INFORMATIVO GUARARAPES- 2009              

 


 

Fundada em 1o de março de 1996

 

O GUARARAPES

ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO DAS ATIVIDADES DA

ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL

CGC 01.149.526/0001-09

   SESSÕES DE POSSE DE ACADÊMICOS E DE MEMBROS-EFETIVOS DA AHIMTB/IHTRGS NAS SESSÕES DE 10JUN E DE 10SET2009 NO SALÃO BRASIL DO CMPA.

 

JUL-SET 2009         No 62

    

SUMÁRIO

- Sessão da AHIMTB/IHTRGS/RS de 10Set2009 no Salão Brasil do CMPA;

- Posses dos acadêmicos Cel Berthier e Cel Hiram e membro-efetivo;

- Simpósio dos 50 anos de falecimento do Gen Miguel Costa.

 

SESSÃO DA AHIMTB/IHTRGS

1) DATA-HORA-LOCAL: 10 DE SETEMBRO DE 2009 NO SALÃO BRASIL DO CMPA;

2) PROGRAMAÇÃO:

- Recepção aos convidados;

- Formação da mesa;

- Canto do Hino Nacional;

- Abertura da Sessão;

- Palavras iniciais do Presidente da AHIMTB/IHTRGS;

- Posse de acadêmicos e de membro-efetivo:

- Recepção ao Cel Altino Berthier Brasil pelo Cel Hiram Reis e Silva;

- Exaltação ao Patrono Gen Emílio Fernandes de Souza Docca pelo Cel Berthier;

- Recepção ao Cel Hiram Reis e Silva pelo Cel Berthier;

- Exaltação ao Patrono Dr. Eugênio Vilhena de Moraes pelo Cel Hiran;

- Posse do Cap QCO Ronaldo Queiroz de Moraes como membro-efetivo;

- Entrega de diplomas, medalhões e termo de posse aos novos acadêmicos e membro;

- Palavras finais do Presidente da AHIMTB/IHTRGS;

- Palavras finais e encerramento pelo Presidente de Honra da Sessão;

- Canto do Hino Riograndense;

- Confraternização e coquetel.

3) DESCRIÇÃO

O evento iniciou mais ou menos às 1715 h. Em face da chuva, muitos convidados deixaram de comparecer, embora o estacionamento fosse interno no pátio do Colégio Militar. Algumas presenças: Cel Bento, Cel Caminha, Cel Berthier, Cel Hiram, Gen Egeo, Gen Daniel, Cel Ernani, Dr. Sandro Marques Pires, Dr. Aranha, Dr. César Pires Machado, Sr. Ênio Corrêa, Cel Dantas, Cel Alencar, Cel Collares, Cel Pessotti, o Cmt do CMPA Cel Contieri, Cel Regadas, Sra. Carmen Ferreira, Cap Queiroz, TC Woloszyn e familiares do Cel Berthier.

A mesa foi formada pelo Gen Egeo, Cel Ernani, Dr. Sandro, Cel Bento e Cel Contieri. O som funcionou perfeitamente, principalmente quanto aos hinos nacional e riograndense. Não houve falhas na iluminação e o coquetel foi normal e bem servido pelos auxiliares do Sv de Aprov.

O Cel Bento distribuiu seus dois últimos trabalhos, quais sejam “A Real Feitoria do Linho-Cânhamo do Rincão do Canguçu” e as memórias do Cel Bento com o título “Memória das minhas atividades como historiador e, em especial, como historiador do Exército Brasileiro 1970-2009”.

As recepções e exaltações aos patronos de cadeiras foram conduzidas em alto gabarito pelos novos acadêmicos, valorizando o evento.

A confraternização foi excelente, com conversas de alto nível entre os convidados. Os últimos convidados retiraram-se por volta de 1930 h.

4) ENCERRAMENTO

Após a retirada dos últimos convidados o Cel Caminha conduziu o Cel Bento ao Hotel de Trânsito da 3ª RM.

5) DIVERSOS

A seguir, a transcrição das recepções e exaltações de patronos.

 

Recepção ao Cel Altino Berthier Brasil – pelo Cel Hiram Reis e Silva

Minhas senhoras e meus senhores, boa noite!

Na mitologia grega, as três irmãs Moiras, as ‘Fiandeiras do Destino’, determinavam o futuro dos homens e dos deuses usando a ‘Roda da Fortuna’. Cloto é a responsável por tecer o destino dos homens com seu fuso mágico. Láquesis por distribuir as atribuições da vida de cada um e Atropos é a que corta o fio com sua tesoura mágica determinando o fim da vida.

Se o futuro é determinado ou não pelas deusas Moiras, ou por quem quer que seja, o fato é que o meu destino, e o do meu caro amigo e mestre Berthier, vem se cruzando pelas esquinas do tempo como que tecidos por mãos de hábeis artesãs.

A primeira vez, nos idos da década de sessenta, quando eu era Aluno e ele Professor do Velho Casarão da Várzea, mais tarde, quando eu era Professor desta tradicional casa, e fui convidado, por ele, para assumir a Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira (SAMBRAS).

Embora eu já viesse realizando palestras sobre temas amazônicos, desde o ano de 2000, o Coronel Berthier muito me incentivou e me orientou em minhas pesquisas, ampliando meus horizontes, graças ao seu profundo conhecimento da área. Desde então, temos nos comunicado com certa regularidade, fortalecendo a nossa amazônica amizade.

Na minha jornada pelo Solimões, fui buscar, junto aos povos ribeirinhos, o conhecimento ancestral, absorvendo um pouco de sua sabedoria, respeitando suas crenças e costumes. Ao contrário dos pesquisadores e desbravadores estrangeiros, que vinham perambulado pela área, há séculos, e que não tiveram a capacidade e nem a humildade para reconhecer e valorizar a formidável riqueza cultural nativa. Novamente, aqui existe um elo, uma comunhão de pensamento com meu ilustre mestre. Em um de seus livros chamado ‘O Caríua’, a título de introdução, ele relata: “Tive o privilégio de percorrer o interior amazônico em vários sentidos e em diferentes oportunidades. Convivi com o caboclo amazonense, aquele irmão que eu não conhecia e que me surpreendeu pelas suas virtudes humanas e pelo seu imenso potencial folclórico. Esse tapuio despertou minha atenção para o lendário regional, narrando-me, com a linguagem que lhe é característica, suas marandubas”.

É com muita emoção, portanto, que faço, neste momento, a apresentação do meu venerável mestre e amigo. O Coronel Berthier, oficial reformado do Exército, é oriundo da arma de Infantaria, e pertenceu ao Quadro do Magistério Militar.

 

- Exerceu as seguintes Funções:

·           Secretário-Adjunto da Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República em 1990;

·           Subsecretário de Estado do Amazonas, em duas pastas;

·           Membro de Comissão nomeada pela Universidade Federal do Amazonas para estudo das línguas indígenas da Amazônia Brasileira;

·           Membro do grupo de estudos do "Projeto Rio Negro", destinado a reduzir o déficit energético de Manaus, através de processo não convencional (diferença térmica entre as águas dos rios Negro e Solimões);

·           Professor da Escola Preparatória de Cadetes, do Colégio Militar de Porto Alegre e do Colégio Militar de Manaus, do qual foi fundador;

·           Administrador de Empresa;

·           Colaborador da EMBRAPA Monitoramento por Satélite, de Campinas-SP;

·           Membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas;

·           Membro Honorário do Instituto Histórico e Geográfico do RS;

·           Membro da Academia Rio-Grandense de Letras;

·           Membro da União Brasileira de Escritores do RS e do AM;

·           Fundador e Ex-presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira, congregando no RS, ex-rondonistas e estudiosos da problemática amazônica.

 

- Possui as seguintes Honrarias:

·           Ordem do Rio Branco, do Itamaraty (grau de Comendador);

·           Medalhas Marechal Trompowski e de relevantes serviços ao Exército Brasileiro;

·           Diploma de Honra ao Mérito do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, por sua dedicação ao desenvolvimento científico da área Pan-Amazônica;

·           Titulo de MARUPIARA, (que na dignidade indígena corresponde ao de cidadão da Amazônia) outorgado pela colônia amazônida de São Paulo.

- Convém destacar ainda:

·         Sua descida pelos rios Napo-Solimões e Amazonas, partindo de Quito (Equador), reconstituindo a façanha de Francisco de Orellana da descoberta do Rio-Mar, em 12 de fevereiro de 1542, e a viagem de Pedro Teixeira, realizada em 1637, subindo o Amazonas, desde Cametá/PA, até a capela de Nossa Sª de Guápulo, nas proximidades de Quito;

·         O Cel Berthier tem mais de 10 anos de experiência na Amazônia Brasileira, com viagens de estudos aos países limítrofes;

·         É conferencista e colaborador de vários órgãos de comunicação, tanto no Brasil, como do exterior;

·         Possui oito livros publicados sobre temas amazônicos;

 

·         A recriação do CMPA - o atual CMPA deve a sua continuidade, depois da extinção da Escola Preparatória de Porto Alegre (EPPA – 1939/61), ao ilustre membro efetivo da Delegacia da AHIMTB/RS em Porto Alegre, Delegacia Gen Rinaldo Pereira da Câmara, o Cel Prof. Altino Berthier Brasil. No sentido de recriar o Colégio Militar de Porto Alegre, o Coronel Berthier elaborou um Memorial neste sentido a ser encaminhado às autoridades federais. Entregou este Memorial ao antigo aluno do Colégio Militar, anterior a EPPA, o Dr. Adail Borges Fortes, secretário do Correio do Povo e entusiasta da idéia. E no domingo, dia 25 de outubro de 1961, ele publicou em destaque no jornal, na íntegra, o citado Memorial. Esta publicação detonou um grande movimento na opinião pública porto-alegrense, com vistas ao restabelecimento do CMPA, liderado por autoridades estaduais. A notícia repercutiu em Brasília e decorrido um mês a antiga EPPA foi transformada no atual Colégio Militar. O ato inaugural foi presidido pelo Ministro da Guerra Gen Ex João Segadas Viana (transcrito do livro História do Casarão da Várzea. Porto Alegre: AHIMTB, 2009).

Transcrição de ofício do Governador do Estado do Amazonas por ocasião do afastamento do Cel Altino Berthier Brasil das funções de Secretário da Segurança Pública

Governo do Estado do Amazonas

Gabinete do governador

N° 424/75                                                   Manaus, 31 de Outubro de 1975

Senhor Cel Altino Berthier Brasil

O Governo do Estado e eu, em particular, não poderíamos deixar de lhe dirigir esta mensagem.

Vossa Excelência, de livre e espontânea vontade, pede exoneração do cargo de Sub-Secretário da Pasta de Segurança Pública, onde trabalhou desde o início de minha administração.

Lamento, em realidade, a sua ausência do Amazonas, cuja população não somente o admira como também o estima. Fidalgo em seus relacionamentos sociais, inteligente e perspicaz no cumprimento da missão, modesto em suas atitudes, Vossa Excelência conquistou a simpatia e a confiança de todas as classes sociais.

Pelas significativas realizações a curto prazo e com repercussão sólida e profunda; pela lealdade e firmeza de atitudes; pela compreensão para com a pessoa humana e pelo desvelo autêntico pela causa pública, o meu Governo e eu, de maneira especial, manifestamos os nossos mais sinceros agradecimentos, formulando votos por sua felicidade pessoal e que sempre prospere em todas suas iniciativas.

Queira aceitar, prezado Cel Altino Berthier Brasil, os protestos de elevado apreço e distinguida consideração.

 

Exaltação ao Patrono Gen Emílio Fernandes de Souza Docca – Pelo Cel Berthier

General Emílio Fernandes de Souza Docca

Senhor Presidente, ilustres componentes da mesa, senhores acadêmicos, meus queridos familiares, senhoras e senhores.

Emílio Fernandes de Souza Docca nasceu em São Borja em 16 de julho de 1884. Só quem viveu no interior longínquo e esquecido do país, pode avaliar as dificuldades, privações e angústias de um menino pobre e cheio de ideal. Sem os recursos de um ambiente cultural, e mesmo sem escola pública capaz de habilitá-lo a graus de conhecimento mais elevados, o jovem pode cair em angústia profunda movida pela falta de perspectivas. Muitos desses casos têm acontecido em localidades remotas, sendo que em algumas delas há providencialmente uma unidade militar.

O Exército, em particular, tem sido responsável pelo apoio a esses moços carentes, que demonstram valor próprio e firme desejo de progredir. A eles, nunca negou a sua mão amiga. Souza Docca é um exemplo disso. Começou sua jornada como soldado recruta do 6º Batalhão de Infantaria, dando início a uma brilhante carreira que o levaria até o posto de General.

Pode-se dizer que foi no ambiente da caserna que ele estruturou e sublimou as nobres linhas de seu caráter, trazidas de berço. Ali aprendeu o valor do esforço próprio, a obediência à lei, a ordem e às autoridades, o respeito ao ser humano (superior ou subordinado) e os ideais democráticos e de civismo que devem pautar a vida de um cidadão. Souza Docca jamais rebaixou-se à vileza da subserviência alienando seu julgamento, quando estava em jogo o interesse maior da pátria e da Justiça. Foi no exercício dessas virtudes que ele direcionou as suas mais legítimas e naturais aspirações.

Mal ingressando na maioridade, Souza Docca  já gozava do mais alto respeito, tanto no seio de seus pares como no meio social e cultural do Estado. O jovem campesino fronteiriço, culto e determinado se transformara em pessoa destacada: um brilhante Oficial de Intendência e um intelectual respeitado. No Exército, ele honrou todas as graduações e postos por onde passou. Pelas virtudes de caráter, inteligência e coração, mereceu o respeito e admiração de todos. Cumpriu com extremado zelo tanto suas atribuições castrenses como as de cidadão comum. Com invulgar inclinação pelas letras, em suas obras perseguiu sempre o caminho da pesquisa e da verdade histórica.

Ainda bem jovem, publicou A Batalha de Tuiuty, obra que recebeu os maiores elogios, em vista de ter desmistificado conceitos mentirosos de historiadores tendenciosos e desonestos.

Interessante uma observação: no transcurso do 19º para o 20º século, vários militares gaúchos foram protagonistas ou, muitas vezes responsáveis por realizações da mais alta significação para o RS e para o Brasil.

Em 1896, um grupo de cinco engenheiros militares (Juvenal Otaviano Miller, João Simplício Alves de Carvalho, João Vespúcio de Abreu e Silva e Gregório de Paiva Meira) liderados pelo Cel Lino Carneiro da Fontoura, mais um engenheiro civil, Álvaro Nunes Pereira, fundou o primeiro estabelecimento de ensino Superior do RS, a Escola de Engenharia, hoje a nossa conhecida Faculdade de Eng. da UFRGS.

Pouco depois, o Cap Eng e professor João José Pereira Parobé participou da fundação do Colégio Júlio de Castilhos e da Escola Técnica Estadual Parobé, hoje uma referência no gênero.

Em 5 de agosto de 1920, reuniu-se um seleto grupo liderado pelo tenente Souza Docca e constituído dos seguintes Oficiais: Gen Oscar Miranda, Cap Antão de Faria, Cel Delfino Riet, Maj Miguel Pereira, Cel João Maia, Cel Aurélio Porto, Cel Faria Corrêa e outros. Nessa data, então, é fundado o Instituto Geográfico e Histórico do RS, ficando encarregado de redigir o Estatuto o proponente da idéia Ten Souza Docca.

Devotado aos problemas platinos, e estudioso da competição entre as Coroas Ibéricas, o já consagrado historiador Souza Docca produz um série de obras de indiscutível valor, abordando as conturbadas relações geopolíticas entre o Brasil e seus vizinhos.

Merecem referência especial: Causas da guerra do Paraguai; Estudo da História e a História à luz da Filosofia; A Convenção preliminar de paz de 1828; O Brasil no Prata; A missão Ponsonby e a Independência do Uruguai; e Limites entre o Brasil e o Uruguai.

Para o seu estado natal, Souza Docca dedicou a sua História do Rio Grande do Sul, A Capitania de São Pedro, Gente Sul-riograndense, Bicentenário da Colonização de Porto Alegre e Vocábulos indígenas na Geografia Rio-grandense.

Contudo, sua maior contribuição para a História Gaúcha foi a coletânea dedicada à Revolução Farroupilha.

Não podemos também deixar de referir às várias biografias publicadas pelo nosso patrono. Elas resgataram a memória de inúmeros patrícios que atuaram tanto no RS como no país. Enumeramos apenas algumas (Taunay, Osório, Floriano, Hilário Ribeiro, Getúlio Vargas, Rocha Pombo, etc.).

Às vésperas da 2ª Guerra Mundial, publica várias obras alertando para as tensões que antecederam aquele trágico conflito: As Forças Armadas na formação e defesa da nacionalidade; A Estatística e a defesa nacional; O esforço de guerra do Brasil; e A questão militar e Paz na América.

O mérito intelectual e cultural de Souza Docca foi reconhecido pelos mais renomados órgãos e instituições da época: Inst. Hist. e Geog. Brasileiro, IHGRS,  IHG(s) de inúmeros Estados do Brasil e Nações Amigas. Deixou-nos em 21 de maio de 1945, poucos dias após o Dia da Vitória.

Aos companheiros e amigos que desejarem ir mais a fundo nos dados biográficos, e na análise crítica das obras de Souza Docca, recomendo a leitura do discurso de posse do ilustre Prof. FLÁVIO CAMARGO, proferido por ocasião de sua posse aqui na AHIMTB. Ele revela uma meticulosa pesquisa bibliográfica e um rigoroso documentário de acontecimentos históricos ligados à obra e a pessoa de Souza Docca.

Quando da elaboração deste meu discurso, vali-me do trabalho de meu insigne antecessor pelo fato de não ter encontrado nada igual para compulsar, e também, por faltar-me talento e competência.

Tenho para mim que a peça discursiva do Prof. Camargo vale mais que um livro, podendo considerar-se indispensável para os estudiosos, professores e alunos.

O Prof. Flávio Camargo justifica o carinho e o conceito que goza de todos os Membros da Academia, entidade a qual ele honra e enobrece. Como civil, ele forma conosco aquele baluarte que garantiu, através dos tempos, a integridade territorial e espiritual de nossa Pátria.

Deixo aqui expressa minha mais respeitosa reverência ao meu antecessor, (a quem não tenho a honra de conhecer pessoalmente) entendendo, como ele, que a obra do General Souza Docca é um exemplo de altruísmo, abnegação, decência e intelectualidade, reflexo de seu carisma e de sua personalidade marcante.

Deste modo, sinto-me honrado pela generosa indicação da Academia para ocupar a Cadeira nº 11, cujo patrono é o referido General EMÍLIO FERNANDES DE SOUZA DOCCA. Ressalto, contudo, o desconforto de sentir-me pequeno para assumir a responsabilidade de representar tão insigne figura. Conto com o apoio dos companheiros da AHIMTB, da Diretoria e em particular desse intelectual idealista que é o Coronel Cláudio Moreira Bento. A todos meus agradecimentos.

         Recepção ao Acadêmico Cel Hiram Reis e Silva – pelo Cel Altino Berthier Brasil

Neste dia e neste momento cumpro a grata missão de apresentar um novo membro para integrar os quadros da Academia de História Militar Terrestre do Brasil.Não poderia essa tarefa ter sido mais honrosa para mim, de vez que o escolhido para ocupar a Cadeira nº 41, além de ser meu amigo pessoal, é pessoa do mais alto gabarito moral, intelectual e social.

Acresce ao meu júbilo a certeza de que a corrente do tempo que liga o passado e o presente ao futuro, adquire hoje um poderoso elo, que vai permitir o livre curso dos ideais e dos objetivos estatutários de nossa cara Academia.

 

Trata-se do Cel Eng R/1 HIRAM REIS E SILVA

Cursos de Formação

-Bacharel em Ciências Militares (Engenharia) – Academia Militar das Agulhas Negras;

-Especialização em Comunicações de Campanha – Escola de Comunicações;

-Mestre em Aplicações Militares (Engenharia) –Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais;

-Especialização em Análise de Sistemas –Centro de Estudos de Pessoal;

-Especialização em Sistemas de Informação e Telemática – Universidade Federal do Rio Grande do Sul;

-Especialização em Operações de Selva – Centro de Instrução de Guerra na Selva.

Funções relevantes

-Presidente da Conferência Vicentina de São Maurício;

-Instrutor da Academia Militar das Agulhas Negras;

-Instrutor do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre;

-Chefe do Centro de Informações Número 3;

-Chefe do 1º Centro de Telemática da Área;

Atividades esportivas

-Vice-Presidente da Federação Sul Mato-Grossense de Canoagem;

-Campeão Sul Mato-Grossense de canoagem.

Publicações

-Diversas obras técnicas na área da Engenharia e Comunicações de Campanha e Informática;

-Colunista e colaborador de diversos jornais nacionais;

-Autor do livro DESAFIANDO O RIO-MAR –Descendo o Solimões, no prelo.

Funções atuais

-Professor do Colégio Militar de Porto Alegre;

-Presidente da Sociedade de Amigos da Amazônia Brasileira;

-Membro efetivo do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul;

-Presidente do Instituto dos Docentes do Magistério Militar;

-Conferencista (mais de 300 palestras públicas).

Mas, além dessas qualificações, o Cel. Hiram deve ser lembrado, acima de tudo, pela concretização de seu maior ideal, a execução do projeto “Desafiando o Rio-Mar – Descendo o Solimões”.

Essa proeza, assunto de livro que ora vem a público, é antes de tudo um desafio pessoal; um ato de fé; um brado de determinação, coragem, e civismo. É, também, o pungente resgate de promessa feita à sua amada esposa, seus filhos, parentes, alunos e amigos.

Trata-se de uma façanha que teve início após rigoroso treinamento no rio Guaíba, e que foi concretizada através de um esforço hercúleo percorrendo mais de 1.700 km do rio Solimões de Tabatinga a Manaus, em caiaque, por quase dois meses.

Tal como Orellana e Pedro Teixeira no heróico pretérito, o Cel Hiram, pela epopéia há pouco realizada, acaba de incluir o seu nome “ad perpetuam” entre os grandes que enfrentaram os desafios do Rio-Mar.

A expedição, reportada dia a dia, resultou em uma obra que não trata apenas de descrever os painéis deslumbrantes da geografia física, mas, envereda pela geografia humana, procurando entender a saga dos valorosos caboclos ribeirinhos.

Foram incluídas, também, outras preciosas informações sobre aquele nosso Paraíso Equatorial: Reservas Indígenas, riquezas minerais, potencial econômico, ecologia e meio-ambiente, etc.

Acrescente-se ainda por derradeiro, que as belezas entesouradas no seu livro têm o condão de robustecer, de forma superlativa, o sentimento de apreço à nossa Soberania e a relembrança de nossos avoengos portugueses, que, com sacrifício e à duras penas, conseguiram nos legar aquela região Continente.

Um Coronel do Exército residente fora do Estado, e que não conhece pessoalmente o destinatário Cel Hiram Reis e Silva, encaminhou a este uma correspondência. Nela, o remetente se identifica como seu homônimo. Chama-se Hiram de Freitas Câmara.

Ele se diz estar sendo cumprimentado diuturnamente por pessoas que o confundem com o Hiram gaúcho.

Envolvido pela repercussão e pelo sucesso da Expedição Amazonas, ele confessa ter ficado orgulhoso com o engano, e aproveita para emitir a seguinte observação: “Tenho acompanhado a demonstração de amor ao Brasil desse meu xará. Sinto que ele é metódico, disciplinado, obstinado e perseverante. Como pesquisador e estudioso, talvez seja ele, presentemente, o brasileiro mais bem informado sobre a problemática da Amazônia”.

Quanto a nós Acadêmicos, fica a esperança de que a Expedição ao Amazonas do Cel Hiram, com seu forte conteúdo cívico-patriótico sirva de luzeiro a todos aqueles patrícios que amam verdadeiramente a sua terra.

E na oportunidade do Centenário de Euclides da Cunha, almejamos que a obra do Cel Hiram sirva para manter presente o alerta do autor de OS SERTOES, feito em 1904, quando de seu regresso da Amazônia.

Dizia ele: “Se as nossas autoridades não se preocuparem com a Amazônia, mais cedo ou mais tarde ela se destacará do Brasil, natural e irresistivelmente, como se desprega uma nebulosa de seu núcleo, pela expansão de centrífuga de seu próprio movimento”.

O homem é sua obra. Essa é a obra. Esse é o perfil do Cel Hiram Reis e Silva, o novel Acadêmico.

 

Exaltação ao Patrono Dr. Eugênio Vilhena de Moraes – Pelo Cel Hiram Reis e Silva

Dr Eugênio Vilhena de Moraes

Nas quatro décadas que se seguiram à morte de Caxias, a principal comemoração militar brasileira ocorria no aniversário da Batalha de Tuiuti, a maior batalha campal até hoje travada em terras sul-americanas. Tuiuti havia marcado na memória popular a figura de Osório, comandante das vitoriosas forças brasileiras. A festividade acontecia em frente à sua estátua, na praça 15 de Novembro, no Rio de Janeiro, onde se comemorava anualmente a batalha, com a presença de autoridades do governo e do Exército, os discursos e desfile de tropas, de praxe.

A celebração, porém, não era restrita à capital federal. O 24 de Maio era comemorado em todas as unidades militares espalhadas pelo país. Os jornais muitas vezes referiam-se à data como ‘O Dia do Exército’ ou ‘A Festa do Exército’. Osório era invariavelmente retratado como o maior herói de Tuiuti e o mais popular dos generais brasileiros.

Foi então que Eugênio Vilhena de Moraes, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1923, grande admirador de Caxias e autor de uma série de trabalhos sobre ele teve a iniciativa de propor uma comemoração oficial nos 120 anos do aniversário do nascimento de Caxias e de seu centenário militar. Vilhena foi professor de latim, francês e história no Colégio Santo Inácio e na Escola Normal, examinador no Colégio Pedro II e Diretor do Arquivo Nacional de 1938 a 1958.

Vilhena afirmava, textualmente, que Caxias: ‘Não ganhara, porém, talvez nunca na alma popular essa auréola legendária, esse entusiasmo, esse ardor que chega às raias do fanatismo. O maravilhoso conjunto de suas excepcionais faculdades é demasiado perfeito para que sejam todas elas distintamente percebidas. (...) Calmo, sereno, sofredor, disciplinado, aparentemente impassível, faltou-lhe, honra lhe seja feita, para impressionar com viveza o espírito das massas, esse desequilíbrio, tão comum nos grandes homens, que assinala para elas a sua grandeza em tudo, até mesmo nos piores excessos e aberrações da ordem moral’.

A proposta surgida no Instituto contou com a rápida adesão do ministro do Exército, Setembrino de Carvalho, que baixou, em 25 de Agosto de 1923, o aviso nº 443: ‘Senhor chefe do Departamento do Pessoal da Guerra. Convindo, para servir ao culto das nossas tradições, que, a exemplo do que se pratica com Osório e Barroso, se renda, cada ano, ao duque de Caxias a homenagem da nossa veneração, resolvi se realize hoje, data natalícia desse glorioso general, uma formatura de tropas do Exército, às quais se hão de reunir destacamentos da Marinha e da Brigada Policial, no terreno adjacente à sua estátua. E nenhuma ocasião é mais propícia do que esta, para instituir, como ora o faço, com o caráter permanente, a festa de Caxias, que se efetuará no dia 25 de agosto’.

Em 1925, o dia de nascimento de Caxias passou a ser, conforme o aviso ministerial nº 366, oficialmente comemorado como ‘Dia do Soldado’. A transformação da festa de Caxias em festa do soldado servia para vincular, simbolicamente, uma categoria genérica - o soldado brasileiro - a seu guia.

Em 1925, Caxias aparece também como ‘patrono’ de uma turma de oficiais formada na Escola Militar do Realengo. A ‘Turma Caxias’ foi a primeira a ser ‘batizada’ com o nome de um ‘patrono’. Seus integrantes haviam ingressado na Escola Militar no início de 1923. Segundo o depoimento de um antigo integrante dessa turma, o general Aurélio de Lyra Tavares, a idéia original de se ‘batizar’ a turma foi do coronel francês Pierre Béziers La Fosse, que se encontrava na Escola Militar do Realengo como conselheiro da Missão Militar Francesa.

Lyra Tavares comenta, que, em conversas com esse coronel, os oficiais brasileiros aprendiam os costumes e tradições militares da França:

‘Ele despertou o nosso interesse ao contar que as turmas das Escolas Militares não eram identificadas, no Exército, pelo ano de sua formatura, mas pela denominação do Patrono, em geral o nome de um grande Chefe Militar ou de uma batalha famosa, escolhidos para servir de inspiração aos novos oficiais. A idéia foi por nós acolhida com entusiasmo’.

O termo ‘patrono’ não existia, até então, na tradição militar brasileira, e a escolha do patrono foi baseada nos ensinamentos repassados pelo professor da Escola Militar, Pedro Cordolino de Azevedo, e na leitura das conferências de Genserico Vasconcelos.

Lyra Tavares afirma que Caxias e Osório eram ‘os dois nomes que avultavam no nosso espírito’: ‘Terminamos por firmar a idéia da escolha de Caxias, cuja vida era inigualável. Além de Condestável do Império e Pacificador do Brasil, ele mudara os rumos da Guerra do Paraguai, depois do insucesso de Curupaiti, e assegurara a vitória das nossas armas na Campanha da Tríplice Aliança’.

Na Missa de Ação de Graças pela formatura, em janeiro de 1925, os formandos distribuíram aos presentes - entre eles, o ministro do Exército, Setembrino de Carvalho - um ‘santinho’ com a efígie de Caxias rememorando seus atos. Lyra Tavares afirma que a escolha de Caxias como patrono de sua turma partiu dos próprios alunos e foi ‘desde o início, natural e pacífica’.

Dentre os vários elementos criados para compor a nova ‘tradição’ da Escola Militar, encontramos o estandarte, o brasão e os uniformes históricos dos cadetes. A peça simbolicamente mais importante dos novos uniformes era o ‘espadim’, uma réplica em miniatura da espada de campanha de Caxias. A peça original foi localizada no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, copiada, e os desenhos enviados à Europa, onde foram feitos os espadins. Por intermédio desta arma simbólica, o coronel José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque comandante da Escola Militar do Realengo, pretendia cultuar, em suas palavras, ‘o pilar que sustentou o Império’, ‘o maior general sul-americano’, ‘o invicto soldado’, ‘aquele que melhor serviu à pátria e mais a estremeceu.’ Os primeiros espadins foram entregues em 16 de dezembro de 1932, em solenidade realizada em frente à estátua de Caxias, no Centro do Rio de Janeiro, com os cadetes pronunciando o juramento até hoje repetido:

“Recebo o sabre de Caxias como o próprio símbolo da honra militar”.

Esta espada de campanha foi localizada em 1925 pelo Dr. Eugênio Vilhena de Moraes e encontrava-se em poder do descendente direto de Fonseca da Costa, o Capitão-de-Corveta Caetano Taylor da Fonseca Costa. Este oficial, num gesto que se reveste de nobreza e patriotismo, decidiu, em 1925, doar a valiosa relíquia, através do Dr. Eugênio Vilhena de Moraes, ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, onde se encontra há 73 anos e de onde saiu três vezes para cerimônias na Escola Militar.

O espadim passou, desde então, a ser peça mantida pelos cadetes durante o curso na Escola Militar e devolvido pouco antes da solenidade de formatura, quando é passado a um aluno calouro. Em 1933, os espadins foram entregues em 25 de agosto, ‘tradição’ que permanece até hoje.

Em 1996, por iniciativa do ministro do Exército, foi criado o ‘Dia do Exército’, na data de realização da 1ª Batalha dos Guararapes, (19 de abril de 1648). A idéia central é que, nessa batalha, momento-chave da expulsão dos holandeses do Nordeste, nasceram ao mesmo tempo a nacionalidade e o Exército brasileiro. A força simbólica do evento é reforçada pelo ‘mito das três raças’ constitutivas do povo brasileiro o branco, o negro e o índio, encarnado nos três principais líderes militares da batalha.As autoridades militares devem ter uma preocupação constante de maneira que o dia do Exército não venha a relegar, num futuro próximo, a segundo plano as comemorações do Dia do Soldado. Se um dia isso acontecer, terá sido em vão o esforço do maior biógrafo de Caxias, Dr. Eugênio Vilhena de Moraes.

O Presidente da AHIMTB ao final das posses e diplomações fez as seguintes observações:

Que no livro História do Casarão da Vargem de sua autoria e do Cel Caminha destacou as obras do Cel Pathier relacionadas com a sua contribuição vitoriosa ao sugerir, quando estinta a EPPA que fosse restaurado o CMPA.E a do Cel Hiram relacionada com o registro de sua última aventura, a saga de sua  descida do Rio Mar Amazonas de caiaque.Registrou e louvou a grande e assinalada contribuição do acadêmico emérito Dr Flavio Cavalcanti a AHIMTB como editor de várias obras editadas pela mesma e do Projeto em curso História do Exército na Região Sul e por esta razão condecorado pela AHIMTB no Parque Histórico General Osório como Comendador do Mérito Histórico Militar Terrestre da AHIMTB .cujas medalhas e diplomas são projeto de sua autoria.

Referiu que no momento desenvolve os seguintes projetos de livros

História da 1ª Bda C Mec em parceria com o Cel Caminha e Sgt Carlos Fontes, História da AD/3 em parceria com o Cel Caminha e Cel Ernesto Caruso. E mais os 2010- 200 anos da criação da Academia Real Militar a AMAN e Os 200 anos do Brigadeiro Antônio de Sampaio – O Bravo dos Bravos de Tuiuti.

A propósito dos patronos dos novos acadêmicos mencionou que contatou com o Dr Eugênio   Vilhena de Morais, já nonagenário, a propósito do Centenário da Morte do Duque de Caxias em 1980 na AMAN, tendo colhido preciosos subsídios que traduziu em seu livro Caxias e a Unidade Nacional nos 200 anos do patrono do Exército e da AHIMTB em 2004. E que teve a Honra como oficial da AMAN e historiador membro do IHGB conduzir a Espada de Caxias por 2 vezes do IHGB até a AMAN, em 1980 e 1981 na chefia de uma Guarda de Honra e de Segurança integrada por cadetes .Espada da qual o Marechal José Pessoa tirou cópia fiel em escala para elaborar o Espadim de Caxias, como arma privativa dos Cadetes do Exército,  como símbolo da Honra Militar.

Sobre o General Souza Docca grande historiador militar e ao qual se deve em grande parte a criação da Biblioteca do Exército em 1937, pelo General Valentim Benício como Secretário do Exército, do Ministro Eurico Gaspar Dutra. A ele, a filho de São Borja , e Valentin Benicio, filho de Uruguaiana e ao Gen Paula Cidade, filho de Porto Alegre e mais ao Cel Jonathas Rego Monteiro, filho de São Gabriel e todos patronos de cadeira da AHIMTB, muito esta a dever o sucesso da Biblioteca do Exército Editora, voltada para o profissionalismo militar,ao contrario da anterior voltada para a literatura e poesia e certa feita fechada pelo Ministro Setembrino de Carvalho, ao constatar  no Contestado que a cultura bacharelesca de 1874-1905 havia sido substituída pela cultura literária e não pela cultura profissional militar, inaugurada em 1937 com a Biblioteca do Exército editora a semelhança da Biblioteca del Oficial da Argentina.

Mas registrou o Cel Bento a grande armadilha de que foi vítima o grande escritor e historiador General Souza Docca,  de parte de um grupo comunista da Academia Brasileira de Letras. O General Souza Docca, de indiscutível valor intelectual mas general da Ativa e amigo e conterrâneo do Presidem te Getúlio Vargas foram o alvo da armadilha do citado Grupo. Souza Docca foi instado a concorrer a uma vaga de imortal da ABL. E resistiu. Não desejava disputar  uma eleição com outros candidatos.

Mas voltaram a insistir em sua candidatura sob o argumento que era vitória liquida e certa,  pois ele era candidato único! Ai ele se rendeu e aceitou confiante. Apurada a eleição recebeu a seguinte comunicaçã0. General o senhor lamentavelmente não foi eleito. Não obteve o número mínimo de votos exigido ! Surpreso e chocado por haver caído na inocentemente na armadilha que lhe foi armada, atingido por violenta emoção foi para casa E pouco depois faleceu colhido por mortal enfarte. Isto foi o que me relatou o seu sobrinho e escritor Gen Morivalde Calvet Fagundes ,patrono da Delegacia da AHIMTB, em Caxias do Sul.

O Gen Souza Docca liga-se a fundação do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul . É

E patrono de Cadeira na AHIMTB e seu patrono na Delegacia da AHIMTB em São Borja ,onde sua  Companhia de Engenharia tem por Patrono o General Emílio de Souza Docca.

A propósito da grande vivência na Amazônia dos dois ilustres gaúchos hoe empossados como acadêmicos que recordar que outros gaúchos lutaram pela soberania brasileira na Região: Plácido de Castro o gabrielense que conquistou o Acre, o diplomata filho de Jaguarão, Joaquim Caetano da Silva autor L`Oyapock et l’ Amazone , Nela se baseou Rio Branco para sua vitória na questão Arbitral do Amapá que definiu o seu destino Brasileiro. E na atualidade mais o acadêmico emérito Gen Luiz Gonzaga S. Lessa, filho de São Leopoldo que ao deixar o comando Militar da Amazônia despertou a consciência nacional da relevância estratégica  daquela região em campanha incansável. Outro gaúcho filho de Taquari, o Cel Gélio Fregapani, conhecedor profundo da Amazônia e das ameaças que sobre ela incidem e especialista em Guerra na Selva . Creio que eu gaúcho, filho de Canguçu, tenho uma pequena parcela nesta luta com o meu livro Amazônia Brasileira .Conquista.Consolidação.Manutenção –História militar terrestre do Brasil 1614-2004 uma que incorporou estudos do grande historiador da Amazônia Arthur César Reis. Abordagem pioneira de todas as lutas internas e externas que envolveram a Amazônia Brasileira e. ao final, indicações de monografias acessíveis pela internet sobre a Segurança da Amazônia elaboradas por oficiais cursando a ECEME e CPAEx.  Como explicar esta fixação e preocupação de gaúchos com a Defesa da Amazônia ?.

     

 

       Imagem do final da cerimônia do dia 10Set no Salão Brasil do CMPA

Da esquerda para a direita e de baixo para cima de quem olha a foto: Dr. Sandro Dorival Marques Pires (LDN), Lourenço e Alice (neto e neta do Cel Berthier), Gen Egêo Corrêa de Oliveira Freitas, Presidente de Honra da Seção ,Dona Lucy (esposa do Cel Berthier), Acadêmico  Cel Altino Berthier Brasil, Acadêmico Emérito Cel Cláudio Moreira Bento (Presidente da AHIMTB/IHTRGS), Acadêmico Cel Ruy Collares Machado, Cel Sidney Charles Day, Cel Alencar Pereira da Silva ex instrutor do CMPA , Cel Túlio Perozzi (ex-professor), Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis (Vice-Presidente da AHIMTB/IHTRGS), Cel Paulo Contieri (Cmt do CMPA), Acadêmico Cel Hiram Reis e Silva, Acadêmica Jornalista Carmen Lúcia Ferreira da Silva, Cap Ronaldo Queiroz de Moraes, Gen Daniel Lomando Andrade e acadêmico Cel Ernani Medaglia Muniz Tavares.


A AHIMTB NO SIMPÓSIO DOS 50 ANOS DA MORTE DO Gen MIGUEL COSTA

Cel Cláudio Moreira Bento - Presidente da AHIMTB

 O presidente da AHIMTB esteve presente no Simpósio dos 50 anos da morte do Gen Miguel Costa, em 18 Set 2009, no complexo Arquivo Histórico, Museu e Biblioteca do Museu da Policia Militar de São Paulo, que preserva de maneira simples, objetiva e exemplar a memória histórica desta corporação, em que pese os poucos recursos de que dispõe.

O General Miguel Costa foi, em realidade, o comandante da célebre Coluna Miguel Costa/ Prestes que percorreu o Brasil em 1924/26 e, por preconceitos e manipulações, consagrada injustamente como Coluna Prestes. Circunstância reafirmada por Luiz Carlos Prestes em programa de TV, presente Miguel Costa, que aí faleceu, tomado de forte emoção por este reconhecimento histórico público.

Miguel Costa foi, além disso, o comandante da Vanguarda da Revolução de 1930 e comandante da Polícia Militar de São Paulo.

Foram palestrantes no Simpósio o historiador Cap PM Hélio Tenório dos Santos, ocupante da cadeira especial da AHIMTB Gen Miguel Costa que foi inaugurada pelo historiador da PMSP Cel Eldiberto de Oliveira Mello, atual Patrono, em vida, de Cadeira da AHIMTB, e seu Delegado na PMSP. Falaram sobre o personagem o jornalista Domingos Meirelles, mais o Dr. Paulo Cunha e a Dra. Ilka Stein Cohen, professora da USP.

O Simpósio foi aberto de maneira brilhante e de improviso pelo Cel PM Luiz Eduardo Pesce de Arruda, Diretor do Centro de Aperfeiçoamento de Estudos Superiores da PMSP, representando o Comandante Geral da Força, que estava em missão no interior do Estado.

O dinâmico diretor do Museu Ten Cel Res PMSP Álvaro Guimarães dos Santos agraciou autoridades que contribuíram com o evento com a Medalha General Miguel Costa e, inclusive, o Presidente da AHIMTB.

Esta presidência recebeu do historiador Ten Cel PMSP Paulo Adriano L.L Telhada, comandante das Rotas Ostensivas Tobias de Aguiar (ROTA), livro de sua autoria intitulado A PMSP nos campos da Itália, sobre a saga escrita por 80 policiais da PMSP que constituíram a Polícia Militar da FEB, uma contribuição original do Ten Cel Telhada sobre assunto pouco conhecido, em detalhes abordados em 631 paginas enriquecedoras da história da FEB.

Foi levantado pelo Diretor do Museu, Ten Cel Álvaro, assunto quase que esquecido no Exército, a criação pelo Marechal João Baptista Mascarenhas de Morais de três batalhões femininos, como comandante da 2ª RM, e que um deles foi integrado por Lígia Fagundes Telles. O Ten Cel Álvaro conserva o uniforme da comandante geral dos batalhões e os regulamentos assinados pelo Marechal. E começa o seu esforço para tentar resgatar dos arquivos da 2ª RM esta esquecida iniciativa. Que ele tenha sucesso!

Notável contribuição ao Museu tem sido dado por oficiais voluntários que lá trabalham, ajudando o seu Diretor, o historiador e jornalista Cel Geraldo de Menezes Gomes, antigo Diretor do Museu, e do Ten Cel José Paulo Ferreira Teixeira, o Moderador dos Debates do Simpósio e inventor do Fiel Retrátil, o cordão que prende o revólver ou pistola ao ombro do seu portador, que veio a prevenir acidentes fatais que ocorriam com o sistema anterior.

 Editor desta edição: Luiz Ernani Caminha Giorgis, Cel Vice-Presidente e Delegado da AHIMTB/IHTRGS/RS: lecaminha@gmail.com em parceria com seu Presidente Cel Bento:   bento1931@gmail.com. ou  bentocm@resenet.com.br

Pode este O Guararapes  ser consultado no site da AHIMTB www.ahimtb.org.br em Informativo

 


 

Nota Final:.a AHIMTB acaba de receber a coleção completa a ser por ela preservada ,do valioso  Informativo da Turma Avai da AMAN , instrumento para manter acesa e viva a união de seus integrantes. Coleção enviada a pedido da AHIMTB por seu Editor o Cel Edu Chaves a quem a AHIMTB sugere, que se possível, elabore um índice por assuntos nele contidos e no numero em que são encontrados para que a AHIMTB o coloque em seu site.

 

"Para alimentar o cérebro de um Exército na paz, para prepará-lo para a eventualidade indesejável de uma guerra, não existe livro mais fecundo em meditações e lições do que o da História Militar."