SESSÃO DE POSSE COMO ACADÊMICO DO GEN EX GILBERTO BARBOSA FIGUEIREDO 
NO CLUBE MILITAR EM 29 DE JULHO DE 2009 NO 13º ANO DE EXISTÊNCIA DA AHIMTB

 

SUMÁRIO

 


 

- FAX do Comandante do Exército dirigido ao Presidente da AHIMTB

- Finalidade da seção  e análise da cooperação do Gen Figueiredo à História Militar, pelo Presidente da AHIMTB

- Oração de recepção do General Gilberto Figueiredo como acadêmico, em nome da AHIMTB,  pelo acadêmico Gen Ex Paulo César de Castro.

- Oração de posse do acadêmico Gen Ex Gilberto Barbosa Figueiredo na Cadeira Marechal Jose Pessoa,

- Palavras Finais do Presidente da AHIMTB no encerramento da sessão de posse como acadêmico do Gen Ex Gilberto Barbosa Figueiredo 

- Palavras de incentivo  e encerramento da sessão pelo acadêmico emérito Gen Ex Luiz Gonzaga S. Lessa, o presidente de Honra da sessão como a mais alta autoridade hierárquica presente a cerimônia, segundo tradição da AHIMTB

 


 

 

Fax n°. 282-EMP de 27 jul 2009 do Comandante do Exército

Ao Sr Cel Cláudio Moreira Bento  Presidente da AHIMTB

Honrou-me sobremaneira o convite para a solenidade de posse do Exmo Sr Gen Ex Gilberto Barbosa Figueiredo na Cadeira 22 - Patrono Marechal Jose Pessoa.

Infelizmente, por imposição de minha agenda funcional, com um compromisso inadiável naquela data, não poderei estar presente.

Assim sendo, cumprimento o Gen Figueiredo, o que faço por intermédio de Vossa Senhoria, pelo merecido e justo premio que recebe como novo titular da Cadeira 22, formulando votos de continuado êxito na expressiva caminhada pelo mister das Letras, com paz, saúde e prosperidade.

Cordialmente,

Gen Ex Enzo Martins Peri  Comandante do Exercito

Finalidade da seção solene da AHIMTB no Clube Militar de 29 de julho de 2009

Foto dos acadêmicos presentes ao final da sessão

 

 

   

Da esquerda para a direita: .Acadêmico Cel Darzan Neto da Silva. Acadêmico Gen Ex Paulo César de Castro. Acadêmico empossado Gen Ex Gilberto Barbosa Figueiredo, Presidente do  Clube Militar e sua esposa. Cel Cláudio Moreira Bento Acadêmico Emérito Presidente da AHIMTB. Acadêmico Emérito Gen Ex Luiz Gonzaga Shoroeder Lessa, Presidente de Honra  da sessão. Acadêmico Ten R/2 Art Eng Israel Blagberg, Delegado da AHIMTB no Rio de Janeiro e seu 3ª Vice Presidente. Acadêmico Gen Bda Geraldo Luiz Néri da Silva.do Projeto Memória Militar, Acadêmico Sub Ten Bombeiro Antonio Mattos, historiador do CBMRJ. Acadêmico Marcelo Peixoto e Acadêmico Emérito Cel PMRJ  Vidal D. Barros, professor de História da Academia da PMRJ.( Local Sala Cel Antonio Sena Madureira do Clube Militar)

 


 

 

- Finalidade da seção  e análise da cooperação do Gen Figueiredo à História Militar, pelo Presidente da AHIMTB

 

 A presente seção solene da Academia de História Militar Terrestre do Brasil tem por finalidade empossar como acadêmico, na cadeira Marechal José Pessoa, o General de Exército Gilberto Barbosa Figueiredo, em vaga por elevação a acadêmico emérito do ex-comandante do Exército  General de Exército General Gleuber Vieira o 2° ocupante da citada cadeira.

     De longa data o novo acadêmico General Gilberto vem atuando em prol do desenvolvimento da História Militar Terrestre do Brasil. Lembro que como comandante do Regimento de Carros de Combate na Avenida Brasil participou de promoção sobre História Militar Terrestre e proferiu palestra sobre História do Exército no Arquivo Histórico do Exército a nosso convite.

   Na qualidade de Assistente de Exmo Sr Ministro do Exército Gen. Ex Leônidas Pires Gonçalves muito ajudou nossa atuação como Diretor daquele Arquivo em nosso esforço para torná-lo a, A Casa da História do Exército, ao invés de uma repartição voltada para o fornecimento de certidões administrativas e sem prestígio. E com a solidariedade de nosso hoje ilustre acadêmico emérito Gen Ex Jonas de Moraes Correa Neto conseguimos transformar o Arquivo do Exercito em Arquivo Histórico do Exército. E o apoio do Cel Gilberto se fazia presente através de radiogramas  do Exmo. Sr. Ministro Leônidas de incentivo a cada seção histórica no Arquivo Histórico do Exército  e dentre elas a concorrida série de  comemorações dos centenários de ilustres chefes do passado.

     Promovido a General, o nosso acadêmico foi comandar a 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada  Brigada Charrua em Uruguaiana cuja denominação histórica foi de sua iniciativa. Brigada da qual, em parceria com o Cel Luiz Ernani Caminha Giorgis, resgatamos a sua bela História  dentro do Projeto em curso que desenvolvemos desde 1994, intitulado inicialmente Projeto de História do Exército no Rio Grande do Sul, promovido mais tarde pelo nosso atual acadêmico Gen Ex Renato Tibau da Costa , como comandante do CMS, em Projeto História do Exército no Rio Grande do Sul. Obra em que suas abas ou orelhas estiveram a seu cargo do General Gilberto a convite de seus autores.

    Como comandante do Comando Militar do Oeste a AHIMTB contou com o apoio do Acadêmico General Gilberto em sua promoção de posse de acadêmico do Exército e da Policia Militar de Mato Grosso do Sul realizada no Colégio Militar de Cuiabá

     Como Chefe de Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército, foi onde mais se evidenciou o apoio do acadêmico General Gilberto à Academia na qualidade de 2º  Presidente de Honra da mesma.

     Foi em atendimento a solicitação desta Presidência que admitiu como PTTC, na função de Professor de História do Colégio Militar do Cel Ernani Caminha Giorgis, para, cumulativamente, dar apoio as atividades da AHIMTB a partir do Colégio Militar de Porto Alegre, o que ele fez com muita devoção durante 7 anos e na condição de Delegado da AHIMTB no Rio Grande do Sul e sendo  2º vice presidente da AHIMTB e nosso parceiro em vários livros do Projeto História do Exército na Região Sul, dentre os quais a História do Casarão da Várzea 1885-2008, prefaciado pelo então Diretpr da DEPA Gen. Div. Marco Antônio Farias e orelhas do acadêmico Gen. Ex Paulo César de Castro, então Chefe do DEP e 2º Presidente de Honra da AHIMTB.

       Tem sido notável, a atuação do acadêmico General Gilberto em prol da Academia de História Militar Terrestre do Brasil que há 13 anos tem contribuído para ajudar o Exército na conquista do objetivo estratégico nº. 1 do Exército, assim definido ao tempo do ministro Gen. Ex Zenildo de Lucena e reafirmado por seus sucessores.

“Pesquisar, preservar, cultuar e divulgar a História, as tradições e os valores morais, culturais e históricos do Exército”.

       E na Presidência do Clube Militar tem sido marcantes e oportunas as mensagens com apoio na História do Exército divulgada pelo acadêmico General Gilberto Barbosa Figueiredo, além de dinâmico e notável apoio a valiosas promoções culturais ligadas a relevantes problemas brasileiros e respostas a iniciativas adversas de manipulação sem precedentes da História do Brasil que arrastam na sua esteira legiões de inocentes úteis que abdicaram seu direito de análise,

      E o reconhecimento da sua atuação de apoio e divulgação da História do Exército a AHIMTB o agraciou com a sua Medalha de Mérito Histórico no grau de Comendador.

      E votos de que o Clube Militar através de sua ação presidencial continue firme na defesa dos interesses da Família Militar e a defendendo politicamente como tem sido tradição desta casa, Berço da República e da Abolição, em quanto, em paralelo, a nossa Academia de História irá defender a nossa História Militar de manipulações políticas e, em especial as ideológicas, junto ao publico interno, com vistas a reforçar a Grande Barreira representada pelas Forças Terrestres do Brasil cuja História ela desenvolve, pesquisa, preserva, cultua e divulga .

         E pois como ato de justiça na voz da História que a AHIMTB através de sua Presidência ,agradece a atuação do novo acadêmico aqui descrita em prol da verdade histórica . Lembrando o lema do patrono de cadeira da AHIMTB e nosso mestre o Cel Francisco Ruas Santos de que História é verdade e justiça! 

                                   

- Oração de recepção do General Gilberto Figueiredo como acadêmico, em nome da AHIMTB,  pelo acadêmico Gen Ex Paulo César de Castro.

 

Estimado General Gilberto Barbosa de Figueiredo! Caríssimo amigo, confrade e presidente, nossos estribos têm se chocado em sucessivas cavalgadas. Hoje, sob sinceros sentimentos de honra e emoção tenho a grata felicidade de saudá-lo em nome da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, a qual o Senhor integrou como Segundo Presidente de Honra à época em que ocupou o respeitado, dignificante e sensível cargo de Chefe do então Departamento de Ensino e Pesquisa, sucedido pelo Departamento de Educação e Cultura do Exército, firmemente edificado sobre os alicerces que seus antecessores lançaram e que o ilustre acadêmico fortaleceu com proficiência e visão de futuro. 

A Academia de História Militar Terrestre do Brasil estende e abre seus braços, com justificado júbilo, para acolhê-lo e abraçá-lo.  A Academia foi fundada em 1º de março de 1996, em Resende, a Cidade dos Cadetes, como, carinhosamente, a chama seu criador e Presidente, o renomado historiador militar Coronel Cláudio Moreira Bento. O dia de sua fundação coincide com o do término da Guerra da Tríplice Aliança, cujos episódios terão seus sesquicentenários sendo comemorados muito em breve, páginas que serão rememoradas e exaltadas com justiça e orgulho apenas pelos brasileiros de

        bem, aqueles que efetivamente têm compromisso com a Terra de Santa Cruz. Coincide, também, com o início do ensino castrense na Academia Militar das Agulhas Negras, escola de nível superior do nosso queridíssimo Exército, legado da transmigração da Família Real Portuguesa para o Brasil, AMAN que, ao longo de 2011, comemorará condignamente seu bicentenário.  Ela se com- Oração de posse do acadêmico Gen Ex Gilberto Barbosa Figueiredo na Cadeira Marechal Jose Pessoa,

     A Academia de História Militar Terrestre do Brasil, idealizada e consolidada pela tenacidade e pelo idealismo de seu fundador congrega acadêmicos eméritos, A AHIMTB possui titulares de cadeiras, cadeiras especiais e seniores, delegacias, colaboradores e correspondentes. A todos une fortíssimo laço, a causa da História Militar. Diria mesmo, a causa da História, ciência sobre a qual ensinou Cícero em “De Oratore”: “Historia Magistra Vitae”.Seus integrantes comungam de nobres ideais, destacando-se a plena consciência e a firme convicção da relevância do estudo, da pesquisa e da divulgação da História Militar desta abençoada terra batizada sob o sinal da Cruz. A missão que nos auto-impusemos consiste em revelar para nossos concidadãos, alunos e comandados os vultos que escreveram páginas de bravura, de sacrifício e de glória na própria História do Brasil, da qual as mais memoráveis passagens encontram-se na História Militar verde- e-amarela. Trata-se, também, de aprender, por meio de seus feitos, as lições e os exemplos de virtudes militares e de cidadãos honrados que seus destacados capitães e anônimos soldados legaram às gerações que os sucederam. Trata-se, ainda, de explorar as vitórias que conquistaram nos campos de batalha tanto derrotando o inimigo externo, ameaça à integridade do território e do patrimônio nacional, quanto vencendo o inimigo interno, ensandecido pelo vírus da ideologia, ameaça à própria existência da nacionalidade. Trata-se, em síntese, de despertar o orgulho, a vibração, o amor próprio, o entusiasmo, a felicidade e a alegria sem par de ser brasileiro e de se tornar um guerreiro de suas forças armadas e auxiliares. Trata-se, enfim, de combater o bom combate, apresentando, com base em fontes irrefutáveis, a gloriosa história militar de nossa Pátria, combate este que assume contornos mais relevantes na quadra em que vivemos quando nos cabe enfrentar e derrotar os revisionistas históricos. Temos vencido este bom combate e haveremos de sobrepujá-los sempre, já que estamos armados com a verdade, a fé, a brasilidade, a honestidade, a sinceridade, a seriedade e a inabalável convicção no valor dos homens e mulheres de armas do Brasil.

O primeiro ocupante da cadeira Marechal José Pessoa foi o presidente da AHIMTB. A cadeira número 22, que o prezadíssimo confrade ocupará, foi inaugurada pelo próprio fundador da Academia, o incansável batalhador pela causa da Coronel Cláudio Moreira Bento. Seu segundo ocupante, a quem tive a subida honra de saudar em nome da Academia, foi o último Ministro do Exército e primeiro Comandante da nossa Força, o General-de-Exército Gleuber Vieira, cuja liderança militar foi e continua sendo singular exemplo para todos os que envergam a farda verde-oliva. Seus antecessores, General Figueiredo, foram promovidos a acadêmicos eméritos, honraria que lhes concedeu a Academia. É também em nome deles que me coube a gratíssima missão de saudá-lo e de apresentar-lhe votos eloqüentes de boas-vindas.

 Sua cadeira, amigo cavalariano, tem como patrono o também cavalariano Marechal José Pessoa Cavalcante de Albuquerque. Sobre este notável do Exército.

O Marechal José Pessoa é da Arma de Osório assim se lê à página 820 da História do Exército Brasileiro: “como Tenente, comandou um pelotão do 4º Regimento de Dragões do Exército Francês, durante a Primeira Guerra Mundial. Organizou a primeira unidade de carros de combate no Brasil e escreveu a obra ‘Os Tanques na Guerra Européia’. Foi o idealizador da Academia Militar das Agulhas Negras. Participou dos trabalhos de localização da nova Capital.” Observa-se que para ocupar a cadeira que ostenta por patrono um ícone da Cavalaria do Legendário, ninguém melhor do que um espora dourada, o amigo cavalariano.

A Academia de História Militar Terrestre do Brasil cresce e se enriquece com a chegada do General Figueiredo para ocupar a Cadeira nº 22. Sua obra é  notável . 

 Como Chefe do então Departamento de Ensino e Pesquisa, deu prosseguimento e consolidou inúmeras iniciativas de seus antecessores naquele órgão de direção setorial, especialmente do General Gleuber Vieira. Aí estão, vicejando em nossos estabelecimentos de ensino, os Clubes de História e de História Militar; aí está o Arquivo Histórico do Exército em pleno processo de modernização e informatização, diariamente consultado por pesquisadores do mundo acadêmico brasileiro e do exterior, tendo batido sucessivos recordes anuais de recebimento de comitivas visitantes. Aí estão os cursos de pós-graduação latu sensu de História Militar, presenciais e à distância, parcerias vitoriosas e consolidadas entre o Exército, renomadas universidades brasileiras e o Instituto de Geografia e História Militar do Brasil. Aí está a vasta e crescente produção intelectual de nossos alunos, sob a forma de trabalhos de conclusão de curso, de dissertações, teses e artigos científicos. Aí está o Museu Histórico do Exército e Forte de Copacabana, terceiro ponto turístico mais visitado do Rio de Janeiro, cuja dependência mais recentemente inaugurada, faz justiça aos presidentes militares do Brasil e divulga sua notável obra. Aí está o Museu Militar Conde de Linhares em profundo, amplo e empolgante processo de renovação e modernização, prestes a acolher a Casa da FEB. Aí estão, em nossas organizações militares, museus e salas históricas, preservando e divulgando o riquíssimo patrimônio histórico e cultural do Exército. Aí está o Programa de Leitura, para o qual o Senhor deu a merecida prioridade, comprovando que nossos militares lêem e têm prazer na leitura, boa parte dela dedicada à História Militar.  Aí está o Projeto História Oral, do qual o Senhor foi corajoso  apoiador e estimulador. É necessário registrar que foi graças à patriótica coragem do estimado amigo que a História Oral da Revolução Democrática de 1964 teve continuidade permitindo a pesquisadores e leitores acessar a verdade sobre a epopéia salvadora que as Forças Armadas e o povo brasileiro empreenderam naquela dificílima quadra da Guerra Fria. 

Vale registrar a proposta bem fundamentada e oportuna do General Figueiredo, quando Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Leste, para que se desse nobre destinação à Casa Histórica de Deodoro, sugestão que, acatada por seus superiores, deu-lhe vida cultural, tornando-a sede do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.

Para o êxito de todos os empreendimentos aqui relembrados, contou a História Militar, no Exército, com o decisivo apoio e a lúcida compreensão do General Figueiredo, cujas diretrizes e orientações, continuadas por seus sucessores, constituíram sementes que caíram em terreno fértil e têm produzido bons frutos. Como Presidente do Clube Militar, “A Casa da República”, tem sido dinâmica e proficiente sua gestão valorizadora de episódios relevantes da História Militar, tais como, por exemplo, a Revolução Democrática de 1964; as comemorações dos cento e vinte anos do próprio Clube; as homenagens às Forças Armadas em suas datas magnas, nas quais os feitos de seus marinheiros, soldados e aviadores têm sido divulgados e exaltados em memoráveis sessões solenes; e o recente painel no qual foram apresentadas inúmeras participações de forças brasileiras em missões de paz exemplarmente cumpridas e que tanto têm elevado o conceito internacional da nossa tropa e da gente brasileira. Neste mesmo mês de julho, o General Meira Mattos, cujo exemplo de chefe militar e homem dedicado à cultura, expoente da Geopolítica nacional, teve sua obra revisitada e memória homenageada, em evento a que se denominou “I Seminário de Geopolítica e Estratégia General Carlos de Meira Mattos”. Registro, ainda, que a Revista do Clube Militar tem sido veículo de divulgação de bem elaborados artigos sobre temas de História Militar pátria.                                                                                                                                                                                                   É, pois, para um batalhador pela causa da História Militar que a Academia, jubilosa, se engalana nesta tarde. “General Osório”, “Os sucessores de Rio Branco”, “O Soldado Brasileiro”, “A Marcha da Insensatez Brasileira” e “120 Anos de História”, eis alguns artigos de sua autoria que difundiram apreciações sensatas sobre diferentes vultos e episódios da História Militar e da própria História do Brasil.

“... É inegável que uma centelha de amor à terra brasileira surgiu, juntamente com o episódio. No dizer de Capistrano de Abreu: “sob a pressão externa, operou-se uma solda entre os diversos elementos étnicos. Vencendo os flamengos, “os pernambucanos sentiram-se um povo...” Estas são palavras suas que retirei de “O Soldado Brasileiro”, texto que aborda a gênese do Exército, relembrando a guerra luso-brasileira contra o invasor holandês. Nelas se constata que o General Figueiredo se alinha contra aqueles que querem nos transformar em uma nação bicolor, ao afirmar que, em Guararapes e, de resto, na luta contra o invasor “operou-se uma solda entre os diversos elementos étnicos”. É verdade, General, não somos racistas, mas o povo brasileiro é produto da intensa e profícua miscigenação da qual tanto nos orgulhamos e que tanto devemos continuar alardeando, já que uma de nossas mais gratas realizações psicossociais.

                                                                                                                                                                                       Por tudo o que o Senhor realizou em prol da causa da História Militar e pela convicção do muito que irá continuar empreendendo, ratifico o imenso prazer que a Academia de História Militar Terrestre do Brasil tem em recebê-lo para ocupar a Cadeira Marechal José Pessoa. Seja muito bem-vindo, General-de-Exército Gilberto Barbosa de Figueiredo. Gen Ex Paulo César de Castro

                                                                                                                                                                                        

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          - Oração de posse do acadêmico Gen Ex Gilberto Barbosa Figueiredo na Cadeira Marechal Jose Pessoa.

                                                       

Senhor Presidente,

Ser admitido nesta Academia é distinção que muito honra este velho soldado. Todos nós que militamos na ativa do Exército, no último quartel do século XX, fomos testemunhas do magnífico trabalho desenvolvido por essa casa em favor do Exército, da proteção de sua cultura, da preservação de sua memória. Do observatório singular em que estive entre 2001 e 2003, como chefe do antigo Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército e 2º vice-presidente de honra da AHIMTB, pude constatar a valiosa colaboração da Academia com o estudo da História Militar nos estabelecimentos de ensino de nossa Instituição. E a História é componente fundamental do processo de modernização do ensino, que tive o privilégio de conduzir naquele interregno.

A alegria de ser acolhido nesta casa dedicada à pesquisa e ao estudo é ainda maior, quando sou recebido por um dileto amigo e ilustre chefe militar – o General Paulo Cesar de Castro. Há muito, aprendi a admirar o Gen Castro por suas excepcionais qualidades, intelectuais, profissionais e de caráter. Homem dotado de invulgar tirocínio, é comedido em suas manifestações e absolutamente sóbrio quando tem de opinar ou manifestar um parecer. Na chefia do sistema de ensino do Exército, tive a oportunidade de bem constatar todos esses seus atributos e a ele devo penhor de gratidão por um assessoramento leal e eficaz.

Na cadeira que ora assumo, sucedo a dois ilustres e queridos amigos – o Cel Claudio Moreira Bento e o Gen Gleuber Vieira. Substituir a essas duas personalidades de nossa instituição não é, por certo, tarefa fácil. É, antes de tudo, aceitar o compromisso com o dever de honrar a Academia de História Militar Terrestre do Brasil.

O primeiro titular da cadeira, o Cel Bento, é Presidente e fundador da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e historiador militar consagrado. Vem desenvolvendo importante trabalho, voltado à preservação da história de nossa Força Terrestre, de suas organizações militares, de suas realizações pretéritas, da vida e feitos de seus chefes. Com invejável tenacidade, tem produzido notável trabalho de pesquisa que resultou em obra valiosa e fecunda, voltada, principalmente, para a juventude que frequenta as escolas militares de diferentes níveis.

         Quanto ao Gen Gleuber, tenho sólidos laços de amizade e antiga admiração. Foi Comandante de nossa Instituição, quando integrei o Alto Comando do Exército. Tive o privilégio de ser um de seus sucessores na chefia do Departamento de Ensino e Pesquisa e muito favorecido fui pelo legado de sua esclarecida gestão. Ingressou nesta Academia, mercê de sua íntima ligação com a História Militar, através de sua vida profissional. Como Chefe do DEP, Ministro de Estado e Comandante, pôde deixar evidente o apreço à matéria, por meio de iniciativas concretas voltadas à análise e à divulgação do saber, relacionado à História Militar. Apenas para citar uma de suas criaturas, a História Oral do Exército é programa fundamental, idealizado em momento oportuno, que viabilizará a formação de um valioso patrimônio, voltado a oferecer melhor instrumentalização para o estudo e a pesquisa da história de nossa Força Terrestre.

Discorrer sobre a luminosa existência do Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque é tarefa seguramente complexa. O município de Cabaceiras, na Paraíba, foi o berço do grande brasileiro, que veio a este mundo em 12 de setembro de 1885. Sua vida militar começou em 1903, quando ingressou como aluno, na Escola Prática do Realengo. A par de sua brilhante trajetória como militar que nos deixou uma herança de grandes realizações, foi um homem público intimamente ligado aos grandes acontecimentos ocorridos no Brasil de sua época e um intelectual que marcou sua existência pelo estudo, pela reflexão e pelo apreço às coisas que engrandecem o espírito.

         A primeira lembrança que nos ocorre quando falamos de José Pessoa é a idealização da Academia Militar das Agulhas Negras. Mas o Marechal, somente na área do ensino, foi muito além de imaginar uma nova escola de formação de oficiais para o Exército Brasileiro; atuou, desde 1923, quando, pela primeira vez, serviu na Escola Militar do Realengo, até sua morte, em 1959, de modo direto ou indireto, no fortalecimento do sistema de ensino do Exército.

 

         Entre os anos de 1931 e 1934 comandou a Escola Militar do Realengo, ocasião em que colocou em prática medidas visando à melhoria na formação do Oficial do Exército Brasileiro. Entre outras providências, deu ênfase especial à educação física, à cultura geral e científica e à preparação profissional; criou o Corpo de Cadetes com estandarte e brasão, além de modificar o regulamento de uniformes dos cadetes. Foi nesse período que concebeu a Academia Militar das Agulhas Negras.

 

         Galgou o cargo de comandante da Escola Militar, mercê de decisão do governo provisório de 1930, que definiu como ação prioritária, no campo militar, o incremento qualitativo na formação da oficialidade. Ao assumir o comando leu sua primeira ordem do dia, que sem dúvida é um dos documentos mais importantes na evolução do Ensino do Exército. Começou com o vocativo – cadetes – resgatando um título caro à juventude militar, mas que estava proibido desde 1898, por decreto republicano. E prossegue: “A partir de hoje, vivamos a mentalidade de nova Escola Militar, da Escola Militar que vamos construir”.

 

         O marechal José Pessoa buscou exemplos nos chefes militares, aqueles capazes de melhor influenciar seus cadetes, com especial ênfase em Caxias. Assim se expressou sobre o Marechal Luiz Alves de Lima e Silva: “As novas gerações educadas sob o signo de Caxias estão fadadas a mudar de hábitos e a construir o destino de grandeza do Exército, formando uma mentalidade homogênea de chefes que, a exemplo de seus antepassados, não permitirão o esquecimento das nossas nobres tradições militares”.

 

         Pensando em todo o legado deixado pelo Gen José Pessoa na Escola Militar do Realengo, o Cel Mário Travassos, primeiro Cmt da AMAN, deixou importante depoimento: “Toda sua gestão pode ser traduzida em dar um ponto de apoio às aspirações idealistas dos candidatos a Oficial. Defendeu para eles o título de Cadete que, por si só, é toda uma lendária tradição; compôs-lhe um uniforme que enfeixa toda uma indumentária militar dos tempos heróicos de nossos fastos de guerras; cingiu-lhes à cinta a miniatura da própria espada de Caxias – O Patrono do Exército; reviveu em telas primorosas que ornam as dependências da Escola os nossos chefes e feitos militares de maior relevo e criou solenidades que são verdadeiros atos de fé militar; por fim, solidarizou-se em torno de um Brasão e de um Estandarte que simbolizam o Corpo de Cadetes, expressão mesma da grandeza do Exército e da segurança da Nação, porque é o celeiro dos Generais de amanhã”.

Toda a carreira militar do Marechal José Pessoa foi marcada pela força moral que o levava a uma notável capacidade de realização. Sem receio de cometer exagero, posso afirmar que foi um militar que esteve sempre além de seu próprio tempo. Em 1914, quando eclodiu a 1ª Guerra Mundial, encontrava-se, como tenente, realizando um curso na Escola de Sait-Cyr, na França. Combateu, na condição de voluntário, no 4º Regimento de Dragões do Exército Francês, havendo sido promovido a capitão por bravura. Após a Guerra, foi matriculado em um curso na Escola de Carros de Versailles, que lhe serviu de inspiração para escrever o livro: “O Tanque na Guerra Européia” e para criar a 1ª Companhia de Carros de Assalto, no Exército Brasileiro.

O Marechal José Pessoa, de 1944 a 1946, presidiu o Clube Militar, vencendo pleito direto, o primeiro desde a implantação do Estado Novo.

Na presidência do Clube Militar, exerceu fecunda administração, plena de providências e medidas permanentes em benefício do fortalecimento das relações entre as Forças Armadas, da assistência ao quadro social e de melhoramentos na esfera administrativa. Em sua gestão, foram realizadas sessões solenes em comemoração ao centenário do Barão do Rio Branco, cujo último discurso foi proferido no Clube Militar, e ao centenário da pacificação da Guerra dos Farrapos, com a inauguração de placa de bronze alusiva. Ainda é do período em que exerceu a presidência a elaboração do projeto para a sede esportiva da Lagoa Rodrigo de Freitas, bem como os entendimentos com autoridades governamentais para a aquisição do terreno correspondente.

Notável, também, foi a participação do Clube Militar no apoio à Força Expedicionária Brasileira, e no reconhecimento de seus grandes feitos em solo italiano. Para tal fim, foi criada uma comissão sob a presidência do próprio Marechal José Pessoa. Essa comissão acompanhou as ações da FEB e do 1º Grupo de Caça na Itália, enviando mensagens patrióticas, de estímulo, ao seu comandante – Marechal Mascarenhas de Moraes – e providenciando a remessa de café, açúcar e roupas para serem distribuídos, pelos pracinhas brasileiros, às populações assoladas pela guerra. O Clube Militar participou, também, na preparação da memorável recepção à FEB e propôs medidas de apoio aos ex-combatentes, em todo o território nacional.

Os serviços prestados pelo Marechal José Pessoa à pátria brasileira, no entanto, estiveram muito além daqueles, já enormes, dispensados ao estamento militar. Com sua invulgar inteligência, realizou estudos de temas brasileiros, deixando propostas concretas para diversas áreas do interesse nacional. Em 1952, divulgou sua “Advertência à Nação”, onde enumerou uma série de problemas que deveriam receber a atenção do governo, apresentando, concomitantemente, as soluções apropriadas.

 

                Em 1954, quando poderia estar descansando em merecida aposentadoria, aceitou o convite do Presidente Café Filho para presidir a Comissão de Localização e Planejamento da Nova Capital Federal no Planalto Central, visando à concepção, idealização e pesquisa do terreno. Aceitou o convite em função não remunerada, chamando seu sobrinho, Dr Marcelo Pessoa, e seu amigo, o arquiteto Dr Raul Penna Firme, que construíra a Escola Militar de Resende, para ajudá-lo. Essa equipe foi a responsável pela escolha do local exato onde, hoje, se ergue Brasília. No relatório da Comissão, de 1958, constata-se que grande parte do plano-piloto da cidade foi idealizada por José Pessoa e Penna Firme. Lá se encontram em sua forma original a descrição das  quadras, dos anéis rodoviários, do traçado das principais avenidas, em forma de cruz, como principal relação com o primeiro nome da terra brasileira, que seria também o nome da nova capital: Vera Cruz.

 

                     Em 16 de agosto de 1959, o Brasil perdeu um de seus grandes filhos. Apagou-se uma luz fulgurante no cenário brasileiro. Faleceu o Marechal dos Cadetes. Sua obra, com certeza, permanecerá perene na memória de seus irmãos de armas e de todos os brasileiros que acreditam que somente apoiados no vigor do passado poderemos construir um futuro digno para nosso país.

 

                 Concluo reafirmando minha alegria em ter sido lembrado para integrar os quadros desta Academia, resultado, por certo, muito mais de uma demonstração de apreço à Instituição da qual sou, hoje, presidente do que a eventuais méritos deste novo acadêmico. Maior orgulho invade meu espírito por ter tido a honra de assumir a cadeira cujo patrono é o notável soldado e brasileiro que foi o Marechal José Pessoa. Traços da fulgurante vida desse insigne patrício, tentei relembrar em pinceladas muito rápidas, embora minhas limitações, seguramente, não tenham permitido fazer inteira justiça à genial figura do militar, do intelectual e do cidadão que foi instituído como patrono da cadeira que ora assumo.

 

                    Agradeço a quantos aqui vieram compartilhar comigo esse momento, para mim importante. Um especial agradecimento ao presidente, vice-presidentes e acadêmicos que muito me prestigiaram com suas presenças. A todos, enfim, meu muito obrigado.

 

 

PALAVRAS FINAIS DO PRESIDENTE DA AHIMTB

 

         Hoje, depois de 13 anos de fundada, a Academia de História Militar Terrestre do Brasil (AHIMTB) empossou como acadêmico o Gen Ex Gilberto Barbosa Figueiredo, presidente deste  centenário do Clube Militar que foi  instrumento decisivo para a Proclamação da República e  Abolição da Escravatura e palco e instrumento memorável da vitoriosa campanha nacional “O Petróleo é nosso”, do qual o Brasil atingiu em produção, sua auto-suficiência, E sem se esquecer que  também foi o palco da criação em suas dependências, da vitoriosa Revista A Defesa Nacional, já com 96 anos de marcantes e relevantes serviços a Defesa Nacional.

         Queira Deus  que nossa Academia de História Militar Terrestre perdure na sua ação e seja entendida, consagrada, reconhecida, estimulada e sobretudo patrocinada pelo Governo a sua luta em prol do Objetivo Atual nº 1 do Exército, de Pesquisar, preservar, cultuar e divulgar a História, as Tradições e os Valores morais, culturais e históricos de nosso Exército.

         Hoje, nesta seção memorável, e espero que histórica, a Academia de História Militar Terrestre do Brasil empossou como seu acadêmico o General de Exército Gilberto Barbosa Figueiredo na cadeira Marechal Jose Pessoa, antigo e dinâmico presidente do Clube Militar. O General Gilberto é  o 3º presidente que ela empossa depois dos hoje acadêmicos eméritos Generais Hélio  Ibiapina Lima e Luiz Gonzaga Shoroeder  Lessa ligados à cadeira  Marechal Humberto Castello Branco, expressivo pensador militar brasileiro e mestre em História Militar Terrestre Crítica, como nos foi revelado na obra O pensamento militar do Marechal Castello Branco, editada pela ECEME. Escola centenária que hoje o tem como seu patrono, o qual sonhava com uma doutrina militar terrestre brasileira genuína, ou uma doutrina militar Tupiniquim. Sonho já conquistado a duras penas pelas grandes nações, potências e grandes potências integrantes do G8, como aprendemos e ensinamos como conquistaram este status, como instrutor de História Militar na AMAN de 1978/1980.

         Sonho em que acreditamos que o marechal foi despertado  pela Missão Militar Francesa, a qual um oficial brasileiro solicitou que lhe ensinasse Estratégia e Táticas brasileiras, ao que ela respondeu que esta resposta  se encontrava embutida no nosso patrimônio cultural militar terrestre acumulado em quase 5 séculos de lutas internas e externas, predominantemente vitoriosas. E este tem sido um dos sonhos e objetivos da nossa Academia, o desenvolvimento da História Militar Crítica do nosso Exército à luz dos fundamentos da Arte e da Ciência Militar como instrumento a serviço da formação e Arte Militar dos quadros do Exército e do desenvolvimento de uma doutrina militar brasileira genuína como sonhou o Patrono do Exército e de nossa Academia o Duque de Caxias ou uma doutrina Tupiniquim, como a sonhou o Marechal Castelo Branco. Necessidade premente no momento em que o Brasil integra o BRIC Aliança Brasil- Rússia- Índia - China ao lado de três potências atômicas e com doutrinas militares genuínas

         O General Gilberto foi recebido em nome da nossa guerreira AHIMTB, por seu ilustre acadêmico  General de Exército Paulo César Castro, ocupante da cadeira Gen Estevão Leitão de Carvalho. Este notável historiador militar líder dos Jovens Turcos que realizaram relevante ação de renovação do Exercito, sob a proteção do Ministro da Guerra General Jose Caetano de Farias, para que suas atuações não fossem consideradas Indisciplina e desrespeito a Hierarquia.

         A Academia dentre os seus objetivos destaca  a sua preocupação em levantar experiências doutrinárias militares brasileiras genuínas, para subsidiar a hipótese do desenvolvimento de uma Guerra de Resistência na Amazônia, à estratégia do fraco contra o forte, como a definiu o Cel Golbery do Couto e Silva, em sua obra Planejamento Estratégico em 1955.

         Guerra de resistência ou de guerrilha baseadas em doutrinas militares brasileiras genuínas, como Guerra Brasílica que conseguiu expulsar os holandeses do Nordeste do Brasil em 1654, a Guerra a Gaúcha que conseguiu expulsar e manter fora do Rio Grande do Sul os espanhóis em 1776, sem esquecer a Guerra Amazônica liderada pelo Capitão  Pedro Teixeira que conseguiu expulsar da nossa Amazônia os holandeses e ingleses que ali haviam se fixado. E ali, mais  as guerras de resistência no Amapá e no Acre lideradas pelo general Cabralzinho e Plácido de Castro, enfrentando forças regulares estrangeiras. Guerras de Resistência genuínas brasileiras   que ajudaram a definir o destino brasileiro do Amapá e do Acre.

         E mais experiências  de guerra de Resistência teve o Brasil, como a secular Guerra do Mato, desenvolvidas por ambos os condutores na Guerra dos Palmares. Modalidade que o guerrilheiro José Bonifácio, contra forças de Napoleão em Portugal, , planejava  desenvolver no Brasil, caso ele fosse invadido. Enfim, doutrinas militares terrestres genuínas que solucionaram graves problemas do Brasil, sem o concurso das doutrinas militares que nos têm influenciado: a espanhola, a inglesa, a alemã, a francesa e, a norte-americana desde 1939.

         A História Militar Terrestre do Brasil que nossa Academia  concentra-se é o seu ramo História Crítica, aquela de cuja analise, a luz dos fundamentos da Arte e Ciência Militar, o soldado desenvolve a sua cultura profissional e o pensador militar dela retira subsídios doutrinários . E não prioriza  a História Descritiva, que é escrita e divulgada sem a preocupação com a aprendizagem da Arte Militar e a coleta de subsídios que possam contribuir para o desenvolvimento de uma doutrina militar terrestre brasileira, Infelizmente este ramo tem predominado entre nós o que tem contribuído para o seu desprestígio profissional, como inócua.        

         Foi um imenso prazer retornar a este Clube Militar do qual fomos no seu centenário o seu Diretor  Cultural e de sua Revista, sendo que no seu número 280 – Edição Histórica do seu centenário, conseguimos participar ativamente como historiador e coordenar os esforços de ilustres dirigentes  do Clube, e de historiadores que aceitaram nosso convite e desafio para resgatar 100 anos de História do Clube, os quais aqui recordo  e reverencio os já falecidos, General Jonas Correia (que coordenara a Revista do Cinqüentenário), Américo Jacobino Lacombe, Vicente Tapajós, General Umberto Peregrino, Almirante Prado Maia,  Cel Elber de Mello Henriques, General Francisco de Paula Azevedo Pondé,  Comandante Dino Willy Cozza, Maj  Prof. Antonio Pimentel Winz, Gen Morivalde  Calvet Fagundes,  e Cel Francisco Ruas Santos.

                     Para finalizar vale comparar os esforços paralelos do Clube Militar e da Academia de História Militar Terrestre do Brasil.

         O Clube representa a resposta política da Família Militar a questões que a atingem.

         E a Academia representa respostas históricas a manipulações e deformações políticas de nossa História o que ela tem  procurado responder em seus sites pela Internet e seus livros, já que a mídia nacional expressivamente não lhe concede o direito de resposta ou do contraditório, um pressuposto da Liberdade de Imprensa.

         Enfim eles respondem e debatem sobre temas relevantes que afetam a imagem das Forças Terrestres, as quais seus membros do serviço ativo não podem vir a público para responder. Vale recordar este exemplo o da presença da Academia na Câmara Federal, em Simpósio sobre Canudos e onde defendeu a participação do Exército, de 13 policias militares sob o argumento de que eles não iam a lugar nenhum se não fossem a isto ordenados pelo poder civil. E foi o que então aconteceu! Participação de igual teor na Globo News.

         Obrigado pela atenção e um convite para que participem e prestigiem a Academia de História Militar Terrestre do Brasil, na sua nobre tarefa de ajudar a conquistar o Objetivo atual nº 1 do Exército:

         Pesquisar, preservar, cultuar e divulgar a História, as Tradições e os Valores morais culturais e históricos do Exército

        E de que seus membros, em especial os que tem exercido altas funções no Exercito cuja presença em nossos quadros se avolumam ajudem a dar perenidade a Academia, com patrocínio oficial, por ser uma instituição que se dedica ao desenvolvimento da História Militar Terrestre Critica do Brasil, visando produzir subsídios utilizáveis para a formação do profissional militar terrestre em Arte e Ciência Militar e para o desenvolvimento progressivo de uma Doutrina Militar Terrestre Brasileira como a sonharam e por ela lutaram o Duque de Caxias, e os presidentes Floriano Peixoto e Castelo Branco e os pensadores militares coronéis J.B Magalhães e na atualidade o Cel Amerino Raposo Filho entre outros. Este apoio e solidariedade aqui solicitado e fundamental para consolidação na vida brasileira da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, Confirmar esta afirmação é obra de simples verificação e raciocínio

       Agradeço ao ilustre acadêmico, delegado e 3 º vice presidente da AHIMTB tem Art R/2 Israel Blajberg e equipe pelo planejamento desta seção com o apoio do Clube Militar

       Em tributo a Disciplina e a Hierarquia fundamentos do ordenamento jurídico do Brasil convidamos para encerrar a presente seção a mais alta autoridade presente  e Presidente de Honra  desta seção  Acadêmico Emérito Gen Ex Luiz Gonzaga S. Lessa dirija aos assistentes  palavras de incentivo.

O General Lessa em improviso dirigiu palavras de estimulo ao AHIMTB e ao novo acadêmico e deu por encerrada a seção.