INFORMATIVO GUARARAPES- 2013              

                         AHIMTB/Resende
Mal.              Mal. Mário Travassos


 
Fundada em 23 de abril  de 2011
em continuidade a AHIMTB,
fundada
  em 1º Março 1996

 

 

O GUARARAPES

ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA

 FEDERAÇÃO DAS ACADEMIAS DE HISTÓRIA MILITAR

TERRESTRE DO BRASIL (FAHIMTB) E DA AHIMTB/Resende

 MARECHAL MÁRIO TRAVASSOS

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140 º ANIVERSÁRIO DE JOSÉ PLÁCIDO DE CASTRO

O GAÚCHO  LIBERTADOR E PROCLAMADOR

DA INDEPENDÊNCIA DO ACRE

 

Ano 2013,  nº 21 – FAHIMTB AHIMTB/Resende  AGO.

    

 

140 º ANIVERSÁRIO DE JOSÉ PLÁCIDO DE CASTRO
 O GAÚCHO LIBERTADOR E PROCLAMADOR DA INDEPENDÊNCIA DO ACRE

 

Cel Claudio Moreira Bento

 Historiador Militar e Jornalista, Presidente da FAHIMTB e AHIMTB Resende Marechal Mário Travassos e do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul(IHTRGS)

 

 

   

         Coronel José Plácido de Castro o Libertador do Acre

 

O Coronel acreano José Plácido de Castro foi um jovem gaúcho, líder militar nato, que o destino caprichoso impeliu para o Acre, para um grande encontro com nossa História, ao prestar serviço, século XX, à defesa e preservação da Integridade, Soberania e Unidade brasileiras.

 

Liderando bravos nortistas, desbrava­dores e povoadores da região, proclamou o Acre Estado Independente, em 6 de agosto de 1902, em Xapuri.

 

Consolidou-o pelas armas, em duros combates, em 171 dias de campanha. Libertou a região de séria ameaça potencial representada por poderosos grupos econômicos internacionais, inte­ressados em dominar, inclusive com apoio militar, fontes de produção de borracha na Amazônia.

 

Evocamos sua vida e obra, no seu 140º ano de nascimento, as apontando como exemplo e inspiração a brasileiros de hoje, que velam pela Soberania e Integridade do Brasil na Amazônia ou, que participam da grande cruzada patriótica de desenvolvê-la e integrá-la.

 

Da ação militar e política desse herói, combinada com a diplomática do grande patriota Barão do Rio Branco, resultou a incorporação ao Brasil, pelo Tratado de Petrópolis, de 17 de no­vembro de 1903, do atual Estado do Acre.

 

                  DESCENDENTE DE GUERREIROS

 

Plácido de Castro nasceu em  Tapera da  Genoveva,em Laranjeiras, distrito de Santa Margarida, São Gabriel, Rio Grande do Sul, em 23 de dezembro de 1873.segundo seu batistério Era filho, sobrinho, neto e bisneto de milita­res que lutaram em 1801-1870, em defesa da Sobe­rania e Integridade do Brasil, em nossa Fronteira Sul – “A Fronteira do Vai e Vem.”, na inspirada expressão do historiador, tradicionalista gaúcho  e poeta Cel PM Hélio Moro Mariante,patrono de cadeira na FAHIMTB.

 

A casa de seu pai tornou-se ponto de encontro de veteranos da Guerra do Paraguai. Nela, o assunto principal era a recordação de lan­ces militares deste conflito. A mente infantil de Plácido foi povoada pelos feitos guerreiros de seus antepassados, durante seis (6) campanhas contra os espanhóis e seus descendentes.

 

            ADOLESCÊNCIA DIFÍCIL

 

Com 9 anos começou a trabalhar. Com 12 anos perdeu o pai e passou a sustentar a mãe e seis irmãos menores. À procura de maior salário, trabalhou em Bagé e São Francisco de Paula, até atingir idade para realizar seu sonho, in­gressar no Exército.

 

                  SOLDADO DO REGIMENTO MALLET

 

No mês seguinte à Proclamação da República, com 16 anos e quatro dias, ingressou no Exército como soldado. Escolheu, em São Gabriel, a unidade de grande tradição guerreira, o legendário Io Regimento de Artilharia de Cam­panha, o atual Regimento Malet de Santa Maria. Esta unidade escrevera páginas imortais de glória militar, nas guerras contra Oribe e Rosas (1851-1852) e do Paraguai (1864-1870). Após seis meses, Plácido era cadete.

         CADETE EM RIO PARDO E PORTO ALEGRE

 

No segundo semestre de 1890, ingres­sou na Escola Tática e de Tiro do Rio Pardo, onde, após 2 anos e meio era 2o sargento. Em 1893, passou a frequentar a Escola Militar de Porto Ale­gre, último degrau para tornar-se oficial do Exér­cito.

 

                        CARREIRA FRUSTADA

 

   

Plácido de Castro estudou no Casarão da Várzea, atual caserna do Colégio Militar de Porto Alegre, cujo pátio foi batizado com o seu nome pelo Cel Art QEMA Jonas de Moraes Correa Neto, quando comandante do Colégio.(Fonte:Capa do nosso livro em parceria com o Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis publicado em 2008, onde é destacada a maquete do CMPA erguida por alunos.

A entrar para a Escola Militar, a política dividia a família brasileira. Ela penetrou na Escola e dividiu seus alunos em florianistas e federalistas. Estourara no Rio Grande do Sul a Re­volução de 1893, caracterizada por uma violência inaudita e desrespeito a vida do adversário. Cadetes florianistas encabeçaram abaixo-assinado, pedindo o fechamento da Escola para lutarem contra a Re­volução. Plácido, apolítico, segundo seus biógra­fos, recusou-se a assinar o documento. Foi desliga­do da Escola, declarado suspeito, preso e enviado à Bagé para servir no Batalhão de Transportes, além de privado do uso de arma de fogo. Neste exato momento frustrara-se, para sempre, seu sonho de ser oficial do Exército.

 

                   REVOLUCIONÁRIO FEDERALISTA

 

Na véspera do combate do Rio Ne­gro, em Bagé, ele abraçou a causa da Revolução.Apresentou-se aos chefes revo­lucionários e conseguiu a libertação de dois compa­nheiros do Exército, presos na véspera. Um deles seu inimigo. Dessa generosidade ele daria várias mostras na Revolução Acreana. Em 1893, Plácido participou de quase quarenta (40) ações de comba­te.

 

Completou sua formação militar na Academia Militar das Coxilhas, "vendo, tratando e pelejando". Com 21 anos incompletos, era major por bravura e disputado entre seus chefes. Jovem não se deixou envolver por práticas bárbaras in­troduzidas nesta revolução, entre as quais o degolamento de adversários inermes, costume abominável introduzido por caudilhos orientais, contrário a tradição de Firmeza e Doçura do gaúcho brasileiro. Tradição que encontrou no general Osório seu maior expoente.

                         

                            A FORJA DO GUERREIRO

 

Os três anos e meio passados no Exér­cito e os dois anos de revolução seriam responsá­veis por sua escolha como general e comandante do Exército do Acre, à frente do qual realizaria feitos militares retumbantes; dentro de critérios tá­ticos e estratégicos de grande validade em Arte e Ciência Militar que ele soube adaptar à realidade amazônica, diametralmente oposta a das coxilhas do Rio Grande do Sul a que se acostumara.

 

ADEUS ÀS ARMAS

 

Com a Paz de Pelotas, em 1895, que colocou um fim à Revolução, Plácido não retornou ao Exército. Assistia-lhe, de direito, esta faculdade. São desconhecidos os motivos do não retorno. Depois de  breve período em São Gabriel, foi para o Rio de Janeiro onde tomou-se guarda e inspetor de alunos do Colégio Militar. Incidente com um oficial professor de geografia obrigou-o a demitir-se. Após, trabalhou nas Docas de Santos, onde praticou o ofício de agrimensor, condição que o levou à Amazônia, contratado para demarcar seringais.

 

A Amazônia fervilhava com a Ques­tão Acreana. Os limites entre o Brasil e Bolívia no Acre eram discutidos. As diplomacias dos dois pai­ses esforçavam-se por defini-los. A seca de 1877, no Nordeste, atraiu para o Acre milhares de nor­destinos que terminaram por desbravar e povoar aquela região selvagem, ao custo de 100.000 vidas imoladas por uma ecologia adversa, paraíso de fe­bres palustres. O Brasil reconheceu o domínio boliviano sobre parte da área desbravada e povoada por nordestinos que já se consideravam acreanos. Eles argumentam: " se o Brasil não quer o Acre, os acreanos não desejam ser bolivianos".

 

Em 14 de julho de 1899, em Empreza, o espanhol Luiz Galvez, após descobrir o tratado; entre os governos da Bolívia e EE.UU, lesivo aos interesses acreanos, proclamou o Acre estado inde­pendente. O Brasil interferiu e ajudou a Bolívia a restabelecer seu domínio sobre a área.

 

Jovens de Belém, inconformados, or­ganizaram uma força para libertar o Acre. Esta força passou à história como Expedição dos Poetas. Após alguns êxitos, fracassou por falta de um líder militar.

 

Plácido recusou comandá-la, obedien­te à decisão do governo brasileiro. Plácido atacado de febre palustre dedicava-se, como agrimensor, a demarcar seringais.

                    

             UM CAVALO DE TRÓIA AMEAÇA A AMAZÔNIA

 

O governo boliviano, visando lucros e a manter seu domínio sobre o Acre, recorreu a capitais privados norte-americanos e ingleses, se­dentos de dominarem as fontes de produção de borracha na Amazônia.

 

Formou-se o Bolivian Syndicate. Este adquiriu o direito, por arrendamento, de adminis­trar o Acre e ali manter Uma força armada.O arrendamento incluia área reconhe­cidamente brasileira, segundo constatação de Plácido de Castro.

 

Era um Cavalo de Tróia a ser introdu­zido na Amazônia, por poderosos capitais interna­cionais, com apoio oficioso dos EE.UU. Preceden­tes, na África e Ásia, mostraram que grupos idênti­cos terminaram por colonizar e dominar impor­tantes áreas de alguns países, onde penetraram com os mesmos propósitos. Era uma ameaça à So­berania e Integridade do Brasil, Bolívia e Peru.

 

          A OBRA RESERVADA AO JOVEM GAÚCHO

 

Eram imprevisíveis, a longo prazo, as consequências funestas para o Brasil e Bolívia, se concretizado o acordo do Bolivian Syndicate.

Teríamos hoje uma grande nação a dominar grande parte da Amazônia brasileira, boli­viana e peruana? O Brasil exerceria soberania so­bre a navegação no Amazonas e seus principais afluentes? Quais os reflexos negativos sofridos pela geopolítica brasileira na Amazônia? Seria mantida a Integridade e Soberania do Brasil na área? Estas e outras perguntas assaltaram a mente do patriota e estudioso de Geografia - Plácido de Castro.

 

        PROJEÇÃO DA OBRA DE PLÁCIDO NO BRASIL

 

Neste contexto é que se insere a gran­de obra que irá realizar Plácido de Castro, sem rival no século XX, na defesa e manutenção da Integrida­de, Unidade e Soberania do Brasil na Amazônia, área que somente faz pouco tempo os brasileiros tiveram con­dições, com grandes sacrifícios, de darem início a grande batalha para integrá-la e desenvolvê-la, para não entregá-la, sobre pressões imprevisíveis do fu­turo do mundo, em acelerada explosão demográfi­ca.

 

Por outro lado, seriam abandonados à própria sorte milhares de brasileiros acreanos, des­bravadores e povoadores da região, desde quase meio século. No Acre encontravam-se sepultados milhares de nordestinos imolados na luta para dominar aquela região selvagem e remota.

         

   ENCONTRO COM SEU DESTINO E COM A HISTÓRIA

 

Plácido encontrava-se na Amazônia desde 1898, com 25 anos de idade. Acompanha com simpatia a Questão Acreana, sem nela envol­ver-se. Brasileiros e bolivianos da área chegaram a um acordo de convivência fraterna. Ao tomar conhecimento do teor do contrato, lesivo ao Acre, ao Brasil e também à Bolívia, decidiu impedir que se consumasse. Aderiu à revolução. Daí por diante foi o catalizador, organizador e pregador da Revo­lução, com vistas a impedir a invasão e controle da área por capitais alienígenas, interessados em con­trolar fontes de produção de borracha.

 

INDEPENDÊNCIA DO ACRE

 

Em 6 de agosto de 1902, conquistou Xapuri e proclamou a Independência do Acre. Fez com que todos os presentes assinassem a Ata de Independência, a fim de comprometefem-se no movimento. Durante mais de um mes percorreu a pé, a cavalo, em canoas, todos os recantos .do Acre, no afã de mobilizar para reação militar que dentro em breve se faria sentir. Nos seus mais agudos mo­mentos de febre palustre, fez-se transportar em rede. Decorrido cerca de um mês, conseguiu mobi­lizar, organizar, equipar e adestrar um pequeno exército de 66 homens e fortificar diversos seringais.

Por ele, o Brasil definiu a situação do atual Estado do Acre em troca de compensações; territoriais, em dinheiro e obras civis de grande projeção econômica para a Bolívia.

 

 

                          

 

Monumento em Rio Branco, Capital do Acre ao Proclamador de sua Independência em Xapuri e 2 de agosto 1902.(Fonte Arquivo do autor tirada em 1973 por ocasião de sua visita ao Acre em 1973, como membro da Comissão de História do Exercito do EME)

 

                          IMPERATIVO CÍVICO

 

 

 

Parte de trás do monumento com a data em que proclamou a Independência do Acre e sua frase “ Mas ainda há tanta coisa a fazer pelo Acre.(Fonte:Arquivo do autor de foto retirada em sua visita ao Acre em 1973).

 

 

 

  

Placa de bronze no Monumento ao Cel Plácido de Castro, uma alegoria a remoção de uma pesada corrente que barrava em Porto Acre a navegação por brasileiros do rio Acre. Figura junto com autor um historiador membro do Instituto Histórico e Geográfico do Acre e funcionário do Governo do Acre e nosso guia em nossa visita e que lamentavelmente decorridos 40 anos não lembro   seu nome. Mas ele foi muito prestimoso e dominava a história do Acre(.Fonte:Do Arquivo do autor tirada em sua visita ao Acre em 1973)

Plácido morreu em 11 de agosto de 1908, vítima de uma emboscada preparada por desafetos políticos, dois dias antes, no Seringal Benfica. Teve o mesmo destino trágico de seu avô do qual herdou o nome, o major do Exército José Plácido de Castro.

Seus restos mortais repousam em Porto Alegre. Dia virá, que o Acre os reclamará para fazê-los repousar no cenário de suas glórias, na terra de seus intrépidos comandados acreanos que escreveram uma epopeia em defesa da Integri­dade e Soberania do Brasil.

 

Na terra daqueles heróis que submergiram, um após outro, sob  balas inimigas, na tarefa de cortar uma corrente que barrava a navegação do rio Acre defronte  a Puerto Acre. Na terra da heroína Angelina Gonçalves de Souza que combateu a luta mais desi­gual com o inimigo, em protesto pelo trucidamen­to de seu marido.Enfim, na terra de outros tantos heróis assinalados, na luta peia libertação do Acre, muitos esquecidos, que somente Deus sabe seus nomes!.

Seu retomo é um imperativo cívico, para a reverência eterna dos acreanos, aos quais ajudou a conquistar a liberdade e o direito de se­rem brasileiros e, para o respeito dos irmãos boli­vianos ao adversário valoroso e generoso que luta­va, não contra a Bolívia ou contra seus irmãos bolivianos, mas, contra o Bolivian Syndicate que ameaçava não só a Integridade e Soberania do Brasil, como a da própria Bolívia e a liberdade de seu povo, comprometida seriamente, a longo prazo.

 

 

 

 

 

Alegoria da emboscada de que Plácido de Castro foi vítima em 9 de agosto de 1908, no Seringal Benfica acompanhado, por seu irmão depois deste frequentar a Escola Preparatória e Tática do Rio Pardo e a Escola Militar da Praia Vermelha, conforme abordamos suas desventuras ,em nosso livro em parceria com o Cel Caminha. Escolas Militares de Rio Pardo Vide em Fontes.(Fonte Internet).

 

  

Túmulo de Plácido em mármore em Porto Alegre, no Cemitério da Santa Casa de Porto Alegre para onde foi levado por seu irmão,atendendo a seu apelo antes de morrer

“Que tão logo pudesse retirasse do Acre os seus ossos. E direi como aquele general africano: ”Esta terra que tão mal pagou a liberdade que lhes dei  é indigna de guardá-los.”(Fonte: Arquivo da AHIMTB RS Gen Rinaldo Pereira Câmara).

Em 1973 , produzimos a plaqueta Centenário do Libertador do Acre Plácido de Castro , que foi editada pela SUDAM e distribuída amplamente pela escolas da área, e a pedido do Cel Milton Câmara Sena, superintendente da SUDAM que eu havia conhecido no Recife em 1970 /71, quando ele era como Chefe do EM da 7ª RM e do qual havia recebido muito apoio, como coordenador do IV Exército ,do Projeto, Construção e Inauguração do Parque Histórico Nacional dos Montes Guararapes.

O general Adauto Araújo Bezerra, fi­lho do Acre, quando comandante da 3a Região Militar, no Rio Grande do Sul, des­cobriu o batistério de Plácido de Castro, no qual consta ele ter nascido em 9 de dezembro de 1873 e não 23 de dezembro, como até então era aceito.Em 1973 como membro da Comissão de História Militar do EME, por gestões do citado General Adauto Araujo Ribeiro,chefe de Gabinete do EME e com apoio do Governo do Acre e do Brigadeiro Faria Lima pesquisamos no Acre, a vida e obra de Plácido de Castro. Percorremos todos os locais relacionados com a Conquista do Acre e foram tiradas muitas fotos  por fotógrafo colocado a nossa disposição e, em especial de Porto Acre e do local onde Plácido de Castro foi emboscado em companhia de seu irmão Genesco. qu em 1902 estudara na Escola Preparatória de Rio Pardo onde foi protetor do aluno Bertoldo Klinger, dos trotes de que fora vítima e que se tornaram grandes amigos.

No Acre encontrei a beira da morte o Sargento Feitosa o mateiro de Plácido de Castro, exibindo orgulhosamente uma bússola presente de Plácido de Castro  com a qual navegava no meio da selva, deslocando-se por rumos e abrindo picadas na floresta, evitando deslocamentos pelos caminhos nelas pré-existentes, usados pelos seringalistas, para prevenir caírem em emboscadas.

Conheci recolhido a um hospital o herói que cortou com uma lima l corrente que barrava a navegação em Porto Acre. Ele por noites seguidas usando azeite e lima. e protegido metido num fosso por onde a corrente passava encostava e terminou por cortá-la .Ele na convicção que seu ato heroico seria punido, internou-se muito jovem e por cerca de 70 anos nos seringais bolivianos, de onde nonagenário foi encontrado muito doente pelo  padre pároco de Rio Branco  e recolhido a um hospital desta cidade. Aparecem comigo na foto abaixo..

 

 

Foto do herói então nonagenário que, muito jovem, cortou a corrente que barrava a navegação em Porto Acre  e que muito doente, decorridos 70 anos, foi recolhido a um hospital de Rio Branco, pelo padre cearense que aparece na foto , e que lamentavelmente decorridos 40 anos, não lembro   seu nome, mas que pode ser identificado pelos que o conheceram no Acre.(Fonte: Foto do arquivo do autor lembrança de sua visita ao Acre em 1973, como membro da Comissão de História do Exército do Estado-Maior do Exército).

 

 

 Foto em que aponto com o quepe o estratégico local o onde os bolivianos colocaram a pesada corrente no rio Acre na altura de Porto Acre. A linha representando o local da corrente foi desenhada pelo autor.( Fonte foto tirada da margem direita que foi ocupada por forte contingente boliviano) .

Por longos anos a corrente que barrava a navegação no rio Acre, figurou num monumento em Rio Branco.Removida para uma reforma do monumento foi recolhida a um depósito da Prefeitura de Rio Branco. Interessado em conhecer aquele troféu alta autoridade de Rio Branco combinou que no outro dia iria me mostrar. Mas esta autoridade não apareceu no dia seguinte. Mais tarde soube que ela faltou ao compromisso por ao tentar localizar a corrente para me mostrar soube que inadvertidamente, foi dado um fim a histórica correntes sem atentarem para o grande simbolismo do troféu, Foi lamentável.Não sei se foram depois encontrado pedaços da mesma.

 

 

 Visita ao Sargento Feitosa que fora ha 70 anos atrás ,uma espécie de ordenança e mateiro de Plácido de Castro. O encontrei muito doente e preso ao leito, aos cuidados de um netinho de cerca de 6 anos.Ele ainda conservava com muito orgulho a bússola que havia recebido de Plácido de Castro , a qual  eu seguro na mão direita.(Fonte: Arquivo  pessoal do autor disponível no acervo da FAHIMTB em sua sede na AMAN)

Plácido de Castro tem sido alvo de justas homenagens é nome de município no Acre localizado conforme este mapa bem como nome do  Plácido de Castro Futebol Clube local

 

 

 

É denominação do moderno Aeroporto de Rio Branco abaixo

 

 

 

 

  

 

  

Cel José Placido de Castro em 1907, aos 37 anos de idade e um ano antes de ser assassinado, em foto em sua casa cercado por seus cachorros de estimação em foto tirada pelo Cel Art. Inglês Perci Fawcett,famoso árqueológo britânico que desapareceu ao organizar expedição para procurar um  civilização perdida na Serra do Roncador em Barra do Garças MT. (Fonte:Wilihipédia Livre).

 

 

 

 

  

Plácido de Castro e nome desde 27de Abril de 1974, anos seguinte ao seu centenário do Centro de Tradições Gauchas GTG Cel José Plácido de Castro em Rio Branco Acre e nome de Grupo de Escoteiros em Porto Alegre e de rua em São Paulo-SP.

 

 

 

  

Convite do Governo do Acre para as comemorações do Centenário da Morte do Cel José Plácido de Castro em 2008

 

 

        Busto em bronze de Plácido de Castro no Passeio Públco no Rio de Janeiro

 


 

 

FONTES

BENTO, Claudio Moreira .Amazônia Brasileira. Conquista.Consolidação.. Manutenção.História Militar Terrestre da Amazônia 1616-2004. Porto Alegre:AHIMTB/Gênesis,2004.

(______).Centenario do Libertador do Acre.Manaus :SUDAM,1973.(Contribuição da SUDAM ao Centenário de Plácido de Castro e distribuido às Escolas da  Amazônia).

(______).A Campanha Militar do Acre. in: Amazonia Brasileira. Conquista. Consolilidação. Manutenção. História Militar Terrestre da Amazônia 1616-2005.Porto Alegre:AHIMTB/Genêsis,2004.p.229/240.

(______). A Amazônia e seus desafios para o 3º Milênio. O Guararapes. Nº 22.p.18/19.

(­­­______).et GIORGIS Luiz Ernani Caminha .Memórias da Escola Preparatória de Rio Pardo. Cenesco de Castro, irmão de Plácido de Castro e sua amizade com Bertoldo Klimger. in:Escolas Militares de Rio Pardo 1859-1911,Porto Alegre:AHIMTB/IHTRGS,2005.p.88/99.

(______).A História Militar Terrestre Crítica da Amazônia uma necessidade.Jornal Grupo Inconfidência BH-MG,mar~jun 2.000.

CASTRO, Genesco de.O Estado Independente do Acre. Rio de Janeiro: Tipografia São Benedito,1930.( o autor era irmão de Placido de Castro e estava ao seu lado na emboscada mortal que matou seu irmão.).

FIGUEIREDO,Osório Santana. Cel José Placido de Castro in:São Gabriel desde o princípio. Santa Maria:Palloti,1980.2ed,p.193/195.

(______).Placido de Castro.Santa Maria:Palloti,2007.

FREGAPANI, Gélio .Manual de Operações de Guerra na Selva.Brasilia:  Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército,1972(Ex- comandante do CIGS).

GIORGIS,Luiz Ernani Caminha Giorgis. Placido de Castro,O Tradição. (órgão de divulgação do MTG e IHTRGS, ao tempo de Edson Otto,grande tradicionalista gaúcho, organizador em Capão da Canoa –RS do 1º Congresso Tradicinalista Brasileiro que tivemos a honra de participa)

GOYCOCHEA, Castilhos. "Plácido de Castro; o derradeiro bandeirante".RIHGRGS, Porto Alegre, 1940, Io trimestre, p. 89-126.

HISTÓRIA DO EXÉRCITO BRASILEIRO. "Campanha do Acre". Rio de Janei­ro: Estado – Maior do Exército, 1972, v. 2, p. 750-66.

JOUBIN, P.J. Mallet. Plácido de Castro .Depoimento histórico, operações militares e perfil psicológico.RIHGB,nº 57, 58 e 59.1976/77.

LESSA, Luiz Gonzaga S,.Lessa .Amazônia,Revista do Clube Militar.nov 1999.(Publica sua palestra sobre a Amazônia feita nas escolas

 

 

"Para alimentar o cérebro de um Exército na paz, para prepará-lo para a eventualidade indesejável de uma guerra, não existe livro mais fecundo em meditações e lições do que o da História Militar."