A PROJEÇÃO REPUBLICANA E DAS TRADIÇÕES FARROUPILHAS NA COLÔNIA ITALIANA DO RIO GRANDE DO SUL

Cláudio Moreira Bento(x)

 

 

Em 1875 teve início a colonização italiana do Rio Grande do Sul. E no ano seguinte, quando o Duque de Caxias estava prestes a encerrar a sua brilhante carreira como Presidente do Conselho de Ministros ou Chefe de Governo do Brasil, pela 3ª vez ,e como senador por cerca de 30 anos pelo Rio Grande do Sul, Província esta que ele presidira em duas ocasiões, em tempos de guerra, e na qual pacificaria em 1º de março de 1845, em D. Pedrito atual, a Família Brasileira abalada por 13 anos de lutas fratricidas, E, então, o Duque de Caxias foi imortalizado, com o seu título na hoje cidade de Caxias do Sul, a mais progressista e próspera colônia italiana no Rio Grande do Sul, e com o nome então de Colônia Caxias.

Proclamada a República do Brasil, há 116 anos, em 15 de novembro de 1889, no ano seguinte foi criada a vila e município de Caxias, homenagem ao pacificador, cujo século em que viveu considero O século de Duque de Caxias, conforme abordamos em nosso livro Caxias e a Unidade Nacional, há pouco reproduzido e distribuído em fascículos pela Universidade de Caxias do Sul, por mediação do nosso acadêmico Professor Mário Gardelin.

Hoje, o município e cidade de Caxias do Sul, perpetuam a memória da República Rio- Grandense, pacificada e reintegrada ao Brasil por seu patrono Caxias, e também o patrono do Exército Brasileiro desde 1962 e da Academia de História Militar Terrestre do Brasil desde 1996, bem como do Grupo de Artilharia Anti Aérea –Grupo Conde de Caxias aqui sediado .

E para marcar ainda mais a memória deste evento, que contribuiu expressivamente, a partir da vitória de Seival, em 10 de setembro de 1836, no município de Piratini, conquistada pelo General Antônio Netto com a sua brigada Liberal integrada por guardas nacionais do distrito sede do municipio de Piratini e de seus então distritos de Canguçu, Cerrito e Bagé para o advento da República Brasileira em 15 de novembro de 1889, foi criado no ano seguinte, em 1890, a vila e município de Bento Gonçalves, cidade onde vivi cerca de 8 anos de 1957/1959 e depois de 1961/1966, como oficial do histórico 1º Batalhão Ferroviário. Cidade e município de Bento Gonçalves, homenagem ao líder da Revolução Farroupilha e presidente da República Rio-Grandense, General Bento Gonçalves da Silva, nosso parente distante e nosso patrono de cadeira na Academia Piratiniense de História , o qual em carta a um amigo escreveu fazendo justiça a Caxias, logo depois de concretizada a Paz Farroupilha.

"Por fim temos uma paz que só conseguimos algumas vantagens pela generosidade do Barão de Caxias. Deste homem verdadeiramente amigo dos rio-grandenses que não podendo nos fazer publicamente a Paz, por causa da péssima escolha dos negociadores e da estupidez sem igual dos que a dirigiram. No fez o Barão de Caxias o que já não podíamos esperar, salvando assim, em grande parte, a nossa dignidade."

Vale aqui lembrar que o primeiro presidente farroupilha João Manoel Lima e Silva era tio de Caxias e haviam sido colegas na Escola Militar. Tio de Caxias este que foi assassinado por imperiais em São Borja e lá sepultado para depois ser exumado e sepultado em Caçapava do Sul, com pompa e circunstância, de onde foi desenterrado por imperiais e seus restos espalhados pelos campos

Decorridos 10 anos, para marcar e imortalizar ainda mais na memória nacional, foi criado em 1910, por desmembramento do de Bento Gonçalves, o município de Garibaldi, homenagem à Giuseppe Garibaldi, o herói de 2 mundos e reunificador da Itália, com a ajuda da heróica brasileira Anita Garibaldi. Herói que teve suas memórias redigidas por Alexandre Dumas. Herói que lutara pelos ideais da República Rio-Grandense, como comandante de sua heróica Marinha, em companhia de cerca de 15 italianos Luigi Rossetti, Eduardo Matru, Luigi Carníglia, Lourenço Valerigini, Felipe Anzani, Staderine, Cuneo, Pasquale, Nodola, Giovanni, Torrezan, Lourenço, Natale e Rafaele, que evocamos em nosso livro Estrangeiros e descendentes na História Militar do Rio Grande do Sul em 1975, premiado pelo Biênio da Imigração e Colonização do Rio Grande , sendo governador o ilustre filho desta terra Cel Euclides Triches e prefaciado pelo grande cidadão e escritor gaúcho Cel Arthur Ferreira Filho, patrono da Cadeira na Academia de História Militar Terrestre do Brasil, ocupada pelo ilustre acadêmico Mário Gardelin, a quem a cultura caxiense está tanto a dever.

Decorridos 34 anos, para consagrar todas estas idéias, foi criada por desmembramento de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Montenegro a vila e município de Farroupilha, para perpetuar na memória nacional a Revolução Farroupilha que concorreu para a República Brasileira, que Garibaldi não alcançou por haver falecido em 1882.

Esta nossas considerações servem para explicar o agraciamento com a Medalha do Mérito Farroupilha aqui em Caxias – do Grupo Conde de Caxias, o coroamento da intenção do legislador brasileiro de imortalizar nesta próspera colônia italiana a da Pacificação da Revolução Farroupilha – e 4 personalidades locais, cujas justificativas solicito sejam lidas.

 

Professor Dr. Dr Luís Antônio Rizzon: Reitor da Universidade de Caxias do Sul que mantém próximo a reitoria um galpão crioulo onde são realizadas atividades tradicionalistas ligadas ao culto e divulgação da História e Tradições do Rio Grande do Sul, onde se destacam as tradições farroupilhas. Tem autorizado a publicação, em cadernos especiais, através do acadêmico da AHIMTB e membro efetivo do Instituto de História e Tradições do Professor Mário Gardelin, seu assessor, os livros Caxias e a Unidade Nacional e o Negro na Sociedade do Rio Grande do Sul e apoiando e prestigiando as atividades culturais de interesse das AHIMTB e IHTRGS.

Dr Marcos Tronca .Diretor da ADESG Caxias do Sul , tem apoiado logisticamente em duas oportunidades palestras do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul, abordando fatos relacionados com a Revolução Farroupilha .É diplomado amigo do Grupo Conde de Caxias em Caxias do Sul e Colaborador Emérito do Exército etc

Professor Mário Gardelin: Ilustre e dinâmico intelectual caxiense, pesquisador, preservador, cultor e divulgador da cultura rio- grandense que tem levado ao conhecimento de interessados, através do Correio do Povo, Folha da Tarde, Folha da Manhã, Diário de Notícias seus artigos, inclusive sobre as tradições farroupilhas gaúchas, através dos livros de interesse da AHIMTB e IHTRGS que, com apoio da Universidade de Caxias do Sul os tem divulgado com valiosos complementos de sua iniciativa como os Caxias e a Unidade Nacional e o Negro da Sociedade do Rio Grande e como Assessor da Universidade de Caxias do Sul para Assuntos do Povoamento, Imigração e Colonização.

Alvino Melquides Brugali: Destacado intelectual e soldado e historiador militar terrestre como em seu livro O Quartel, que resgata a bela História da caserna ora ocupada pelo Grupo Conde de Caxias. Caserna que abrigava ao tempo da Revolução de 30 o 9º Batalhão de Caçadores que ao comando do Cel João Carlos Bordini, sobrinho neto do General Osório, teve atuação destacada na vitória da Revolução de 30 em Porto Alegre, como uma espécie de Cavalo de Tróia. Alvino é Delegado da Delegacia da AHIMTB em Caxias do Sul que tem por patrono o grande historiador da Revolução Farroupilha o general Morivalde Calvet Fagundes, sobre o qual falou na inauguração desta Delegacia de Caxias do Sul e exaltou sua grande obra relativa a Revolução Farroupilha. Em suas informações buscamos apoio para nossas considerações resultantes de considerar a colônia italiana do Rio Grande do Sul , no nome de suas principais cidades e municípios uma imortalização da Pacificação Frarroupillha e a sua contribuição para a República em 15 de novenbro de 1889.

Juarez Nunes da Silva: Conhecido, dinâmico, pesquisador, preservador e divulgador notável das tradições gaúchas e em especial a História e Tradições Farroupilhas, através de esclarecedoras palestras e artigos pela imprensa local, combatendo deformações que costumam ser alvo as tradições farroupilhas. Juarez é membro do Instituto de História do Rio Grande do Sul, da Academia de História Militar Terrestre do Brasil , integra o GTG Imigrantes e Tradição desde 1993, onde exerceu diversas funções, inclusive a de Patrão. Integra GTG e a 25ª Região Tradicionalista onde tem exercido funções de destaque onde sobressai a de Coordenador de Projetos Culturais e o de Avaliador de Concursos de Prendas e Peões do MTG e ENART, etc.

Autor de diversas publicações em jornais onde destacamos A Revolução Farroupilha e Vultos Farrapos.

Grupo de Artilharia Anti Aérea – Grupo Conde de Caxias: Unidade do Exército Brasileiro criada em Caxias do Sul em 17 de julho de 1950, cuja bela História foi escrita pelo já citado acadêmico Alvino Melquides Brugali em sua obra O Quartel. Acadêmico que tem por patrono de cadeira o Cel Arcy da Rocha Nóbrega, o primeiro comandante desta unidade de elite, do qual o Sub Tenente Alvino é biógrafo. E que

antigo revolucionário paulista em 1932 e que nos antecedeu alguns anos na direção do Arquivo Histórico do Exército. Unidade que tem o Duque de Caxias como o seu patrono como Conde de Caxias, título ao qual foi elevado um mês depois de haver consolidado a Paz da Família Brasileira em D. Pedrito atual, consolidando assim a ligação do Duque de Caxias, com a cidade de Caxias do Sul, consagradora de sua obra pacificadora da Família Brasileira., com a mais alta projeção no objetivo nacional permanente de Unidade Nacional.

 

(x) Presidente da Academia de História Militar Terrestre do Rio Grande do Sul , do Instituto de História e Tradições do Rio Grande do Sul e das academias Canguçuense e Piratiniense de História