PROF. AIMONE CAMARDELLA EMPOSSADO NA 

ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL

Eng Israel Blajberg

Presidente - AHIMTB / RIO

09 dez 2011



 

  

Mesa Diretora dos trabalhos da esquerda para a Acadêmico Israel Blagberg, presidente da AHIMTB/RJ, Acadêmico  Ten R/2 Eng  Aimone Camardella,
Ex  Senador Bernardo Cabral, Presidente de Honra da cerimônia, Acadêmico Emérito Cel Claudio Moreira Bento Presidente da FAHIMTB, 
Dr Jorge Luiz Dodaro, Sub-Procurador-Geral da Justiça Militar  e Dr. Francisco Horta, Vice Presidente da ACRJ.

 

O professor Aimone Camardella tomou posse como 1º ocupante da Cadeira Especial Professor Paulo José Pardal da Academia de História Militar Terrestre do Brasil. A sessão solene aconteceu no dia 7 de dezembro de 2011, às 15h, no Salão Nobre da Congregação da antiga Escola Polytechnica, no Largo de São Francisco, coroando uma longa história de vida dedicada à engenharia, à cultura e ao desenvolvimento nacional.
Aos 91 anos de idade, o engenheiro civil, nuclear e de segurança do trabalho e doutor em física foi professor da Escola Nacional de Engenharia por 39 anos, um dos mais antigos professores da atual Escola Politécnica da UFRJ, hoje na Cidade Universitária da Ilha do Fundão

 Aimone também foi representante do Brasil na Conferência da ONU sobre Meio Ambiente em Estocolmo, em 1972, e diretor do Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial (Inmetro). Na área cultural, Aimone é membro da Academia Brasileira de Literatura; da Academia de Letras, Artes e Ciências; da Academia Luso-Brasileira de Letras e publicou 12 livros.

Também se destaca a sua atuação junto às entidades de classe, como o Clube de Engenharia, a Associação dos Antigos Alunos da Politécnica (A3P), Instituto de Engenharia Legal, Sociedade Brasileira de Geografia, entre outras.

A Mesa Diretora foi composta pelo Senador Bernardo Cabral, Presidente de Honra da sessão; Presidente e fundador da FAHIMTB , CEL CLÁUDIO MOREIRA BENTO, que discorreu sobre as ameaças que pairam sobre a nossa Amazônia, no que foi muito aplaudido pelos presentes, sendo suas teses ressaltadas pelo Senador Bernardo Cabral, amazonense, em belíssimo pronunciamento; Dr. Francisco Horta, Vice Presidente da ACRJ; Dr Jorge Luiz Dodaro, Sub-Procurador-Geral da Justiça Militar; Prof AIMONE CAMARDELLA, ILUSTRE HOMENAGEADO; e Eng Israel Blajberg, Presidente da AHIMTB/Rio.

 

 

 

  

Da esquerda para a direita a frente: Acadêmico Cel Av Cambeses, Ex senador Bernardo Cabral, Cel Claudio Moreira Bento,
Eng e Ten R/2 Eng Aimone Camardella, Dr Francisco Horta, Ten Rosenthal , Dr Jorge Luis Dodaro, Ten Melchisedech Affonso de Carvalho

Na retaguarda: Acadêmico Heloi José Fernandes acadêmico General Nery, acadêmico Ten R/2 Art Israel Blajberg e João Henrique Reis Barone,
secretário da AHIMTB/RJ

 

Encontravam-se presentes familiares e amigos do empossado, 2 ex-combatentes, Tenente Dr Israel Rosenthal, Vice-Presidente do Conselho Deliberativo da Casa da FEB e Ten da Marinha Melchisedec Afonso de Carvalho, Diretor da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, o PRESIDENTE da Associação dos  Antigos Alunos da Politécnica, A3P, PROF HELOI JOSÉ FERNANDES MOREIRA, também ex-Diretor da Escola Politécnica da UFRJ e ex-presidente do Clube de Engenharia, o PRESIDENTE DE HONRA da A3P, Prof. LEIZER LERNER, o ex-presidente da A3P, Prof Flavio Miguez, Dr Ruy Schneider, Dr Leo Reis, Dr Cleofas, Diretores da A3P e muitos outros.

 A cerimônia realizou-se no tradicional Salão da Congregação da antiga Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, sitio onde ha  201 anos D. João VI mandou instalar a Academia Real Militar, a ser dirigida pelo Brig NAPION, berço fardado da qual descendem a atual Escola Politécnica e a AMAN.

 A exemplo de tantos outros estudantes da ENE, Aimone foi aluno do CPOR, da turma de ENG / 1945

 E’ o atual Presidente do Conselho Diretor da A3P, fundada em1932, a mais antiga associação de ex-alunos da UFRJ, instalada logo a entrada do prédio, onde a estatueta do estudante de engenharia expedicionário recorda os 10 alunos desta casa que atravessaram os mares para combater o nazismo com a FEB na Itália.

 


 

Oração de Recepção pelo Acadêmico Israel Blajberg

em 07 dez 2011 - Sala da Congregação - ENE-UB  -  RIO

 

Sr Presidente de Honra Senador Bernardo Cabral,

Sr Presidente da FAHIMTB, Cel C M Bento,

Caro Prof Aimone Camardella,

Demais Autoridades, Senhoras e Senhores,

 

O momento solene que ora testemunhamos – este que vos fala e o Prof Aimone Camardella – reproduz, guardadas as proporções, outros que vivemos há quase 50 anos, nesta mesma casa, quando eu, aluno recém admitido na Então ENE-UB, assistia respeitosa e atentamente as aulas de Física do 1º. Ano, ministradas pelo Prof Aimone.

 

Hoje nos encontramos em situação relativa semelhante, mas as analogias aí se encerram, pois os circunstantes, tanto quanto os propósitos, são outros.  Eu e ele aqui estamos, carregando o peso dos anos, ele nem tanto, mas ambos com o mesmo entusiasmo e os elevados ideais que pautaram nossas carreiras, porém hoje com a presença não mais daqueles jovens alunos, mas sim acadêmicos, familiares, companheiros e amigos do homenageado.

 

Desta vez, as missões são outras e a minha,  não menos empolgante e honrosa.  Cabe-me o privilégio de, em nome da Academia de História Militar Terrestre do Brasil, tarefa que cumpro com a responsabilidade de acadêmico e o regozijo de admirador, cumprimentá-lo pela justa conquista e, em fraterna saudação, lhe estender o gesto de boas-vindas desta casa de estudos, justa e oportunamente neste velho prédio, templo de história,  em local e momento assaz oportuno, o tradicional Salão da Congregação da antiga Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, sitio onde faz 201anos neste mês de dezembro, D. João VI assinou no dia 04 uma Carta Regia, mandando instalar a Academia Real Militar, a ser dirigida pelo Brig NAPION, berço fardado da qual descendem a atual Escola Politécnica e a AMAN.

 

As RAÍZES das duas instituições A FINAL SE FIXARAM respectivamente NA ILHA DO FUNDÃO,  E EM RESENDE. NA CIDADE UNIVERSITÁRIA, ACOLHENDO EM 1962 AS PRIMEIRAS TURMAS DA ANTIGA ENE, AQUI INSTALADA NESTE PRÉDIO ATE 1969.

NA CIDADE DE RESENDE, EM 1943 RECEBENDO A ANTIGA EMR, CUJOS CADETES PORTAM A CINTURA O ESPADIM DE CAXIAS, ELE QUE AOS 15 ANOS FOI MATRICULADO NA ACADEMIA MILITAR QUE AQUI EXISTIU, neste mesmo prédio, TORNANDO-SE O CADETE LUIZ ALVES DE LIMA E SILVA.

 

Aqui na PIONEIRA CASA DE CIENCIAS ACONTECERAM NO SEC XIX AS PRIMEIRAS TRANSMISSOES TELEGRÁFICAS, ILUMINAÇÃO A GÁS E ELÉTRICA, E A CHAPA DE R-X, NOTÁVEL A CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO DO BRASIL, APORTADA PELA ALMA MATER DA ENGENHARIA NACIONAL, NASCIDA EM BERÇO MILITAR, MOTIVO DE ORGULHO NO CAMPO EDUCACIONAL, HONRANDO A ANTIGA REAL ACADEMIA DA QUAL SE ORIGINARAM

 

Aqui se formaram expoentes da  nacionalidade, como Capanema, os irmãos Rebouças,  Maurício Joppert e Helio de Almeida, de Pereira Passos a  Lima Barreto e Mario Henrique Simonsen, de Costa Nunes a Leopoldo Nachbin e Saturnino de Britto, sendo DIRETORES JOSE MARIA DA SILVA PARANHOS, O VISCONDE DO RIO BRANCO, E PAULO DE FRONTIN, O PRINCIPE DA ENGENHARIA.

 

Assim, é neste ambiente de ricas tradições que recebemos o insigne estudioso Professor Aimone, mestre nas artes da engenharia e da historia, engrandecendo a profissão e a nacionalidade. A MÍSTICA DOS TEMPOS SAUDOSOS DO LARGO O ACOMPANHOU, NA JORNADA QUE IRIA MARCAR A TRAJETÓRIA DAQUELE JOVEM ALUNO, DURANTE DECADAS DE TRABALHO PROFÍCUO.  TANTO DEVEMOS AO PROFESSOR Aimone, CULTIVANDO AS GLORIOSAS TRADIÇÕES DESTA ESCOLA, eminente lutador pela PRESERVACAO DA MEMÓRIA  DESTE SITIO IMPREGNADO DE HISTÓRIA, 

 

Nascido no Rio de Janeiro, hoje com 91 anos de idade, e’ um dos mais antigos professores da atual Escola Politécnica da UFRJ, hoje na Cidade Universitária da Ilha do Fundão.   Engenheiro civil, nuclear, de segurança do trabalho e doutor em física, um apaixonado por esta casa, professor da ENE por 39 anos como que encantado pela mística desta bi-centenária Alma Mater da Eng Brasileira , este verdadeiro templo do saber, pelo qual luta visando sua transformação em uma casa de cultura voltada para a memória da tecnologia nacional

A exemplo de tantos outros estudantes da ENE, foi aluno do CPOR, da turma de ENG / 1945.  O CPOR foi criado com APOIO DE PROFESSORES DA ESCOLA, COMO DULCIDIO DE ALMEIDA PEREIRA, QUE NO ANFITEATRO DE FÍSICA AJUDOU A FUNDAR aquele centro de preparação em 1927 junto com o Cel Correia Lima, E IGNÁCIO AZEVEDO DO AMARAL, QUE VIRIA A SER REITOR DA UNIVERSIDADE DO BRASIL.

O mesmo Professor Delcídio, que passou a historia como criador da celebre equação  -  Engenharia e igual a física mais bom senso ... a qual aprendemos com o Prof Aimone, por tradição oral, em suas aulas

Prof Aimone representou o Brasil na histórica Conferencia da ONU sobre Meio ambiente, Estocolmo 1972, onde foi cunhado o principio do DS.

 

Foi também delegado do Brasil na grandiosa Conferência Geral de Pesos e Medidas em Paris, 1960, que reformulou o conceito do metro, ate então representado por 2 marcas numa barra de platina iridiada, seqüestrada pelos ocupantes nazistas em 1940, a qual o prof Aimone contemplou pessoalmente...

 

Chefiou divisões de Metrologia e Física Industrial no INT, e ajudou a criar o INMETRO – Inst Nac de Metrol, Normatiz e QI. Estagiou no NBS, em Washington, com uma bolsa do Ponto IV. Foi diplomado pela ADESG em Seg Nacional e Desenvolvimento e pelo Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ.

 

Livre Docente em Física Clássica não relativística pela UFF, lecionou na UB por mais de 30 anos, e na USU por mais de 20.  Foi coordenador e professor dos cursos de pós-graduação em  Segurança do Trabalho e Engenharia Nuclear, por onde passaram expoentes da profissão, sejam alunos ou professores, sendo este ultimo conhecido como o curso do Aimone, precursor da COPPE e da NUCLEBRAS

 

É uma jornada marcante, a que vem se dedicando nos últimos 70 anos, com invulgar competência e reconhecida capacidade de trabalho, tornando-se um verdadeiro ícone desta casa, onde pioneiramente nas 3 Américas se estudou a profissão de artilharia e a fortificação, o ataque e a defesa das praças,.

 

Autor de artigos apresentados em congressos  sobre temática técnica, historia, engenharia, e as origens da politécnica, recebeu diversas distinções, entre as quais a Medalha Pedro Ernesto.  Reconhecido como um dos mais atuantes sócios do Clube de Engenharia, a tradicional Casa de Edson Passos, ora completando 130 anos, com belíssima atuação, também se destacando no Instituto de Engenharia Legal e Sociedade Brasileira de Geografia, entre outras.  E’ o atual Presidente do Conselho Diretor da A3P, fundada em 1932, a mais antiga associação de ex-alunos da UFRJ, instalada logo a entrada deste prédio, onde a estatueta do estudante de engenharia expedicionário recorda os 10 alunos desta casa que atravessaram os mares para combater o nazismo com a FEB na Itália.

 

Na área cultural o prof Aimone e’ Presidente do Instituto Sanmartiniano do Brasil, membro da ALAC - Academia de Letras Artes e Ciências, vinculada ao Lions Internacional, Academia Brasileira de Literatura e Academia Luso Brasileira de Letras, tendo publicado 12 livros.

 

Muito devemos ao Professor Aimone, cultivando as gloriosas tradições desta escola, dedicado ao trabalho de preservação da memória, ajudando a manter viva e perene esta saga, tanto contribuindo  para a história da engenharia no Brasil, que se confunde com a historia deste antigo prédio de estilo sóbrio e  elegante, com suas colunas e florões, que se aqui se ergue diante do Largo da Cruz de São Francisco,  Portanto, é com grande jubilo que a Academia se engalana para recebê-lo,  Professor Aimone, fazendo justiça ao novel confrade, distinto  ex-aluno, professor e memorialista desta Politécnica,

Professor Aimone, Excelso Mestre e agora Digno Confrade, Doravante, a Academia é também a sua casa, que o acolhe na certeza de que pelas suas múltiplas qualidades tanto a enriquecerá com a sua importante contribuição.

Seja bem-vindo, e que Deus o proteja  !Muito  Obrigado !

 

 


 

 

ORAÇÂO DE POSSE COMO ACADEMICO DO ENG AIMONE CAMARDELLA NA CADEIRA ESPECIAL ENG PAULO PARDAL

Rio de Janeiro, 07 de dezembro de 2011

 

Ilmo. Sr. Cel Cláudio Moreira Bento

M.D. Presidente da Federação das Academias de História Militar

Terrestre do Brasil - FAHIMTB

Ilmo. Dr. Israel Blajberg

M.D. Presidente  da AHIMTB / RIO

Ilmos Demais Membros desta Egrégia Mesa Diretora

Caríssimos Acadêmicos, Autoridades e Convidados

Minhas Senhoras – Meus Senhores

 

   Não sei se estou feliz ou preocupado. Estou feliz, sim,  por ter sido convidado para ser Membro de uma Instituição tão importante, da qual fazem parte Ilustres Figuras do cenário cultural, civil e militar. Entre elas, o eminente Acadêmico Engenheiro Israel Blajberg, do qual, em nome da Academia, recebi este honroso Convite.

   Mas, também, estou preocupado, sem saber ainda se tenho condições para acompanhar estes nobres Confrades, que fazem desta Academia um celeiro de atividades culturais, ungidas do mais alto grau de  sapiência , não só no âmbito civil, como no âmbito militar.

   Este pensamento faz-nos retroagir no tempo e no espaço, quando constatamos, sem dúvida alguma, que esta Academia é um ramo da árvore genealógica  das grandes Instituições, que se sucederam ao longo dos últimos duzentos anos, como : a REAL ACADEMIA DE ARTILHARIA, FORTIFICAÇÃO E DESENHO, em 1792, lecionando, pela primeira vez, uma disciplina de Arquitetura (Engenharia Civil), depois ACADEMIA REAL MILITAR, em 1810, ESCOLA MILITAR, em 1839, ESCOLA CENTRAL, em 1858, ESCOLA POLITÉCNICA, em 1874, AMAN – ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS, em 1951, INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA, em 1959, e tantas outras .

    Nada mais justo, portanto, considerar que a ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL – AHIMTB, fundada em 1° de março de 1996, na cidade de Resende junto a AMAN, trás no sangue a gênese desta grande árvore da cultura brasileira.  É por isso que, ao ingressarmos neste Quadro, tão cheio de  mentes luminescentes, sentimos um pouco de preocupação, como disse acima.                                                                                                

     Mas, podem crer que faremos tudo para acompanhar esta carruagem de nobres Confrades.      Neste contesto, vale lembrar o significado ou conceito de “ACADEMIA”. Este termo tem a sua origem na Grécia Antiga, quando Platão passou a reunir pensadores , e ministrar palestras aos seus discípulos, em um local chamado “Sítio de Akademus”, recebendo este lugar o nome de “AKADEMUS” .De acordo com a pesquisa histórica e enciclopédica, a origem das Academias está intimamente ligada ao desejo do Ser Humano em alimentar a sua própria evolução através o seu “livre arbítrio”, procurando, assim, vaidosa, e, às vezes até prepotentemente, penetrar nos meandros da Sagrada Natureza para explorá-la, imitá-la e artificializá-la.

     Tudo isto em nome muitas vezes, e até exageradamente, de uma sobrevivência, como um dos nobres motivos para procurar mais ou melhores meios para superar os embates ou incertezas dos processos vitais.

     O que é a CULTURA senão a absorção do conhecimento que o homem adquire ao longo do tempo, graças às sacrossantas redes neurais que, sua Imagem, de “homo sapiens” e de “livre arbítrio”, lhe foram atribuídos pelo Deus Maior, numa demonstração de amor e de confiança nos desígnios da “raça humana”?  O que é a CULTURA  senão esta acumulação de “saber”, muitas vezes cheia de nuances, que se traduzem em perigo artificializado, que podem conduzir a uma degradação do “Meio Ambiente”, de conseqüências imprevisíveis?

     As Artes, as Ciências, a Ética e a Religião são áreas que têm levado a humanidade a grandes transformações no modus vivendi e no modus faciendi da raça humana. Na realidade, é o que chamamos de progresso. Acontece, entretanto, que , se de um lado o homem cria novas condições de vivência e sobrevivência, do outro ele infringe a natureza, explorando-a muitas vezes de tal forma que o Planeta Terra, onde ele co –habita, vai cada vez mais tendo seus recursos naturais dizimados ao longo do tempo. Para compensar estes problemas, o homem procura, tanto quanto possível, materializar-se, ou seja, substituir o natural pelo artificial, sacrificando muitas vezes duas grandes áreas: a da ética e da religião.

    A nosso ver, a grande virtude da humanidade seria equilibrar tais ações de modo a manter um status – quo entre elas.

Cumpre uma sua função, quando, sem preconceitos ou sectarismos; liberta da patologia da teorização esterilmente dissociada da realidade da vida, é , no embate de teses e posicionamentos, enfim nas divergências, que ela  procura o incessante  aperfeiçoamento, individual e social; na luta pela descoberta e revelação, sempre relativas, parciais, mas sempre sedutoras, excitantes, incitantes, da Verdade e do Belo”

   E, mais adiante, admite: “A Ciência e a Arte não podem, na atualidade, restar enclausuradas, confinadas nos interna corporis das fraternidades e confrarias”.

    É evidente que muito se fez, muito se faz, e muito se fará para que esse “saber” seja cada vez melhor aplicado pelas cabeças pensantes, responsáveis, diretas, ou não, pelos destinos desta humanidade, em prol do desenvolvimento cultural capaz de equilibrar o comportamento e a convivência humanas.

   É nesse rol de pensamentos que entendemos a missão da importante Academia de História Militar Terrestre, a qual, certamente, vem revolvendo a História para analisá-la e estudar as melhores soluções para os problemas a ela afeitos.

    Esta Academia é composta de um grande número de eminentes Militares, de todas as Armas, o que, sem dúvida, aumenta o espírito de Cidadania que os caracteriza, sem desmerecer, no entanto, os Acadêmicos Civis, escolhidos entre os mais destacados nomes do Setor Cultural.

    Tudo isto nos impele ao desejo de atuar junto a este Contingente, tendo a frente o ilustre historiador, Cel Claudio Moreira Bento, e o não menos ilustre Engenheiro Professor Israel Blajberg, meu caro Paraninfo, aos quais rendemos as nossas sinceras homenagens e nossos agradecimentos.

   Que Deus nos ajude a colocar mais uma pedra, nesta montanha iluminada, para glória e progresso do nosso querido Brasil.

     Como soe acontecer em todas as Academias, há que se ter um Patrono regendo a nossa vida acadêmica.  No nosso caso, consideramos como prêmio terem escolhido o nome do Historiador PAULO PARDAL, um emérito Professor  da Escola Politécnica, contemporâneo da nossa época,  e que procuraremos descrevê-lo nas   partes mais importantes da sua vida, já que o seu Currículum Vitae é muito extenso.

                                                                                            

                                                                                                   

   PAULO PARDAL graduou-se em engenharia civil em 1951, pela Escola Nacional de Engenharia, em cujo corpo docente ingressou em 1952, regendo, desde 1953, a disciplina de Probabilidade e Estatística. Foi fundador desta disciplina nas Escolas de Engenharia da Universidade Federal Fluminense – UFF – e na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ- tendo-a também lecionado no Instituto Militar de Engenharia – IME.     Foi Membro da Associação de Ex-Alunos do Instituto de Estatística da Universidade de Paris, e também da  Associação dos Antigos Alunos da Politênica –A3P, fazendo parte do seu Conselho Diretor e exercendo a  Vice-Presidência.   Desenvolveu intensa atividade de consultoria em produtividade industrial, realizando centenas de seminários em todo o País.  Dirigiu órgãos, como o Centro Nacional de Produtividade na Indústria, organizou congressos, como o 1° Seminário Nacional de Produtividade, publicou artigos e dirigiu a realização de filmes curta-metragem sobre o assunto.    Como se vê, sua trajetória não limitou-se ao ensino e a essas atividades relacionadas com o assunto de sua especialidade, onde foi um grande docente, mas também dedicou-se aos campos da pesquisa histórica, sempre preocupado com a história  da Escola de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ . Nesse particular, publicou vários livros, tais como:  Memória da Escola Politécnica, em 1984, onde apresenta o pórtico monumental ao prédio neo-clássico, do Largo de São Francisco, o qual abrigou a Academia Real Militar e as Escola Militar, Central e Politécnica, todas em linha de sucessão direta.

   Nesse livro, vale ressaltar a homenagem prestada a três ilustres ex-alunos, que se tornaram também ícones da literatura, como :Euclides da Cunha , que também cursou a Escola Militar até 1896 ;Lima Barreto em 1896, e Bastos Tigre, também em 1986, com sua característica humorística, relacionada com a Escola Politécnica, onde estudava.

     Nesse livro, encontram-se informações do maior interesse histórico, como Vida na Escola, Os Professores da Escola, e citações fundamentais, como Biblioteca Reprográfica Xerox, Documentos de nossa História e tantas M.G. dos Santos, constam referências notáveis, desde a Casa do Trem, onde ocorreu o início do ensino da cadeira de Engenharia Civil no Brasil, em 1792, até os grandes eventos posteriores.  Vale ressaltar que a Comissão Pró-Memória da Engenharia nacional, cujo relator foi o professor Pedro C. da Silva Telles, chegou a conclusão que a data de 17 de dezembro de 1792 é a de início do ensino formal e contínuo da engenharia civil no Brasil, o que foi aprovado , em congregação da época, pelo então diretor da Escola de Engenharia da UFRJ, professor Hugo Cardoso da Silva.

     Tudo se passou no Edifício do Largo de São Francisco, o primeiro construído no Brasil especificamente para  abrigar uma instituição de ensino superior ,que durante mais de um século e meio foi utilizado para o ensino da engenharia, e é considerado o Berço da Engenharia.

    Há que se louvar, pois, a vida e o trabalho deste grande Professor, Pesquisador nato, que se dispôs a estudar toda a documentação conhecida sobre a formação de engenheiros civis e militares, desde os tempos da Colônia, dando-lhe com exação os verdadeiros estágios no tempo.  Paulo Pardal faleceu aos 75 anos, no dia 20 de abril de 2004.

     Está de PARABENS a Academia de História Militar Terrestre do Brasil – AHIMTB – ao escolher o Professor PAULO PARDAL para ser o Patrono deste modesto candidato, pois assim poderemos analisar, como já dizia o Professor Sydney Santos ao prefaciar o citado livro:

os parâmetros exatos de nossa evolução, nossas tendências, nossas omissões, os pontos de estrangulamento econômico no passado, suas implicações nos ciclos de produção, suas influências nas linhas do nosso evoluir” .

     Como se vê, Ilustres Acadêmicos, Autoridades Civis e Militares,    Minhas Senhoras, Meus Senhores, é muito sensibilizado que agradecemos a honra de passar a pertencer a esta egrégia Academia, onde, certamente, aprenderemos ainda mais, pois a Cultura é a base do desenvolvimento. 

        Agradecemos penhorados a distinção desta  Posse.

       Aproveitamos a oportunidade para apresentar a todos os presentes e Ilmas Famílias NOSSOS VOTOS  DE BOAS FESTAS E FELIZ ANO NOVO 2012

  

       Muito Obrigado.

 

 


 

 

  

Da esquerda para direita acadêmicos Cel Av Cambeses, Cel Bento, Ten Rosenthal, acadêmico Tem R/2 Art Israel, acadêmico
Ten R/2 Eng Aimone, Vet Pierre Alban Lafargue Tournier, Prof. Leizer Lernes, Presidente de Honra da A3P junto a placa de alunos
da Escola Politécnica  que combateram na FEB existente na sede da AP3 onde teve lugar o coquetel.

 


 

 

   Artigo do Cel Bento Reequipamento das Forças Armadas e evasão de seus quadros e por ele comentado em seus principais pontos onde procurou demonstrar que a responsabilidade pela Defesa Nacional e responsabilidade do Poder Civil perante o Povo Brasileiro que os elegeu . E que a Forças Armadas são executoras como braço armado do Povo Brasileiro das missões ordenadas pelo Poder Civil, com os meios necessários colocados a sua disposição. Se incompatíveis a resposanbilidade histórica é do Poder Civil eleito pelo Povo Brasileiro. Enfatizou o Coronel Bento que a Real Academia de Artilharia Fortificação e Desenho criada pelo Vice Conde de Resende em 1792 é “ A pioneira no ensino militar acadêmico nas Américas e a pioneira no ensino superior no Brasil com o curso de Engenharia Militar e Civil nela instalado.

 

O REEQUIPAMENTO DE NOSSAS FORÇAS ARMADAS 
E A EVASÃO DE SEUS QUADROS