15 anos, em 1899, compôs o seu primeiro dobrado, Palmeira dos Indios, em ho­menagem à terra de sua mãe.

Aos 21 anos passou a ser mestre do 50° Ba­talhão de Caçadores do Exército, em Salvador, função que desempenhou até sua morte, em 1913, aos 29 anos. O acervo desta Unidade encontra-se com o 28° BI Mtz de Vitória — Espíri­to Santo.

Portanto, o mestre Espírito Santo foi ampa­rado, criado e educado pelo Exército. Deixou abundante produção musical e 220 dobrados en­tre eles Avante Camaradas, Bombardeio da Ba­hia, Sargento Caveira e Quatro Dias de Via­gem, muito populares e executados por bandas militares e civis.

É uma feliz coincidência que a canção da Ma­rinha seja da autoria de um filho do nosso Exército.

Fonte consultada

Amor Febril Memoria da canção Militar Brasileira do Cel Claudio Moreira Bento. Porto Alegre :GBOEx, 1990.

 

PALAVRAS FINAIS DO PRESIDENTE DA AHIMTB

 

 

 

 

PALAVRAS FINAIS NO REGIMENTO TUIUTI EM 16 DE SETEMBRO DE 2010.

 

Posse do 1º Sgtº José Alves de Souza   na  Cadeira Especial da AHIMTB, Sargento Antonio Manoel do Espírito Santo.

 

 Há 60 anos e 7 meses e 20 dias passados iniciamos nesta caserna histórica do Regimento Tuiuti., O regimento de Sampaio a nossa carreira no Exército como Soldado da 3ª Cia de Comunicações, aqui acantonada. Unidade proveniente do Ceará aqui renunerada como 3ª Cia Comunicações integrante da hoje 3ª Divisão de Exército a Divisão Encouraçada que carrega as tradições da 3ª Divisão de Sampaio em Tuiuti

 E aqui partilhamos por 13 meses como soldado e cabo das atividades do então 9º Regimento de Infantaria.

Recordo a participar de atividades conjuntas com o Regimento nas formaturas  matinais e na escala de Guarda do Regimento, como se fora hoje.  Recordo nas formaturas matinais que em uníssono  junto com o Regimento, respondíamos a este cumprimento do comandante do Regimento, o Cel Berzelius Veloso Ferreira que substituira o Cel Arthur da Costa e Silva.futuro presidente da República

       Bom dia Regimento! Bom dia Comandante!

 Tempo em que no Regimento serviam o Majores Camargo, Plácido Nogueira, Capitães . Souto, Jonas do Nascimento, Amarante e o Sargento Ângelo Pires Moreira.nosso primo

E hoje aqui retornamos saudosos daqueles tempos para presidirmos a posse como acadêmico do Sargento Nusico  Alves e acolhidos com todo o carinho pelo comandante do Regimento Tuiuti ao Comando do Ten Cel Marcio Machado de Melo que conhecemos em Canguçu em 21 de maio de 2010, nas comemorações do Bicentenário do Brigadeiro Antônio Sampaio que ali estiveram por quatro anos; de 1845/1849 no comando da 8ª Cia. do 4º Batalhão de Fuzileiros de Pernambuco rais histórica  deste  Regimento que tivemos a satisfação de registrar síntese de sua História em nosso livro  8ª Brigada de Infantaria Motorizada, Brigada Marechal Marques de Souza, 1º em parceria com o Cel Inf. Luiz Ernani Caminha Giorgis lançado em 2001 no QG da 8ª Brigada de Infantaria Motorizada.

 Hoje tivemos a oportunidade de ligar mais intimamente Canguçu com a História do Regimento Tuiuti em 1845/49 com a sua então 8ª Cia. ao comando do Cap. Sampaio.

Ao empossarmos o acadêmico Sargento Alves na cadeira do grande compositor Antonio Manoel do Espírito Santo, lembrei haver elaborado em 1990 para o GBOEX o Álbum Memória Canção Militar Brasileira, Amor Febril em que resgatamos a História da bandas e músicas militares e inclusive com muita  honra e orgulho  haver pertencido aqui em Pelotas como tamboreiro de 1945 a 1948 á  Banda do Ginásio Gonzaga, que viria mais tarde conquistar o 1º lugar num concurso brasileiro na especialidade.

 E foi hoje aqui uma grande alegria como presidente e fundador da Academia de História Militar Terrestre do Brasil,aqui hoje ouvir o hino e um dobrado da Academia de História Militar Terrestre composto pelo acadêmico Sgt Alves convidado para ocupar a cadeira do Mestre Antonio do Esporitp Santo depois de ouvir a Banda da 8ª Brigada de Infantaria executar em Canguçu sob sua regência o Dobrado Regimento Tuiuti

     Queria agradecer a presença de todos que participaram desta histórica cerimônia e agradecer em especial o apoio para o brilho desta cerimônia ao Ten Cel Márcio Mello Comandante do Regimento de Tuiuti e ao Delegado da AHIMTB  em Pelotas, Delegacia Drº Fernando Luiz Osório, jornalista Cairo Moriera Pinheiro por tão bem haver representado a nossa Academia na recepção do acadêmico Sgt Alves e este pela expressiva contribuição a sua Academia de História Militar com a composição de um dobrado e um hino da AHIMTB.       

 

 

 

"Para alimentar o cérebro de um Exército na paz, para prepará-lo para a eventualidade indesejável de uma guerra, não existe livro mais fecundo em meditações e lições do que o da História Militar."