FAHIMTB
CEL ALCEU VILELA PAIVA (1931 - 2012)
Cel Claudio Moreira Bento(x)
Na qualidade de amigo e em nome da Federação de Academias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB) da qual era titular da cadeira General Liberato Bittencourt, em substituição ao saudoso Cel Prof. Geraldo Levasseur França, cabe-me aqui reverenciar a memória do amigo Cel Professor Alceu Vilela Paiva e Engenheiro Civil falecido dia 24 de janeiro de 2012, no exercício das funções de Presidente do Conselho Fiscal da citada FAHIMTB. O Cel. Alceu foi por mim recebido na citada FAHIMTB, então simplesmente AHIMTB, em cerimônia na AMAN, em 2001 comemorativa do aniversário da mesma, a nossa querida mãe profissional, onde nos formamos respectivamente em 1952 e 1955, oficiais de Engenharia e Comunicações.(Vide Livro de Posses da AHIMTB nº 30).
O Cel Alceu era acadêmico da Academia Resendense de História ( ARDHIS) por nós fundada em 1992, e ao tempo em que eu era o seu presidente. Ele inaugurou a cadeira Cel. da Guarda Nacional, Fabiano Pereira Barreto, seu ilustre conterrâneo de Pouso Alto – MG. Lembro que foi recebido em nome da citada Academia (ARDHIS), por seu irmão, grande amigo e parceiro em vários empreendimentos de interesse comunitário, o Dr. Alcir Vilela Paiva.
O Cel Alceu fez carreira na Arma de Engenharia em Lages-SC, Campina Grande-PB e em Itajubá-MG onde foi Sub. Comandante do 4º BE de Combate e onde deixou a sua marca no lema do Batalhão:
“Tudo o que deve ser feito, Merece ser bem feito”.
Era o lema do grande engenheiro resendense Tácito Viana Rodrigues, que Alceu considerava “o resendense do século XX” e seu ídolo profissional e com o qual trabalhara menino e adolescente em seu escritório de Engenharia e se tornaria o seu biografo, em plaqueta que a seu convite elaboramos o prefácio.
Neste tempo de 4° BE de Combate em Itajubá, o Cel Alceu já era Engenheiro Civil e lá construiu a bela Vila de Oficiais, junto ao Batalhão. Comandei este Batalhão de 1981-1982 e a seguir sempre contamos com sua companhia para participar de passagens de comando do Batalhão onde possuía muitos amigos bem como naquela cidade, onde sempre visitava parentes muito queridos.
Na nossa AMAN, o Cel. Alceu foi professor de 1964-1980, por 16 anos, de Física e Resistência das Matérias. E com ele convivemos de 1978-1980 como instrutor de História Militar, já consagrado historiador e autor premiado.
O Cel. Alceu em Resende, sua terra adotiva, teve atividade comunitária intensa. Dirigiu obras da Prefeitura de Resende de 1971/72. fundou e dirigiu a Construtora Manejo (COMAL) de 1975/78 e de 1997-98, presidiu a Cooperativa Agropecuária de Resende, como fazendeiro que veio a se tornar. Passou seus últimos tempos em ampla propriedade que lhe lembrava estar numa fazenda. E nela em 2 de junho de 2011 comemorou seus 80 anos, com a presença de muitos parentes e amigos que se espalharam por diversas mesas espalhadas sob a sombra do arvoredo e com um cardápio típico mineiro. Pois psicologicamente se considerava um mineiro do interior. Alceu foi muito ligado aos destinos da Santa Casa e do Asilo de Idosos. E contribuiu graciosamente como engenheiro para a construção do hoje monumental AEDB dirigida pelo falecido acadêmico Cel Antônio Esteves, o fundador do Ensino Superior em Resende, apoiado pelos acadêmicos coronéis Geraldo Levasseur França e Cecil Wall Barbosa, este herói da conquista de Monte Castello na Itália, E junto atuava com tesoureiro seu irmão e parceiro Alcir Vilela Paiva. Presidiu a Confraria dos Cidadãos de Resende, sempre preocupada com o exercício da cidadania. E a Santa Casa de Resende, que tive a honra de escrever sua história na obra A Saga da Santa Casa de Misericórdia de Resende. Rio de Janeiro: SENAI, 1992, era instituição que merecia dele e dos demais irmãos carinho especial. E neste livro faço síntese biográfica de dois provedores muito ligados à vida de Alceu, Arão Rocha e Eitel Cesar Fernandes. Este lhe apontou o caminho para prestar concurso para a AMAN. O Cel Alceu foi sempre muito receptivo a cooperar com iniciativas de interesse público. E nossa Academia de História Militar Terrestre do Brasil, hoje uma Federação, em seus primeiros anos, sempre nele encontrou grande apoio.
E inclusive na adequação de sua sede administrativa ao lado da SIP e da Casa do Laranjeira, na AMAN . E na porta da AHIMTB lá esta a lembrança perene de sua contribuição uma placa de bronze informando o que existe atrás da porta.. Alceu atuou politicamente em Resende, e reconhecido como um bom conselheiro, moderador e articulador político, tendo inclusive sido candidato a Prefeito. Parte para a eternidade, prezado amigo e solidário confrade, confiante que a tua passagem pela terra foi profícua, um exemplo precioso de cidadania comunitária resendense, onde deixastes marcas profundas de tua notável contribuição para um mundo melhor para os que aqui ficam temporariamente! Vai feliz e realizado ao encontro de tua companheira modelar, por cerca 60 anos, D.Yolanda Pinto Paiva , cuja falta e saudades percebia em tuas manifestações sinceras, nas diversas visitas que te fiz para tratar de assuntos de nossa FAHIMTB.Saudades amenizadas com a presença e cuidados de tua neta Catia e bisneto. Honrastes teus pais Argemiro Morais Paiva e D. Maria de Jesus Vilela Paiva, exemplos de encaminhamento de família numerosa, com limitados recursos, a bons e honrosos destinos ,com seus exemplos de que tanto de orgulhavas.
(x) Presidente da FAHIMTB e Presidente emérito e fundador da ARDHIS. O presente artigo ora ampliado foi feito para ser lido caso fosse oportuno, na encomendação do corpo de Alceu na histórica capela da Santa Casa de Resende, aos pés da imagem de sua padroeira N.S da Piedade, tão bem representada nas 1ª e 2ª capas do meu livro citado, pelo notável artista plástico o acadêmico Cel Geraldo Levasseur França , com tantas de suas obras realizadas graciosamente em Resende e Itatiaia e sem nenhuma rua até hoje em sua homenagem.Este artigo estara disponível em Artigos no site da FAHIMTB www.ahimtb.org.br
