ESCOLAS DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DAS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL

(1792 – 1987)

Orientação, pesquisa texto e interpretação:

CLÁUDIO MOREIRA BENTO.
Acadêmico Emérito Presidente AHIMTB

Pinturas de NEWTON COUTINHO

 

Patrocínio

FHE

 

 


SUMÁRIO

 

APRESENTAÇÃO PELO PRESIDENTE DA FHE-POUPEX

 

ESCOLAS DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DO EXÉRCITO

-A Casa do Trem (1792-1810)

-Largo do São Francisco ( 1812– 1858)

-Escola Militar da Praia Vermelha (1855-1904)

-Escola de Guerra (1906-1910) Porto Alegre –RS

-Escola Militar do Realengo (1912-1944)

-Academia Militar das Agulhas Negras, desde 1944

 

ESCOLAS DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA MARINHA

-Academia Real de Guardas –Marinha ( 1808-1958) e Escola de Marinha (1859-1885) –Diversas sedes .

-Escola Naval da Ilha das Enxadas (1883-1913) e (1921–1937)

-Escola Naval em Angra dos Reis (1914-1922)

-Escola Naval na ilha de Villegaignon, desde 1938.

 

ESCOLAS DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA AERONÁUTICA

-Escola do Campo dos Afonsos (1916-1971)

-Academia da Força Aérea – Pirassununga, desde 1971

 

 

 


APRESENTAÇÃO

 

A pesquisa histórica e iconográfica bem como a interpretação e texto do presente álbum – Escolas de Formação de Oficiais das Forças Armadas do Brasil (1792-1987) – Poupex – 1987, são de autoria do historiador militar Cláudio Moreira Bento, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, Academia Brasileira de História e Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro entre outros, além de Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Brasil.

O artista responsável pela ilustração é Newton Coutinho, membro da família do pintor Pedro Américo, que foi autor, entre outros, de "A Batalha do Avaí", "Passo da Pátria" e "Grito do Ypiranga". Fez a adapatação para a Internet o Capitão de Corveta Carlos Norberto Stumpf Bento ,Grande Colaborador da AHIMTB e responsável pela elaboração de seu site , o qual consta haver sido o pioneiro no que se refere a uma instituição histórica brasileira.

Trata-se de pesquisa original, com revelações e novas interpretações históricas. Esperamos que este álbum desperte saudades e agradáveis recordações nos alunos, instrutores e professores que por estas escolas passaram e alegrias para os que militam na Academia Militar das Agulhas Negras, Escola Naval e Academia da Força Aérea e, sobretudo, um estímulo a novas vocações de oficiais do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

E mais, que o presente ensaio, agora na INTERNET , se constitua em significativa contribuição à pesquisa, à preservação e à ampla e permanente difusão da memória militar do Brasil, no que respeita à formação de oficiais brasileiros de terra, mar e ar, de 1972 a 1987.

 

Gen Ex Ref CLÓVIS JACY BURMANN

Presidente da FHE -POUPEX


ESCOLAS DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DO EXÉRCITO


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CASA DO TREM (1792-1810)

 

A Pioneira do Ensino Militar Acadêmico nas Américas e do

Ensino Acadêmico em Geral no Brasil

 

Casa mandada erigir em 1762 pelo Gen. Gomes Freire de Andrade, Capitão-General do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais (1733-63). Ela destinou-se a abrigar o Material Bélico do Exército Demarcador do Tratado de Madrid, 1750, o qual, sob o direto comando de Gomes Freire atuara na longa Campanha do Sul (1751-59), em cujo contexto ocorreu a Guerra Guaranítica (1754-56). Guerra que culminou com a expulsão dos jesuítas e índios dos Sete Povos das Missões, com a ajuda de um exército de Espanha. É provável que o projeto tenha sido do Cel. Fernandes Pinto de Alpoym, comandante da Artilharia do Exército Demarcador citado e Engenheiro - Mór na Colônia.

A reconstituição da Casa do Trem se baseou em Panorama do Rio de Janeiro elaborado, em cerca de 1762, pelo Cel. Miguel Ângelo Blasco, Quartel-Mestre do Exército Demarcador na citada Campanha. O original do Panorama encontrava-se na Diretoria do Patrimônio do Exército, em Brasília e o levamos para o Arquivo Histórico do Exército ,quando o dirigimos de 1985-91. Existem , cópias no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro,na 5ª Divisão de Levantamento, no Morro da Conceição e no Arsenal de Guerra, no Caju, entre outras.

Na Casa do Trem, em 17 de dezembro de 1972, aniversário de D. Maria I, foi instalada pelo Vice-Rei Conde de Resende, a Real Academia de Artilharia. Fortificação e Desenho (1792-1810), destinada, segundo seus Estatutos "à formação de oficiais de Infantaria, Cavalaria, Artilharia e Engenheiros", no Brasil Colônia. Foi esta Real Academia que apoiou, com sua estrutura de ensino, a instalação, em 23 de abril de 1811, da Academia Real Militar, criada por Carta de Lei de 4 de dezembro de 1810, pelo Príncipe Regente D. João e destinada à formação de oficiais do Brasil e das demais partes do Reino de Portugal. A Casa do Trem é a pioneira no ensino acadêmico militar nas Américas. Data de 1792, dez anos antes da instalação da Academia de West Point (1802) pelo Congresso dos EUA,e destinada a formar oficiais das quatro armas do Exército de então. É, também, pioneira do ensino acadêmico no Brasil. A Academia Real de Guardas-Marinha (1782 em Portugal) só chegou ao Brasil em 1808, 16 anos depois da instalação da Real Academia (1792).

Na Casa do Trem, segundo a Congregação da Escola de Engenharia da UFRJ, teve lugar, em 17 de dezembro de 1792, o início do ensino formal de Engenharia Civil no Brasil. Antes de se tornar Academia Militar, a Casa do Trem serviu de berço à indústria pesada no Brasil e atendeu a atividades industriais civis.

Lá foi velado o legendário herói guerreiro Mal. Manoel Luiz Osório, Patrono da Cavalaria, ao falecer em 4 de outubro de 1879, como Ministro da Guerra. Seu corpo permaneceu longo tempo na capela da ilha do Bom Jesus, hoje em ruínas e contígua ao extinto Asilo de Inválidos da Pátria. Dali foi removido para o seu monumento na Praça XV, sob a aguarda da Cidade do Rio de Janeiro.Hoje se encontra em Tramandaí no Parque Histórico Marechal Manoel Luiz Osório .

A Casa do Trem, remodelada, integra, desde 1922, o conjunto que forma o Museu Histórico Nacional. O futuro Regente do Império, Mal. Francisco de Lima e Silva, pai do Duque de Caxias, estudou de 1796-97 na Nova Academia de Aritmética, Geometria Prática, Fortificação e Desenho e Língua Francesa, desmembrada temporariamente da Real Academia. Nova Academia que foi freqüentada por oficiais de "Infantaria, de Cavalaria, de Fortalezas, de Milícias e de Ordenanças" do Rio de Janeiro, aqual teve como primeiro Diretor o filho de Goyás, Mal. Francisco Xavier Curado, herói da Integridade e da Independência, primeiro oficial brasileiro a atingir o generalato no Brasil-Colônia e de atuação militar decisiva no feliz desfecho do Dia do Fico, fato histórico que concorreu significativamente para a Proclamação da Independência do Brasil.

O Museu Histórico Nacional até hoje mantém prédio semelhante no local onde existiu a primitiva Casa do Trem, que também serviu, entre 1762-92, de quartel para a Companhia de Cavalaria do Vice-Rei. Esta unidade militar participou da guerra de restauração do atual Rio Grande do Sul (1774-79) que esteve durante 13 anos sob domínio parcial dos espanhóis. Nesta unidade serviu o alferes Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes, hoje Patrono Cívico do Brasil.


 

LARGO DE SÃO FRANCISCO (1812-1858)

(Largo Real da Sé Nova)

 

Santuário da Engenharia Civil e Militar do Brasil

 

Sob a direção do atual Patrono do Serviço de Material Bélico do Exército, Ten. Gen. Carlos Augusto Napion, primeiro dirigente da Academia Real Militar, desde a Casa do Trem, a Academia Real aí instalou-se em 1812. Neste edifício teve lugar a formação dos oficiais do Exército até 1858, com as academias: Real Militar (1812-31); Militar da Corte (1832-38) e Escola Militar (1839-58). Em 1832 foi Academia Imperial Militar (Exército e Marinha). De 1859-74, como Escola Central do Exército, complementou a formação de oficiais da Praia Vermelha. No Largo estudaram oficiais que lutaram nas guerras: da Independência (1822-24); contra Oribe e Rosas (1850-51) e da Tríplice Aliança contra o Paraguai (1865-70). Aí estudaram o Mal. Luis Alves de Lima e Silva (1819-22), o Duque de Caxias e Patrono do Exército; o Mal. Emílio Luiz Mallet (1823-25), Patrono da Artilharia; o Ten. Cel. João Carlos Vilagran Cabrita (1840-47), Patrono da Engenharia, e o Mal. Carlos Machado Bittencourt (1859-61), Patrono da Intendência. Aí também estudaram os ex - Presidentes Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, respectivamente, o Proclamador e o Consolidador da República, bem como Francisco de Abreu e Lima (1812-16), brasileiro que foi general de Bolívar e o brigadeiro José Mariano de Mattos (1819-26), Ministro da Guerra da República Rio - Grandense 1836-44 e do Império em 1864, além de Vice-Presidente daquela República que presidiu por largo período, no impedimento do líder Bento Gonçalves da Silva. Como Escola Central do Exército (1858-74) passou a formar engenheiros civis, encargo transferido à Escola Politécnica ( 1875 -1936), continuado pela Escola Nacional de Engenharia (1936-65) e pela de Engenharia da UFRJ até os anos 70. Cursaram a Politécnica, entre muitos, o Gen. Lyra Tavares, falecido membro da Academia Brasileira de Letras, e o Alte. Álvaro Alberto, que presidiu a Academia Brasileira de Ciências por duas vezes neste local e criou os Institutos de Matemática Pura e Aplicada, o Nacional de Pesquisas da Amazônia e o Brasileiro de Bibliografia e Documentação, além de delineador da estratégia nuclear brasileira.

Aí pontificou (1841-79), como aluno, mestre e diretor, o Visconde de Rio Branco, Ministro da Guerra (1858 -9, 1871 e 1872-3). Ele lecionou inclusive Artilharia, Fortificações e Mecânica na Escola Militar. Aí aconteceram realizações pioneiras: a transmissão por telégrafo, a iluminação a gás em 1851 e a elétrica em 1856. Ligou-se intimamente ao velho casarão o Dr. Paulo de Frontin – Patrono da Engenharia Civil no Brasil.

Para Mário Barata, "poucos edifícios são tão queridos dos habitantes do Rio quanto ele". Para Paulo Pardal "foi o primeiro construído no Brasil, especialmente para abrigar uma escola de nível superior". Já abrigou o 1º Curso de Engenharia Industrial do Brasil, a Escola Técnica do Exército, atual IME, e a 1ª Reunião da hoje Caixa Econômica Federal. A fachada neoclássica de autoria de Bezerat data de 1826. Passou a admitir civis em 22 de outubro de 1823.

Foi neste prédio, em espaço transformado em Sala do Trono, ainda existente no centro do segundo pavimento do primeiro sobrado, com janelas para o pátio, que também se comemorou o cinqüentenário da Independência do Brasil (1872), quando se inaugurou a estátua de José Bonifácio. Presentes o Imperador D. Pedro II e a Imperatriz, o Conde D’Eu e a Princesa Izabel, os descendentes dos Andradas, o Corpo Diplomático e demais autoridades. Os estudantes da Escola aclamaram o Imperador na Sala do Trono, aos gritos de – Viva o rei cidadão! Viva o Imperador! Motivo: D. Pedro II pagou a libertação do único escravo que trabalhara no monumento a José Bonifácio.


ESCOLA MILITAR DA PRAIA VERMELHA

(1855-1904)

 

O Celeiro de Bravos Tenentes e Capitães da Guerra do Paraguai e dos Artífices da Reforma Militar (1889-1945)

 

Como Escola Militar de Aplicação (1855-59); Militar (1860-80); Militar da Corte (1881-88); Militar da Capital Federal (1889-97) e Militar do Brasil (1898-1904), aí foram formados oficiais do Exército (1859-1904) e se destacou como comandante o Brigadeiro Polidoro da Fonseca. A caleça (carro) que usava para chegar na Escola,foi usada pelo Cel. José Pessoa para chegar na Escola no Realengo, (1931-34). Ela se constitui, também, em elo simbólico da Escola Militar (Império-República).

Na Praia Vermelha estudaram tenentes e capitães que lutaram na guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai. Entre eles, Floriano Peixoto, herói em Tuiuti, do Batalhão de Engenheiros e o intrépido Ten. Antônio Tibúrcio Ferreira de Souza, que saiu daí afirmando que voltaria da guerra do Paraguai como coronel ou não voltaria. Voltou, como o maior líder de combate, ao nível batalhão. Hoje está imortalizado na Praça Mal. Tibúrcio, na Praia Vermelha, graças, em parte, ao registro de seus feitos por seu companheiro Dyonízio Cerqueira, que foi à guerra como alferes e voltou como o seu cronista ao escrever o livro clássico Reminiscências da Guerra do Paraguai.

Aí também estudaram os marechais Medeiros Mallet, Ministro da Guerra (1898-1902); Hermes da Fonseca, Ministro da Guerra e Presidente da República (1906-14); Caetano de Farias, Chefe do EME e Ministro da Guerra (1910-18); Alberto Cardoso de Aguiar, Ministro da Guerra (1919); o Mal. Mascarenhas de Moraes, Comandante da FEB e Estevão Leitão de Carvalho, chefe de grande projeção na modernização do Exército e autor de Memórias de um chefe legalista, denunciando os perigosos desvios doutrinários do ensino na Praia Vermelha que culminaram com o seu fechamento e extinção em 1904. A relação segue com Cândido Mariano Rondon, Patrono das Comunicações do Exército e do Brasil e Augusto Tasso Fragoso, de assinalada contribuição à Reforma Militar (1898-1932), particularmente como Chefe do EME, onde se consagrou como o Pai da História Crítica do Exército.

A doutrina positivista introduzida na Escola Militar terminou por desviá-la da finalidade de preparar oficiais aptos à defesa interna e externa no Brasil. A Guerra Civil no Sul e a Revolta na Armada no período 1893-95 e a guerra de Canudos em 1897 ,demonstraram , na prática,este desvio. A Revolta da Vacina Obrigatória, em 1904, na Praia Vermelha, foi a gota d’água, que culminou com seu fechamento e a adoção do Regulamento de Ensino de 1905, ponto de inflexão do bacharelismo para o profissionalismo militar. Foi extinto o título de Bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas e o posto de Alferes. Este foi substituído pelo de Aspirante a Oficial.

A Escola Militar da Praia Vermelha, através de seus corpos docente e discente, teve assinalada projeção nas campanhas cívicas que culminaram com a Abolição e a República.


ESCOLA DE GUERRA (1906-1910)

PORTO ALEGRE – RS

 

A Encruzilhada da Profissionalização Militar do Exército Brasileiro e Celeiro dos Consolidadores da Reforma Militar

Aí foi implantado o Regulamento 1905, inflexão do ensino no Exército, de bacharelismo para profissionalismo militar. O bacharelismo militar, distorção da filosofia positivista, provocou o despreparo do Exército para enfrentar a Guerra Civil e Revolta na Armada e mais a Revolta de Canudos,no período 1893-97, quando revelou o mais baixo índice de operacionalidade de sua História. O Regulamento de 1905, ato do Ministro Argolo, filho de veterano da Guerra do Paraguai, traduziu aspirações de outros filhos de veteranos deste conflito, que foram sendo Ministros nesses tempos: Machado Bittencourt, Medeiros Mallet, Hermes da Fonseca e mesmo os veteranos Caetano de Faria e Bento Monteiro. O prédio abrigou as escolas: Militar da Província do RGS (1883-88), Militar de Porto Alegre (1889-97), de Guerra (1906-10) e mais o CMPA (1913-39) e (1962-86) e a EPPA (1939-61). Interrompeu entre 1898 e 1905 para funcionar como Escola Preparatória e de Tática em Rio Pardo. A Escola de Guerra foi o celeiro de chefes que lideraram e consolidaram a Reforma Militar (1930-45). Daí saiu aspirante o Presidente Dutra, que foi Ministro (1937-45) de ação administrativa marcante. Inspirado no Mal. Foch ele restabeleceu na AMAN, o equilíbrio entre a cultura geral e a profissional, "a toda hora levada a cada um dos perigosos extremos por um ou outro chefe".

Foram seus contemporâneos os marechais Cézar Obino, criador da ESG, Pantaleão Pessoa, Valentin Benício, reorganizador da Bibliex e, Raul Silveira de Mello, historiador militar da Fronteira Oeste. Em 1909 daí saiu aspirante o Mal. José Pessoa, idealizador da AMAN e modernizador da formação de oficiais, com filosofia que persiste há meio século. Em 1911,ali formou-se Mário Travassos, o primeiro comandante da AMAN (1944). Cursaram a Escola de Guerra em Porto Alegre , J. B.Magalhães, pensador militar dos mais fecundos, e Paula Cidade, idealizador da Revista dos Militares de Porto Alegre (1910-20)e que levou para a Escola de Guerra no Realengo 1911-12, "os objetivos de profissionalização do Exército sonhados por seus companheiros".

Foi o intérprete da evolução do pensamento militar terrestre brasileiro em Síntese de três séculos de Literatura Militar Brasileira e introdutor, no Realengo e na ECEME, da Geografia Militar, com Notas de Geografia Militar Sul-Americana. Esforço dentro do ideal de nacionalização da Doutrina Brasileira, expresso por Caxias em 1855.

Aí formou-se,em 1910, Pedro. Aurélio Góes Monteiro, chefe militar da Revolução de 30, ideólogo da Segurança Nacional e do fortalecimento político do Exército. A EG forneceu 8/12 dos oficiais que combateram no Exército da França na 1ª GM: Onofre, Lima, José Pessoa, Cristóvão Barcelos, Andrade Neves, Octávio Aché, Eubank Câmara e mais os pilotos Alzir Lima e Mário Barbedo, pioneiros da Aviação do Exército.

À Missão Indígena da Escola do Realengo (1919-22) ela forneceu 7/15 dos instrutores iniciais: Newton Cavalcanti, Dermeval Peixoto, Barbosa Leite, Paquet, Orozimbo, Bentes Monteiro e Sérgio A. Pires. À fundação de A Defesa Nacional ela forneceu 2/13 dos oficiais: Paula Cidade e Maciel da Costa. A amostragem comprova a grande contribuição da EG à profissionalização do Exército, iniciada há 95 anos , sob o estímulo da Reforma do Mal. Hermes (1908).

Antes do Casarão, serviu ao Ensino Militar (1851-83), com interrupção (1865-73) pela Guerra do Paraguai, o quartel do 1º BPM da sesquicentenária Brigada Militar, do Rio Grande do Sul, na Praia de Belas. Aí funcionaram as escolas Militar de Porto Alegre (1851-57); Militar Preparatória (1858-66); Militar Auxiliar (1860-62); Preparatória (1863-64) (Interrupção) e o Curso de Infantaria e Cavalaria da Província (1874-76) e, finalmente, a Escola Militar da Província transferida para este prédio em 1883. O prédio iniciado em 1872 para Quartel foi apropriado para Escola Militar, em 1880, pelo Ministro Mal. Câmara e concluído em 1887, ano em que este chefe presidiu, no Rio, a cerimônia de fundação do centenário Clube Militar. O Casarão da Redenção ou da Várzea é o recordista em serviços ao contínuos ao ensino militar. Daí se constituir numa espécie de Santuário do Ensino do Exército.


ESCOLA MILITAR DO REALENGO

(1912-1944) (EMR)

O Motor da Reforma Militar

 

De 1912 a 44, aí teve lugar a formação de oficiais do Exército.

Seu retorno ao Rio ocorreu na Presidência do Mal. Hermes da Fonseca. Ele evitara, como comandante da Escola Preparatória e Tática do Realengo (1898-1905), que ela tomasse parte na Revolta da Vacina Obrigatória (14 de novembro de 1904) a qual aderiu a Escola da Praia Vermelha. A partir de 1904 tiveram grande projeção na profissionalização do Exército, os mais tarde Mal. Hermes citado, como Ministro da Guerra e Presidente da República (1906-1914) e o Mal. Caetano de Faria, como Chefe do EME e Ministro da Guerra (1910-18), e o Mal. Bento Ribeiro, ex-comandante no Realengo da Escola de Aplicação de Artilharia e Engenharia (1906-12). Caetano de Farias que debelara a Revolta da Praia Vermelha, em 1904, criou o Boletim Mensal do EME (1911) e estimulou a criação de A Defesa Nacional e do Anuário da Escola Militar, em 1913, valiosos suportes da corrente do pensamento militar terrestre brasileiro, restaurada. Esta responsável, em grande parte, pelo grande salto em índices de operacionalidade do Exército em Canudos, aos alcançados pela FEB, na Itália. Corrente reforçada com a criação do Arquivo do Exército 1934; do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (1936) a reorganização da Bibliex (1937). Tudo visando, a partir de 1930, em última análise, a formulação da Estratégia e Tática do Exército, com apoio na análise militar crítica da História e Geografia Militar da América do Sul, onde as Forças Terrestres do Brasil acumularam, em quase 5 séculos, valioso patrimônio cultural, traduzido em lutas internas e externas vitoriosas. Lutas em grande parte responsáveis pela configuração, definição e manutenção de um Brasil de dimensões continentais. Corrente desde o final da última guerra ameaçada de extinção progressiva pela não renovação de escritores do Exército, em que peses os incentivos da Lei de Promoções, mas sem o conveniente suporte editorial .

Subordinada ao EME, a Escola (de 1913 a 22) viveu período áureo.Lá funcionou a Missão Indígena integrada por 17 oficiais selecionados em concurso, sob a influência doutrinária de oficiais com o Curso no Exército Alemão (1910-12), exercida diretamente ou, através de A Defesa Nacional que fundaram em 1913. Este grupo realizou uma revolução nos padrões de ensino EMR e muitos de seus alunos vieram a ter grande influência na vida brasileira até data recente. A EMR passou período crítico de 1922-30, quando muitos alunos e instrutores foram atingidos por punições, em decorrência de adesão à Revolução de 22, liderada pelos 18 do Forte de Copacabana e motivada pela prisão do Mal. Hermes em 1922, em local incompatível com a sua condição hierárquica, e ex - Ministro da Guerra e ex- Presidente do Clube Militar e ex – presidente da República .

Depois da Revolução de 30, sob a influência de 2 dos ex-combatentes enviados pelo Brasil para a Europa para combaterem a disposição dos Aliados na 1ª GM, a formação de oficiais foi revolucionada e seus benéficos efeitos perduram até hoje. Foram eles o Ministro Leite de Castro e o Cel. José Pessoa. Este, como comandante da EMR (1930-34), restabeleceu o título de cadete, introduziu os uniformes históricos e o Espadim de Caxias, cópia fiel em escala, da invicta espada de Campanha de Caxias, hoje no IHGB. Criou o Corpo de Cadetes com respectivo Estandarte e idealizou a transferência do Realengo, para Academia Militar das Agulhas Negras que projetou e viu concretizado em 1944, como o maior sonho de sua vida.

São egressos da EMR os oficiais que elevaram bem alto o nome do Exército, representado pela FEB, na Itália, a exceção de seu comandante Mal. Mascarenhas de Morais. São egressos do Realengo do período (1919-37) os ex-presidentes, marechais Castelo Branco e Costa e Silva e generais Geisel, Médici e João Figueiredo.As últimas gerações do Realengo, no Exército, transferiram o bastão de comando da Instituição para os egressos da AMAN, em Resende. Realengo foi o motor da Reforma Militar pela ação conjunta dos chefes idealistas e escritores militares que produziu. Foi grande preservador da memória do ensino do Exército, de 1792-1813, o Ten. Cel. Dr. Alfredo do Nascimento e Silva com o trabalho – "Histórico das sedes da Escola Militar" publicado no Anuário da Escola Militar 1913-14.


ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS

(AMAN) desde 1944

A mais antiga Academia Militar das Américas

 

Neste local, em Resende, desde 1944 tem lugar a formação de oficiais do Exército, sendo que, de 1944 a 51, como Escola Militar de Resende. Cidade criada pelo Vice-Rei, Conde de Resende, foi instalada, em 29 de setembro de 1801. A AMAN instalou-se em Resende no ano do bicentenário do Vice-Rei que instalou em 1792, na Casa do Trem, a Real Academia de Artilharia Fortificação e Desenho "destinada a formar oficiais de Infantaria, Cavalaria, Artilharia e Engenheiros". Real Academia pioneira do ensino acadêmico militar nas Américas e acadêmico em geral no Brasil. Real Academia que, em verdade, é a raiz histórica da AMAN, que assim se torna históricamente ,a mais antiga Academia Militar das Américas, seguida de perto por West Point, criada pelo Congresso dos EUA, somente em 1801. Comprovar a afirmação é obra de verificação histórica. É sabido hoje que a Academia Real instalou-se na Casa do Trem, em 1811, aproveitando a estrutura e instalações de Real Academia que aí funcionara (1792-1810). A AMAN foi idealizada pelo Mal. José Pessoa que, ao vê-la construída em 1944, realizou o maior sonho de sua vida.

A pedra fundamental da AMAN foi lançada pelo Presidente Getúlio Vargas, em 23 de junho de 1938, aniversário da morte do Mal. Floriano, em distrito junto a Resende, hoje denominado Floriano. O autor do projeto básico, executado com modificações pelo Gen. Sá Affonseca, foi o arquiteto Raul Pena Firme. A inauguração da AMAN ocorreu em 1º de março de 1944, no 74º aniversário do término da Guerra do Paraguai e quando o Brasil aprestava a FEB para lutar na Itália. Seu primeiro comandante foi o Cel. Mário Travassos que, como assistente do Cel. José Pessoa, o ajudou, em 1932, a escolher o local da AMAN e a justificá-lo do ponto de vista geopolítico, como grande autoridade que foi nesta matéria. Extinta a Escola de Realengo, em 31 de dezembro de 1944, a AMAN passou a formar os oficiais. Assim, em 11 de agosto de 1944, realizou a primeira declaração de aspirantes, os quais muitos já atingiram o último posto da hierarquia e a assumiram postos de Comando e Administração ao nível de Alto Comando. Em 24 de dezembro de 1945, a AMAN declarou como aspirantes a primeira turma formada integralmente por ela. Deles, Sinval Senra Martins, de Intendência, foi o primeiro a atingir o generalato e Ramiro Monteiro de Castro, o primeiro oficial formado integralmente na AMAN, a comandá-la (1981-83). As instalações da AMAN foram ampliadas para abrigar maior número de cadetes. Ela superou, em 15 de janeiro de 1990, o record anterior de sua permanência de 45 anos, 10 meses e 14 dias no Largo de São Francisco.Hoje todo o Exército esta sob o comando de seus ex-cadetes. O projeto da AMAN levou em conta o que de mais moderno existia em instalações acadêmicas militares no mundo e foi assim definido. "Arquitetura sóbria neoclássica, apropriada ao espírito de transição moderno. Mantém equilíbrio de tendências arquitetônicas sem ferir a tradição e deixar de tirar proveito dos predicados progressistas da atualidade e procurando também atender às condições técnicas compatíveis com as construções de grande vulto". Até agora, do plano diretor idealizado pelo Mal. José Pessoa, faltou o Pantheon de Caxias que ele previu no atual Campo de Marte "onde repousarão os restos mortais do grande brasileiro" A Comissão Construtora da AMAN assim referiu.

"O Pantheon de Caxias – repositório sagrado dos restos mortais do inolvidável Mal. Duque de Caxias, será muito em breve maravilhosa realidade e, sem dúvida, o fecho de ouro de toda esta série de magníficas construções da Escola Militar".

Parece que o destino reserva que este fecho de ouro seja colocado na AMAN, por um chefe dela egresso. Academia que em realidade possui raiz histórica na Real Academia do Conde de Resende de 1792 e, também, criador de Resende em 1801, onde feliz estranha coincidência, desde 1944 ela possui sua sede.

Em 7 de maio de 1980 a AMAN abrigou a cerimônia oficial principal evocativa do centenário da morte do Duque de Caxias, na Fazenda Santa Mônica, em Valença e ora em processo de restauração. Cerimônia de alto sentido cívico-castrense, foi imortalizada pela revista da AMAN-1980.


ESCOLAS DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA MARINHA


 

ACADEMIA REAL DE GUARDAS-MARINHA

(1808-1858) e ESCOLA DE MARINHA (1859-1885)

(DIVERSAS SEDES)

 

"Viveiros fartos da Brilhante e Heróica Oficialidade da Marinha Imperial do Brasil"

 

A Escola Naval é a mais antiga Escola de Formação de Oficiais das Forças Armadas do Brasil, por descendência da Academia Real dos Guardas-Marinha (1791-1858) criada em Portugal, em 14 de dezembro de 1782, e que transferiu -se para o Brasil, em 1807-08, com a Família Real. A Academia Real mencionada aportou no Rio de Janeiro, em 18 de janeiro de 1808, a bordo da Nau "Conde D. Henrique". Trouxe a bordo seu diretor, 2 professores e 14 alunos e, entre os últimos, o futuro Alte Mariath que combateria a Revolução Farroupilha, em Santa Catarina.

Desembarcando em 4 de março, ocupou alojamento provisório no Quartel da Rua do Ouvidor. De 1808 a 35, com uma interrupção em 1831-34, ocupou as antigas hospedarias do Mosteiro de São Bento. Foi a única instituição acadêmica a transferir-se para o Brasil. Trouxe valiosa biblioteca e coleções de preciosos manuscritos e cartas náuticas. No Mosteiro de São Bento,trabalhou no ensino Superior Civil no Brasil, ao admitir, em 1810, estudantes civís em seus cursos. Sua Biblioteca, aberta ao público, é considerada a primeira Biblioteca Pública no Brasil. As hospedarias eram separadas do conjunto principal do Mosteiro e voltadas para o lado do Porto do Rio de Janeiro. Seu local foi escavado para ampliação da área hoje ocupada pelo 1º Distrito Naval. Aí estudaram, turma 1818, os futuros Altes, Visconde de Inhaúma, Wandenkolk e Barroso. O último viria a ser vencedor da batalha do Riachuelo, em 11 de junho de 1865, a maior batalha naval da América do Sul, que anulou a capacidade ofensiva estratégia do adversário. Também foi seu aluno em 1823, o Alte. Tamandaré – Patrono da Marinha, completando sua formação em operações de guerra a bordo da fragata "Niterói", em 1824. Por ordem da Regência em 1839 e até 1849, consolidação da Unidade Nacional ameaçada pelas lutas internas (1836-49), a Academia Real funcionou na desarmada Nau "D. Pedro II". Ela foi construída no Arsenal de Marinha da Bahia e lançada ao mar, em 25 de março de 1830, (156 comp x 44 de boca x 38 de pontal). Foi trazida da Bahia ao Rio de Janeiro pelo herói da Independência, o CMG João das Botas, em acidentada viagem na qual teve três mastros desarvorados. Nela estudaram o Alte. De Lamare e o heróico Ten. Mariz e Barros. Depois funcionou no Largo da Praínha (1850-65) nos prédios nº 1 e 2 da rua Saúde. Reformados, foram inaugurados em 1884, por D. Pedro II, como primeira sede do Liceu Literário Português, (hoje no Largo da Carioca, esquina com Senador Dantas. Prédio mais tarde demolido para ceder lugar ao edifício de A Noite). A Biblioteca da Real Academia foi incorporada à Biblioteca da Marinha, criada em 1846, e que hoje integra o acervo do Centro de Documentação da Marinha. Na Prainha, 1858, mudaram os estatutos de 1782 e a Real Academia passou a denominar-se Escola de Marinha (1858-85). Mudança, por imperativo da Revolução Industrial, que provocou a substituição do navio a vela pelo navio a vapor e a introdução da couraça na proteção dos navios. Na Escola de Marinha da Prainha, estudou o Alte Custódio de Mello e expressiva parcela dos oficiais que lutaram na Guerra do Paraguai, onde elevaram bem alto o nome de nossa Marinha de Guerra que então desempenhou funções operacionais e logísticas decisivas para a vitória final.

A Escola de Marinha funcionou na Fragata "Constituição" (1866-82). Nela formou-se Guarda-Marinha o futuro "dinâmico, competente e enérgico", no dizer do Alte Augusto Rademaker, Alte Alexandrino Faria de Alencar, ministro da Marinha de três Governos na República (1906, 1913 e 1922), o modernizador de nossa Força Naval e filho do Rio Grande do Sul – como o Alte. Tamandaré – Patrono da Marinha de Guerra do Brasil. O Alte. Alexandrino tornou-se célebre pelo lema "Rumo ao Mar", assim explicado por ele: "Quem diz Marinha, diz atividade. Marinha que não se move é organismo morto".

Foram as escolas citadas, segundo o Alte. Lucas Boiteux grande historiador de nossa Marinha, "viveiros fartos da brilhante e heróica oficialidade da Marinha Imperial".


ESCOLA NAVAL NA ILHA DAS ENXADAS

(1883-1913) e (1921-1937)

 

O Santuário do Ensino da Marinha de Guerra

 

A formação de oficiais de Marinha foi realizada por quase 50 anos na então Escola Naval (EN), que absorveu por longo tempo o Colégio Naval. Na primeira fase (1883-1913) ela participou ativamente, sob a liderança do heróico C. Alte Luiz Felipe Saldanha da Gama, da Revolta na Armada (1892-94). Saldanha da Gama se distinguiu no preparo dos aspirantes para guarnecerem navios a vapor com couraças, todos com complexos equipamentos. Deu dignificantes exemplos aos aspirantes, de lealdade, disciplina, espírito de sacrifício e acrisolado amor à Marinha. Propiciou-lhes esmerada educação militar e civil. Muitos deles vieram a participar do esforço de guerra do Brasil, na 1ª GM. Então, a EN transferiu-se para Angra dos Reis para o atual prédio ocupado pelo Colégio Naval. Durante o afastamento da EN da Ilha das Enxadas ela foi ocupada pela Escola de Grumetes e pela Escola de Aviação Naval, criada em 1916, e a primeira escola de aviação militar do Brasil. Escola que só deixou a ilha em 1937 para instalar-se na Ponta do Galeão. Ali foi absorvida em 1941 pelo Ministério de Aeronáutica, então criado. A EN retornou para a ilha das Enxadas em 1920, para o Centenário da Independência e sob a orientação doutrinária de uma Missão Naval Americana. Esta lhe imprimiu organização que perdurou até 1977, a qual incluiu a fusão dos cursos de Náutica e Máquinas. Destacou-se nesta fase por sua ação modelar de comando, pelo exemplo e, conquistando a estima e admiração gerais – o Diretor Alte. Izaías de Noronha (ex-aspirante das Enxadas do Alte Saldanha da Gama), segundo conclui-se de depoimentos de seus ex-aspirantes no jornal Letras em Marcha, (dezembro de 1982), comemorativo do Bicentenário de Escola Naval (EN). O regime da EN na ilha das Enxadas era o de alojamento. Os uniformes eram adquiridos pelos aspirantes e guardados sob a cama em malas chatas denominadas, na Escola do Realengo, de "aratacas", alusão a cabeça chata dos alunos nordestinos. Nas Enxadas teve início, em 1937, os cursos da Armada, o de Fuzileiros e o de Intendentes. A EN nas Enxadas é considerada por muitos de seus ex-aspirantes ainda vivos, como a "escola risonha e franca". Ela formou as gerações de oficiais que elevaram bem alto o nome de nossa Marinha de Guerra em ações navais nas duas últimas guerras mundiais. O último aspirante dela egresso a ocupar o Ministério da Marinha foi o Alte Maximiano Eduardo da Silva Fonseca. Sua gestão marcou a presença da Marinha do Brasil, na Antártica, com o navio "Barão de Tefé".

A EN deixou a ilha em 1937. Atualmente a ilha das Enxadas abriga o Centro de Instrução Almirante Wandenkolk (CIAW) que ministra diversos cursos, inclusive, os de aperfeiçoamento de oficiais. Por longos anos abrigou o Centro de Esportes da Marinha, recém -transferido para a Avenida Brasil, com o nome de Centro de Educação Física Almirante Abílio de Noronha (EFAN). Este, próximo do Centro de Instrução Almirante Graça Aranha que abriga a Escola de Formação de Oficiais de Marinha Mercante (EFOMM) – a Escola de Sagres do Atlântico Sul, importante instrumento do desenvolvimento do Poder Marítimo do Brasil e formador esmerado de oficiais da Reserva da Marinha de Guerra.


ESCOLA NAVAL EM ANGRA DOS REIS

(1914-1922)

Hoje o Abrigo do Colégio Naval – "A Esperança da Armada e o Futuro do Brasil no Mar"

Em 1º de junho de 1914, a Escola Naval foi transferida para Angra dos Reis. Aí ela funcionou durante a 1ª GM. Conflito marcado pela cooperação eficaz de nossa Marinha com os Aliados, através da Divisão Naval de Operações de Guerra (DNOG) enviada à Europa, sob o comando do Alte Paulo de Frontin e destinada a patrulhar a área DAKAR – GIBRALTAR – SÃO VICENTE, com ingleses e norte-americanos. Divisão que atuou até o Armistício e foi integrada pelos "destroyers" "Piauí", Rio Grande do Norte", "Paraíba", "Santa Catarina" e o rebocador "Laurindo Pita".

A EN instalou-se em imponente quartel iniciado na Presidência do Mal. Hermes da Fonseca, o criador de nossa Esquadra, em 1910 e até hoje lembrado na ilha do Hermes.O ano de 1910 foi marcado também pela Revolta da Chibata. Nela, na noite de 22 de novembro, ao tentarem debelar um motim de marinheiros a bordo do encouraçado "Minas Gerais", foram vitimados, entre outros oficiais, o então 1º Ten. Álvaro Alberto, seriamente ferido e o CMG Batista das Neves, comandante do vaso de guerra, imolado em defesa de sua autoridade. Ambos estão lembrados na região de Angra. Álvaro Alberto, mais tarde cientista de renome, que delineou a Estratégia Nacional de Energia Atômica, foi homenageado em vida na Central Nuclear Alte. Álvaro Alberto. Batista das Neves, promovido a almirante, post mortem, foi homenageado pela mudança do nome de Enseada da Tapera, no fundo da qual a EN aquartelou em 1914, para Batista das Neves. E mais, pela inauguração defronte à EN, em Angra, de monumento em sua memória, em 22 de novembro de 1914, em presença do Presidente Wenceslau Bráz. Em discurso o Ministro Alexandrino de Alencar então ressaltou aos aspirantes:

"Este monumento vos lembrará sempre que a oficialidade naval não admite rebeldia. Ele indicará à juventude naval que a vida militar de nada vale sem uma diretriz para o ideal e sem a disposição heróica para a firmeza dos princípios de virtude que constituem o estofo do militar".

Em 2 de abril de 1917, quando a EN encontrava-se em Angra, a sua antiga sede na ilha das Enxadas foi cenário de um duplo fato histórico pioneiro, envolvendo dois ilustres filhos de Minas Gerais. O Dr. Wenceslau Bráz tornou-se o primeiro Presidente da República a voar. No mesmo momento Santos Dumont realizou o seu primeiro vôo pilotado por outro – o piloto naval De Lamare. Wenceslau Bráz foi o criados da Aviação Militar Naval, em 1916 e, assim, o criador da Aviação Militar do Brasil. Santos Dumont, que já era o Pai da Aviação veio a ser consagrado o Patrono da Aeronáutica do Brasil.

Próximo de Angra, na baía de Jacuacanga, repousa no fundo do mar, desde a noite de 22 de janeiro de 1906, o encouraçado "Aquidabam". Ele teve histórica participação no episódio da renúncia do Mal Deodoro da Fonseca à Presidência, em 1891, ao comando do CMG Custódio de Mello. E, depois, na Revolta na Armada 1893-94, liderada pelos almirantes Custódio de Mello e Saldanha da Gama e sob o comando do então CF Alexandrino de Alencar, citado. Isto até cair em mãos da Esquadra Legal, depois de ser alvo, em 17 de abril de 1894, do primeiro torpedeamento ocorrido no Atlântico Sul, levado a efeito pelo "Gustavo Sampaio". Popularizou-se como "Casaca de Ferro" por haver forçado, com sucesso, cinco vezes a barra do Rio de Janeiro, na Revolta na Armada. Após reparos na Alemanha, dos efeitos do torpedeamento, retornou ao Brasil até encontrar o seu fim atingido por explosão de seus paióis, sob efeito do calor, na noite de 22 de janeiro de 1906. Catástrofe que vitimou cerca de 114 tripulantes. Seu nome lembrava o riacho Aquidabam, às margens do qual tombou morte, em 1º de março de 1870, de espada em punho, em defesa da sua verdade, o Mal Francisco Solano Lopes – fato que assinalou o fim da Guerra da Tríplice Aliança contra o Paraguai 1865-70. Vitória para a qual foi decisivo o concurso de nossa Marinha.

A EN retornou à ilha das Enxadas em 1920. Cedeu suas instalações em Angra, à Escola de Grumetes (1920-50). Estas, depois de remodeladas, desde 1951, abrigam o Colégio Naval – " a esperança da Armada – o futuro da Pátria sobre o mar", como diz sua canção que ouvi com freqüência, de 1975-81, ao acompanhar nossos três filhos que aí estudaram.


ESCOLA NAVAL NA ILHA DE VILLEGAIGNON

DESDE 1938

A mais antiga instituição Acadêmica do Brasil

Desde 1938 a EN está sediada na Ilha de Villegaignon em prédio inaugurado em 11 de junho de 1938, construído especialmente para ela, por iniciativa do Alte Protógenes Pereira Guimarães – "O Ministro das Realizações" e ex-aluno de Saldanha da Gama. O Comando de nossa Marinha de Guerra atualmente está em mãos de oficiais dela egressos. A EN ocupa área onde, de 1555-67, o Alte francês Villegaignon estabeleceu o forte Coligny, sede do governo da frustada França Antártica, expulsa por Estácio de Sá, fundador do Rio de Janeiro.Serviu depois de fortaleza. A partir de 1775 passou a cruzar fogos com as fortalezas de Gragoatá, em Niterói e as da barra, contribuindo assim, para que nesse tempo o porto do Rio de Janeiro fosse um dos mais bem defendidos do mundo. Foi arrasada na Revolta na Armada. Depois serviu ao Corpo de Marinheiros até 1934.

A partir de 1975 foram implantados na Escola Naval os cursos de Eletrônica, Mecânica, Sistemas e Administração de Sistemas. Estes, combinados com o sistema antigo: Armada, Fuzileiros e Intendência, introduzidos em 1937.

Vários oficiais egressos de Villegaignon tomaram parte em operações navais na 2ª GM. Então foram motivados pelo diretor Alte Lemos Bastos com o lema: "Espadas afiadas e morrões acesos!"

Os avisos de instrução guardas-marinha "Nascimento", "Jasen" e "Brito" lembram oficiais egressos da atual EN tombados em operações navais na última guerra. Então, oficiais egressos das EN nas Enxadas, em Angra e Villegaignon realizaram a heróica tarefa de proteger o tráfego marítimo, principalmente os que integraram a Força Naval do NE (20 belonaves) ao comando do Alte. Soares Dutra e subordinada à Força do Atlântico Sul (americana) sediada em Recife,. Foi notável o esforço logístico da Base Naval de Natal, ao comando do Alte Ari Parreiras, sede das heróicas guarnições dos caça submarinos "caça pau" e "caça ferro" lideradas pelos irmãos Saldanha da Gama, José dos Santos e, depois, Arthur Oscar. Este,como o Alte Hélio Leôncio Martins destacados historiadores da Marinha . Não pode ser esquecida a participação de nossa frotilha de submarinos sob o comando do CMG Aché. O resultado desse esforço é traduzido na seguinte estatística: Comboio de 2.318 navios; escolta de 12.502 toneladas; participação em 233 comboios, afora outras participações heróicas que honraram as tradições de nossa Marinha e que não cabem neste reduzido espaço.

Escola Naval: "És como um velho marinheiro, nesta pedra cinza, pedaço de cais. E o teu coração não se cansa de conceber, de alimentar, de preparar novas almas, para o duro combate, meninos que se fazem homens, homens do mar, homens para o mar... e com a alta responsabilidade de preservar a vocação marítima de nosso povo, despertá-lo para seu futuro de grandeza que não pode prescindir do mar". Alte Bonoso.(Ex- cmt da EM)

A EN instalou-se em Villegaignon em 1938, ano do lançamento da Pedra Fundamental da AMAN. Ambas, com adoção do padrão monetário Cruzeiro, tiveram ampla divulgação nacional no verso, respectivamente, das notas de 1 e 2 cruzeiros, trazendo cada, na frente, gravuras do Alte. Tamandaré e do Duque de Caxias, patronos da Marinha e do Exército. Segundo o ex-diretor da EN, Alte. José Espínola (1952-53).

"A Escola Naval em Villegaignon é privilegiada. Aos vestígios de nossa primitiva história foram incorporados novos traços pelos feitos daqueles que por ela tem passado e que vão contribuindo para enriquecer a historicidade de nosso país. De suas muralhas respira-se um pouco do nosso passado. Quando, no alto delas, a brisa nos envolve, parece trazer um murmúrio saudoso dos que a engrandeceram"

E para todos os oficiais dela egressos, a brisa trás junto uma saudade nostálgica, provocadora de autocríticas, ao recordarem a canção de despedida da velha escola.

"Adeus minha escola querida. Adeus meus camaradas gentis. Adeus, vou à Pátria servir. Adeus eu vou partir".

E assim, várias gerações tem saído de Villegaignon para ajudar a fortalecer o Poder Marítimo Brasileiro, agora reforçado pelos alunos egressos das Escolas de Formação de Oficiais de Marinha Mercante (EFOMM) dos CIAGA e CIABA – as Escola de Sagres do Brasil e também reservas da Marinha de Guerra.


ESCOLAS DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS DA AERONÁUTICA


CAMPO DOS AFONSOS

(1916-1971)

O Ninho das Velhas Águias Pioneiras e Santuário da Aeronáutica Militar do Brasil

Este histórico local, o ninho das velhas águias pioneiras que infra-estruturaram o Ministério da Aeronáutica (MA) e atuaram no Correio Aéreo Nacional (CAN), e na 2ª GM na Itália, entre outras assinaladas contribuições, abrigou por mais de meio século a formação de nossos pilotos militares. Aí funcionaram as escolas: de Aviação Militar (1913-15); de Aviação Militar do Exército (1918-38); de Aeronáutica do Exército (1939-40); de Aeronáutica (1941-63), a partir da criação do MA em 1941 e, a AFA (1963-71). O MA absorveu a Aviação Naval, funcionando há 25 anos na Ilha das Enxadas (1910-36) e depois na Ponta do Galeão (1937-41). Formou-se observador aéreo, em 1921 (1ª turma) na Escola de Aviação Militar (EAM) do Exército, o então 1º Ten. Art. Eduardo Gomes, egresso da EM do Realengo (1915) e, hoje, consagrado Patrono do CAN.

A EAN foi inaugurada, em 19 de julho de 1919, como realização do Ministro da Guerra Gen. Cardoso de Aguiar (1919) e em bases lançadas pelo seu antecessor Mal. Caetano de Farias (1914-18). Em 20 de setembro de 1920 formou a 1ª turma. Nela figurou o mais tarde Brig. Fontenelle, primeiro Comandante da Escola da Aeronáutica em 1941. A pista dos Afonsos foi ampliada em 1921. Ao ser criada em 1927 a Arma da Aviação do Exército, ela absorveu entre outros Observadores Aéreos, os capitães Eduardo Gomes e Lysias Rodrigues. Este se assinalou, também, por suas contribuições aos estudos de Geopolítica do Brasil, onde defendeu a construção de Brasília, hoje uma realidade, como solução do problema Geopolítico nº 2 brasileiro. Aí estudaram os futuros Ten Brig Lavenère -Wanderley e Mal Casemiro Montenegro, pioneiros do CAN, em 12 de junho de 1931, em vôo Rio -São Paulo, no K-263 – Curtiss FLEDLING (filhote de pássaro que começa a voar).

A denominação "Cadetes do Ar" data de 1945 quando substituiu a de Cadetes da Aeronáutica. Ato cívico memorável aí ocorrido, em 27 de janeiro de 1941, foi a cerimônia de transferência da Aviação do Exército para o MA. Ela foi marcada por histórica oração do Ministro da Guerra Eurico Dutra que havia concorrido, de maneira marcante, para o fortalecimento da Aviação Militar. Foi dos Afonsos que saíram os pilotos do 1º Grupo de Aviação de Caça e da 1ª ELO que tiveram atuação destacada na 2ª Guerra Mundial, na Itália e, em operações aéreas no litoral do Brasil. Os pilotos do 1º Grupo, ao comando do futuro Ministro Brig. Nero Moura, integrados à Força Aérea Aliada do Mediterrâneo, voaram 5465 horas, lançaram 4442 bombas, dispararam mais de milhão de projetís cal. 50. Destruíram 2.511 objetivos militares além de danificarem outros 1957. Nossos heróicos pilotos tiveram então comportamento a altura dos melhores pilotos militares, atuando no conflito. Sua saga foi imortalizada por um de seus integrantes,Rui Moreira Lima, na Obra O Esquadrão Senta a Pua.

A 1ª ELO à disposição da FEB, voou 1645 horas, executou 682 missões de guerra e mais de 400 regulações de artilharia. Por isso mereceu do comandante da FEB, Mal. Mascarenhas de Morais, esta citação: "com o concurso 1º ELO foi possível a conquista de brilhantes vitórias alcançadas por nossas armas da Itália".

Hoje no Campo dos Afonsos as instituições CEDONC (Centro de Documentação e Histórico da Aeronáutica) e o MUSAL (Museu Aéro-espacial) ora transformado em Instituto Histórico – Cultural da Aeronáutica (INCAER), procuram preservar respectivamente, os patrimônios Cultural e o Histórico. O primeiro,as experiências acumuladas em mais de 70 anos pelas velhas águias pioneiras. O segundo, pela preservação da memória dos heróis que alicerçaram nossa Aeronáutica e de exemplares das máquinas voadoras que inventaram, desenvolveram e, sobretudo as pilotaram. Enfim, conjunto Cultural-Histórico capaz de inspirar e alicerçar a construção do presente e do futuro da nossa Doutrina Aeronáutica, com índices culturais e tecnológicos progressivos de nacionalização, dignos do Poder Aero - espacial de um país que trabalha para construir seu destino de grandeza. Patrimônio que por certo será bem explorado pela UNIFA (Universidade da Força Aérea), que hoje ocupa o Campo dos Afonsos – o Santuário da Aeronáutica do Brasil.


ACADEMIA DA FORÇA AÉREA (AFA)

PIRASSUNUNGA – SP

 

O Ninho das Águias desde 1971

 

Desde 27 de setembro de 1971, a Academia da Força Aérea (AFA), transferiu-se do Campo dos Afonsos, no Rio, para Pirassununga – São Paulo. Já, em 1940, o Campo dos Afonsos encontrava-se superado pelo vertiginoso avanço tecnológico da Aviação do Brasil. Assim, o 1º Ministro da Aeronáutica, Dr. Salgado Filho designou, em 1942, uma comissão para escolher local ideal para nova Escola de Aeronáutica. Foi eleito Pirassununga por suas condições topográficas favoráveis ao treinamento de pilotos. Em 1945 foi nomeada Comissão para apresentar projeto da Nova Escola. Em 1956, outra Comissão foi encarregada de elaborar projeto visando a atender a mudança gradativa, em fases, para Pirassununga. Em 17 de outubro de 1960 instalou-se na Nova Escola o Destacamento Precursor. Em 1964 os Cadetes do Ar passaram a ter instrução em Pirassununga. Em 9 de setembro foi realizado o primeiro vôo de instrução dos Cadetes em aeronave 137C, marco de uma nova era. A AFA utiliza uma área de 8.700 ha. Seus cadetes têm voado em aeronaves de treinamento brasileiras, como os Irapurú e Universal, da Neiva e os Tucanos e Xavantes, da EMBRAER. O primeiro comandante da AFA e seu instalador em Pirassununga foi o Brig Geraldo Labarthe Lebre. Hoje os Cadetes da AFA olhando para o passado, nele buscam inspiração, para o seu encontro com um Brasil grande nação, potência ou grande potência. Este, Brasil é que lhes cabe ajudar a construir, com apoio no exemplo das águias pioneiras que alicerçaram com seus sacrifícios, sangue e vidas, a Aeronáutica do Brasil. Exemplo dado, no Contestado, pelo Ten do Exército Ricardo Kirk, pioneiro e mártir, nas Américas, no uso do avião em operações militares. Exemplos dos tenentes de Marinha Shorst, De Lamare, Bandeira e Carvalho Silva, há 70 anos, pioneiros da Aviação Naval, criada em 29 de agosto de 1916, com hidroplanos Curtiss, seguido, em 1917, de treinamento militar na Inglaterra, em plena 1ª GM, dos pilotos navais De Lamare, Earp, Varadig, Vasconcellos, Moura, Araujo e E. Possolo. Este, a primeira vítima fatal da Aviação Naval. Exemplos de pilotos do Exército treinados na França, em 1918, durante a citada guerra – Tenentes Bento Carneiro Monteiro, Rodrigues Lima e Mário Barbedo. O último, segundo Lavenère-Wanderley, também o historiador da FAB, "um mártir altruísta, figura heróica, digna de ser sempre lembrada e imitada".

Exemplos dos heróicos pilotos que durante a 1ª GM patrulharam o litoral do Brasil, integraram a 1ª ELO da FEB e 1º Grupo de Caça-Senta Pua. Os últimos, foram agraciados, em 1986, com a Presidencial Citacion dos EUA, única medalha norte-americana usada no lado direito do peito. Ela havia sido concedida aos pilotos do EUA. Depois foi estendida aos pilotos ingleses e ora aos pilotos brasileiros. Isto mostra o valor de suas contribuições reconhecidas internacionalmente.

Exemplos, finalmente, dos tenentes Montenegro e Lavenère-Wanderley, pioneiros do CAN há 55 anos e os de seus seguidores. Organização de grande projeção na Integração Nacional e, sobretudo, no adestramento eficaz e realista de nossos pilotos, fora das bases de treinamento e sobre a vastidão do território do Brasil e da América do Sul e mais além. Sobre a epopéia do CAN seu integrante o Cabo Araújo Lima escreveu Epopéia Alada onde destacamos:

"Homens da minha terra!... Eu vos quero contar. A História original, a história singular, do Correio Aéreo Militar. Vencedor das Montanhas da Serra do Mar! A epopéia imortal dos velhos "Curtiss", que enrolaram quilômetros nas hélices. Que alisaram os relevos das paisagens selvagens. Que romperam o nevoeiro traiçoeiro. E que abriram rasgões nos colchões das nuvens, onde a luz do sol dormia, suspensa entre o infinito e a Cordilheira que, lá em baixo, ondulante se estendia, desenrolando a terra brasileira!..."

Indiscutivelmente os cadetes da AFA desfrutam hoje de melhores e mais seguras condições de vôo, graças ao grande avanço tecnológico verificado desde a invenção do avião por Santos Dumont – patrono da Aeronáutica do Brasil. Longe vão os tempos, em que o Cap de Cavalaria do Exército Ricardo Kirk, tornou-se o pioneiro e primeiro mártir na América do Sul, no uso do avião em operações militares, ao cair ao solo quando se dirigia para bombardear um núcleo revolucionário na Guerra do Contestado, em Santa Catarina e no Paraná.


 

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